Quando leio a Parte III do Catecismo da Igreja Católica (CIC) sempre me recordo de um precioso ensinamento de São Francisco de Assis a seus frades: “Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único evangelho que as pessoas vão ler”. Essa parte desse documento é dedicada à moral e à disciplina da Igreja, ela nos oferece, assim, preciosas dicas e orientações de como o Evangelho pode ser encarnado de modo concreto no ordinário da vida.
Em outras palavras, nesse trecho, recebemos uma aula de moral cristã. Leia: «Reconhece, ó cristão, a tua dignidade. Uma vez constituído participante da natureza divina, não penses em voltar às antigas misérias da tua vida passada. Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Não te esqueças de que foste libertado do poder das trevas e transferido para a luz e para o Reino de Deus» (CIC: 1691) Viu que dica preciosa? Esse rico documento explora o simbolismo teológico das partes do corpo de Cristo.
A cabeça humana
A cabeça humana é o símbolo de uma faculdade que o diferencia de todos os outros seres vivos. Nós somos seres racionais, não agimos apenas por impulsos, por instintos. Nossa maior força de comunicação vem da cabeça e de cada uma de suas partes, por exemplo: “Boca, olhos, nariz, ouvidos, bochechas, a capacidade de articulação do pescoço, etc. é daí que surgem os velhos ditados: “Fulano perdeu a cabeça, Ciclano tem a cabeça dura, arregalar ou piscar os olhos, empinar o nariz, face a face, ouvidos moucos, bocudo, etc.” É na cabeça que reside o cérebro, com sua racionalidade, capacidade de reflexão e análise.
Cristo é a cabeça da Igreja
A cabeça da Igreja é Jesus Cristo, isso significa que nós, seu corpo místico que sou eu e você, só seremos santos, só produziremos todos os potenciais de ação e implantação do Reino de Deus na terra, se obedecermos ao que essa cabeça sugere. Precisamos, então, fazer nossas escolhas, assumirmos atitudes, comportamentos em comunhão com essa bendita cabeça. Se assim o fizermos, estaremos em comunhão com Jesus e sua mensagem salvadora, implantaremos, então, com sucesso o Seu Reino de amor neste mundo.
Deixar Cristo ser minha cabeça
Ele, de fato, torna-se o Senhor da minha vida. Ele me orientará nas minhas escolhas, não tomarei nenhuma decisão sem antes consultá-lo. Estarei sempre orientado no tempo e nos espaços da vida, em todos os seus aspectos. Minha percepção limitada das coisas ficará mais certeira. Conseguirei interagir de modo virtuoso com amigos, familiares, colegas de trabalho, patrões, vizinhos, etc.
Desejo de todo o coração que esse texto possa ter recordado a nós que Cristo é a cabeça da Igreja. Que Deus nos abençoe e nos ajude a comunicar com palavras e ações esse magnífico tesouro da nossa fé. Deus te abençoe sempre, Shalom.
Por Rodrigo Santos