É por causa de sua proximidade única com Jesus que nós nos lembramos dela com tanta freqüência na Igreja, em festas especiais e nas orações, nos quadros e em estátuas. Como vimos, a coisa importante sobre Maria e sobre todos os santos é que eles não são apenas figuras históricas, mas estão vivos e estão conosco hoje. Quando nos levantamos e dizemos no Credo que “acreditamos na Comunhão dos Santos”, estamos declarando que estamos unidos fraternalmente com todo o povo de Cristo, estejam eles do lado desse lado de cá do túmulo ou além dele. A razão pela qual temos tantos quadros e estátuas na Igreja é para nos ajudar a lembrar que eles estão lá, muito embora não possamos vê-los. Isto não é diferente de termos conosco fotografias de nossos amigos e queridos para nos lembrarmos deles. Os santos são nossos amigos também. Temos “amigos aqui na terra e no celeste lar”, como nos diz o hino.
Depois da oração do Pai Nosso, a mais conhecida oração da Cristandade é a Ave Maria. É composto das palavras do anjo Gabriel e de Isabel, ditas a Maria no Evangelho de Lucas, seguidas do pedido para que ela ore por nós.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito o fruto de vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, orai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte.
Maria é tida como a favorita entre os santos, pois quem pode estar mais próximo de Cristo do que aquela que Lhe deu a carne, que O carregou, O amamentou, O lavou, O alimentou, O vestiu, O ensinou e que finalmente O segurou morto em seus braços? O próprio Evangelho deixa claro que devemos honrá-la. Quando Isabel diz: “Tu é a mais bendita entre todas as mulheres. Por que me está sendo dada a honra de que venha a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1:42-43). E quando Jesus na cruz entregou Maria para ser a mãe do apóstolo amado, a Igreja sempre entendeu que isso significava que Ele a estava entregando para ser a mãe de todos seus amados discípulos, mãe dos cristãos e mãe da Igreja. A Igreja é uma família, antes de tudo, e o que é uma família sem uma mãe?
Eis porque dizemos a Ave Maria e a honramos e lhe pedimos que ore por nós. Não porque seja ela algum tipo de deusa, e sim porque, ao contrário, ela foi considerada a mais humilde entre os humildes, mas que obedeceu à vontade de Deus, carregou Seu Filho neste mundo, participou de Seu sofrimento mais do que ninguém e, por isso, agora participa em Sua glória. Eis porque o anjo Gabriel previu que todas as gerações a chamariam de bem-aventurada, e assim sempre o será.
Maria, Mãe de Deus
O título “Mãe de Deus”, que é dado a Maria, pode causar alguma confusão. Só há uma forma de tornar-se membro da raça humana, que é ter nascido de mulher. Deus que nos criou queria estar bem no coração de Sua criação e desejou quis Se tornar humano também. Deus tornou-se homem na pessoa de Jesus Cristo e Maria foi Sua mãe.
Em Jesus Cristo, Deus tornou-se homem. Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano. Ele é o único mediador entre Deus e nós. Ele traz os céus à terra e leva os homens e mulheres até Deus. Maria, sendo a mãe humana de Jesus Cristo, pode ser chamada de “portadora de Deus”.
Durante os cinco primeiro séculos da Igreja, não havia muitas teorias sobre como Jesus Cristo era tanto Deus e homem. Alguns enfatizavam Sua divindade, outros estavam mais preocupados com Sua humanidade. Finalmente, o Concílio de Éfeso em 431 resolveu a questão declarando Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Conseqüentemente, também afirmou que Maria não só é Mãe de Cristo, mas também Mãe de Deus. Se nós dissermos que Maria não é Mãe de Deus, então Jesus Cristo não é Deus e nós não estamos salvos. O título está, na verdade, dizendo mais sobre Jesus Cristo do que sobre Maria.
Maria, portanto, é realmente a Mãe de Deus se duas condições estiverem cumpridas: ela é realmente a mãe de Jesus e Jesus é realmente Deus.
Fonte: Maria Mãe de Deus