Em 2021, por volta de outubro, eu estava em casa no jantar e senti uma dor abaixo da costela esquerda, uma dor incômoda, me pareceu gases, aí eu tomei um remédio. Aliviou um pouco, mas em seguida retornou. Decidi, então, marcar uma consulta. O médico me recomendou que eu fizesse ressonância magnética, ultrassom abdominal, endoscopia e colonoscopia. Eu comecei pela endoscopia e colonoscopia e não deu nada. Em seguida, voltei a minha vida normal, mas aí as dores voltaram a incomodar.
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Uma descoberta difícil e o início de uma saga
Resolvi então fazer a ultrassom abdominal e, no dia que eu estava fazendo o exame, o médico passou aquele gel e me perguntou: “o senhor sabia que tem um nódulo de 7 cm no baço?” Uma frase forte de se ouvir, uma coisa que mexe bastante conosco. Não é fácil ouvir uma frase dessa. Mas na hora eu me lembrei muito do psicólogo Viktor Frankl que diz que precisamos “aceitar o sofrimento inevitável da vida”. E na mesma hora, respondi de forma reativa. Certamente, o Espírito Santo tinha me dado força para responder: “Então, vamos tratar”.
Quando fui fazer a ressonância magnética, já tinha um nódulo de 8 cm, um de 2 cm e outro de 3 cm debaixo do baço. Procurei o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). E em uma consulta médica, recebi a indicação da oncologia de que tinha que tirar o baço. E aí começou a minha saga, peguei os exames e fui para uma clínica de oncologia.
A consulta foi no final de dezembro e o médico marcou a cirurgia para março. Mas quando foram retirar o baço, não conseguiram, porque o nódulo já tinha se transformado em um linfoma difuso. Então, me disseram: “você vai para a quimioterapia”. Eu descobri que estava com o linfoma de células tipo B já do tamanho de um melão, aproximadamente.
O que se passava em meu coração
Nesse período de descobertas e início do tratamento, três coisas vinham ao meu coração: a frase de Viktor Frankl sobre aceitar o sofrimento inevitável da vida; a Teologia do Hoje, vivendo o hoje bem vivido; e a sabedoria católica sobre a vida dos santos, os ensinamentos acerca da santidade, a vivência da minha cruz unida à cruz de Cristo. Foram momentos bem difíceis. Eu cheguei para a minha família falando que teria que enfrentar um câncer, e isso seria uma prova de fogo para a gente. Minha família chorou e se questionou por que Deus havia permitido isso.
Comecei as quimioterapias, mas, depois de um tempo, passei a ter febre por conta de células necrosadas na região do baço, próximas ao estômago. E devido à febre, eu tive que retirar o baço por volta de maio deste ano. Em seguida, tive que fazer mais uma cirurgia invasiva. Em meio a tudo isso, continuava fazendo quimioterapias. Depois da última cirurgia, eu tive ainda quatro sangramentos bem severos, aneurismas fortes de uma artéria, que passava na região do baço que havia sido retirado e que estava jogando muito sangue no tubo digestivo.
Meu filho, minha esposa e minha filha me pegaram no chão numa madrugada sangrando bastante pela boca e pelo nariz. Eu desmaiei no banheiro. Minha pressão deu 9 por 4. Fui levado para a emergência às pressas. Pelo sangue que estava expelindo, eu achava que não ia sobreviver. Antes disso, na época da retirada do baço, eu já tinha perdido muito sangue também. Fiquei entre a vida e a morte. E várias vezes tive a oportunidade de refletir sobre tudo. Mas, em meio às dores, duas graças importantes me acompanharam: nunca me desesperei e nunca me perguntei o porquê. Eu sempre tinha em meu coração que Deus iria dar um sentido, uma finalidade, para tudo aquilo.
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Diante do médico, eu fui miraculado
Tive de fazer uma outra cirurgia para descobrir onde era o sangramento no tubo digestivo, mas não foi encontrado nada. Tive ainda que fazer uma arteriografia, passando um cateter pela minha veia femoral. O médico, iluminado por Deus, encontrou a artéria que estava sangrando e conseguiu fechá-la. Foi o que salvou a minha vida. Isso aconteceu no mês de junho e recebi alta em julho.
Segui com as quimioterapias. Contudo, ainda tive febre, por conta da baixa nos neutrófilos. Com isso, fiquei internado mais cinco dias, incluindo o Dia dos Pais. Essa foi a minha quarta e última internação. Tempos depois, voltei ao hospital e fiz a minha sétima quimioterapia no dia 13 de setembro. No dia 22, fiz um exame para rastrear se ainda havia alguma célula cancerígena no meu organismo.
Para glória de Deus, eu fui miraculado. Eu tive o laudo do médico de que não tinha mais nenhuma célula cancerígena. Eu estava limpo. Eu estava curado. E eu devo essa graça ao poder de Deus, a intercessão de Nossa Senhora, de Santa Teresinha, de Ronaldo Pereira, de muitos irmãos no Brasil e mundo afora.
Uma força interior, uma grande alegria
Durante esse tempo em que estive internado, eu e minha esposa, nós levamos violão, a gente fazia as laudes, cantávamos, orávamos e pudemos evangelizar algumas pessoas que se aproximavam de nós, como técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas… A gente pode falar de Deus e orar por outras pessoas nesse tempo. Eu estava com drenos, acesso central no pescoço. Era uma situação bem difícil, mas vinha muito no coração o desejo de aproveitar aquele momento para falar de Deus e ser instrumento na vida das pessoas. Me veio uma força interior, uma grande alegria, algo incomum que eu nunca tinha experimentado.
A ação de Deus nesse tempo após a minha cura foi uma grande iluminação na minha inteligência, na minha memória e nos meus afetos. Uma verdadeira Obra Nova. Além da minha cura física, da cura do meu corpo, eu tive uma profunda iluminação, como fruto da Ressurreição do Senhor, tornando-me um homem novo, restaurado e ressuscitado pelo poder de Deus, com um novo desejo de evangelizar e de testemunhar a muitos esse grande milagre. Por isso, também estou escrevendo um livro sobre o que vivi. Esse relato será divulgado no tempo certo.
Bendito seja Deus! Ainda estou em “Lua de Mel” com a vitória. A graça nos alcançou poderosamente e nós somos testemunhas do amor e do poder de Deus. Queremos agora ainda mais ir atrás dos corações desesperançados, desesperados, com medos, com culpas aviltantes, desorientados em um mundo que, ao invés de oferecer respostas, deixa as pessoas com mais perguntas e o amor de Deus é a resposta eficaz para as pessoas.
Por Delcy Filho
Consagrado da Comunidade de Aliança
A Deus toda honra e toda Glória. Feliz por saber que o Senhor curou além da doença física e te fortaleceu p uma nova missão. Deus te sustente! Ansiosa pelo livro….
Delcy, boa tarde!
Meus parabéns e muitas glórias pela sua grande fé. É por aí mesmo, sem Deus nós não somos nada. Muito obrigado pelo seu depoimento e muita saúde e paz para você e sua família. Que Deus os abençoe neste NATAL e Novo Ano que está chegando.
Forte abraço, meu irmão.
Deus é maravilhoso e vc é um guerreiro e uma grande missão de vida
Você faz parte dessa história, queridíssima cunhada.
Deus é maravilhoso e vc é um guerreiro