Uma arte diferente de tudo que você já viu. Já imaginou passeando pelas ruas e se deparar com São Francisco estampado na parede? Pois bem, esse é o trabalho do Gleydston Barba. Consagrado da Comunidade Católica Pequeno Rebanho, do Rio de Janeiro, Barba expressa nas ruas a sua experiência com o amor de Deus, evangelizando de maneira super inovadora. O Comshalom entrevistou o artista que leva o sacro para as ruas.
1- Quem é o Barba?
Sou consagrado da Comunidade Católica Pequeno Rebanho, do Rio de Janeiro, onde vivo minha vocação servindo a Deus, dentre outras coisas, com a arte sacra e o graffiti. Sou casado, pai de 2 filhos e tenho 43 anos.
Jesus me alcançou na minha juventude e começou Sua obra de amor em mim. Me fez mais feliz do que eu poderia imaginar nos meus melhores sonhos e muito desta felicidade está no fato dEle ter me chamado a consagrar a minha vida, sendo pequeno do Pequeno Rebanho e me dado a honra de servi-Lo, testemunhando Seu amor, para a salvação da humanidade.
2 – Quando você começou a grafitar, já foi com temas sacros? Como surgiu a ideia?
Comecei a fazer graffiti em 2005, aos 29 anos, mas não usava ainda temática religiosa.
Todo artista traz na sua arte aquilo que é, o que vive e sente, então como consagrado, naturalmente minha fé e vocação transbordaram na minha arte. Aos poucos fui percebendo também que Deus podia usar dessa expressão de arte para abençoar e alcançar a outros.
3 – Quais as tuas inspirações?
Arte sacra, principalmente a iconografia. Mas também a arte indígena e de cordel, que são referências que busco no intuito de que minha arte tenha características mais brasileiras.
No que se refere ao conceito, basicamente a Sagrada Escritura e a vida dos Santos, em especial os padroeiros de minha Comunidade: São Francisco, Santa Teresinha e São Paulo Apóstolo.
4 – Você considera o seu trabalho um movimento de vanguarda?
Talvez sim. Mas não tenho a preocupação de pensar no meu trabalho desta perspectiva. Prefiro considerar meu trabalho o movimento de um filho, que foi profundamente amado e que agora quer, na sua pequenez, responder em amor com o que tem, e que no meu caso, é a arte. É um transbordar de amor, de gratidão, colocando os dons que Ele me deu a seu serviço.
5 – Na origem do grafite, na sua natureza, vê-se sempre um viés de protesto, como você lida com isso no seu trabalho?
De certa forma também o meu trabalho tem esta característica. Quando eu saio pela cidade para fazer uma arte que fale de amor, eu protesto contra o desamor, contra o ódio; quando trato de paz em um graffiti, estou me posicionando contra a violência. E isso tem muitos desdobramentos. De forma pacífica, artística, ocupo a cidade falando de Deus para uma sociedade distante dele.
6 – Quais os desafios e as oportunidades de levar o sacro para a arte de rua?
O desafio é sempre levar Jesus, os valores do Evangelho, a Boa Nova, com criatividade ao coração da pessoa que passa e se depara com meu graffiti. O preconceito e a correria do cotidiano às vezes não permitem nem que a pessoa preste atenção ao que estou “dizendo” nos muros, o que me faz a cada dia mais pensar nos diversos aspectos que possam colaborar para que a mensagem não seja apenas mais uma dentre tantas que ocupam a cidade, mas atraia a atenção e toque cada um.
Sempre existe a oportunidade de anunciar Jesus, seja por qual meio for, incluindo a arte de rua, pois existe no coração das pessoas uma sede por Ele e Ele deseja profundamente saciar esta sede.
7 – Em 2017, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos artistas e dedicou suas intenções de oração por eles. Na mensagem ele diz: “”As artes expressam a beleza da fé e proclamam a mensagem da grandeza da criação de Deus. Por isso, quando admiramos uma obra de arte ou uma maravilha da natureza, descobrimos como cada coisa nos fala Dele e de Seu amor. Peçamos pelos artistas do nosso tempo, para que, através das obras de sua criatividade, nos ajudem a descobrir a beleza da criação”. Você acha que sua arte corresponde a isso que o Papa fala?
É o que eu persigo. Orando a Deus para que me inspire, me capacite e trabalhando duro, sempre na perspectiva de que virá a melhor obra, o melhor desenho, a melhor pintura. O desejo é esse: que minha arte seja reflexo da beleza de Nosso Senhor, o “belíssimo Esposo, mais belo que todos os homens”, como cantamos. Fazendo a experiência com A Beleza, esplendor da Verdade – na oração, vivendo minha vocação e apostolado, refletir Jesus, fonte de toda beleza, para o mundo.
8 – Há outros artistas que fazem um trabalho semelhante ao teu? Vocês têm contato entre si? “Trocam figurinhas”?
Eu desconheço. Mas peço a Deus que inspire a outros e que sua arte possa ser expressão da beleza de Deus e alcançar o coração dos homens com a Boa nova da Salvação.
9 – Houve uma polêmica em SP onde o governo apagou grafites feitos, etc. Qual sua opinião sobre o tema?
Eu penso que cada caso deve ser tratado de modo particular. Não se pode generalizar e agir de forma arbitrária. Deve haver espaço para a arte, em suas diversas expressões, na cidade. É uma necessidade, pois principalmente a arte urbana, talvez seja a única oportunidade que uma multidão de pessoas tenha de ter acesso à arte e cultura.
10 – Por fim, que dicas você daria para quem quer começar a grafitar?
Recorro à máxima de São Bento: trabalhe (estude, desenhe, corra atrás!) e ore.
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Serviço
Fazendo Barulho – Cultura Pop e o Evangelho
Quando: 14 de maio de 2022
Onde: Youtube Comshalom
excelente trabalho e modo de anunciar a fé. parabéns.
pode enviar email | contato Gleydston Barba
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