Mundo

Deputados aprovam texto do PNE e retiram questão de gênero

comshalom

pne aprovado generoEm votação ontem (22), a comissão da Câmara que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE) aprovou o texto-base do projeto de lei que estabelece metas a serem cumpridas na educação nos próximos dez anos. O texto garante 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ensino público. A ideologia do gênero, cujo debate foi estimulado fortemente por grupos cristãos, foi suprimida no primeiro destaque votado.

A comissão aprovou o relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), salvos mais sete destaques que ainda serão analisados nos próximos dias. Hoje, às 14h30, a comissão retoma a votação.

A retirada do texto que inclui entre as diretrizes do ensino a superação das desigualdades educacionais, “com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual” foi reivindicada amplamente por setores da sociedade civil nas redes sociais e através do Disque Câmara. A permanência do trecho, segundo líderes religiosos como o cardeal dom Orani Tempesta, substitui o termo “sexo” e abre possibilidade de se promover, desde muito cedo na educação dos brasileiros, o “relativismo” ou a “neutralidade” de um dom natural: ser homem ou ser mulher.

A alteração causou aplausos e vaias. Dos 26 deputados presentes, 11 votaram contra o destaque. O plenário estava lotado, com representantes de estudantes, de movimentos sociais, de entidades ligadas à educação e de grupos religiosos.

Entre as diretrizes do PNE, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. O plano também destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para a educação. Atualmente são investidos no setor apenas 5,3%.

A comissão não concluiu a discussão de outro ponto polêmico: o financiamento da educação. O texto do relator diz que o investimento público deve ser feito em educação pública, embora estabeleça que, nos 10% do PIB, sejam incluídos programas como o Universidade para Todos (ProUni), o Ciência sem Fronteiras e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Pelo destaque apresentado, tais programas seriam excluídos dessa conta.

Vanhoni explicou que a inclusão é necessária para que os programas tenham respaldo financeiro e não deixem de existir, posição apoiada pelo governo. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP), respaldado pelos movimentos sociais e entidades representativas da educação, discordou do relator. Para ele, os 10% devem estimular o setor público, permitindo que ele se desenvolva e possa suprir a atual demanda. Caso o texto seja mantido, Valente disse que haverá um cenário em que o dinheiro público será destinado à iniciativa privada. Para ele, a retirada dos programas dos 10% não levaria à extinção deles, mas forçaria o uso de outras fontes de financiamento.

Acompanhe o andamento da votação hoje à tarde no site da Câmara.

Emanuele Sales, com informações do Portal EBC


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.