“Um homem entra no bar, com pose de durão, e pede um tira-gosto bem quente pra curar a ressaca. O dono bar traz uma linguiça frita pelando de quente. O homem dá uma mordida grande e diz:
– Rapaz, isso era quente? Traga um negócio quente de verdade!
O comerciante vai à cozinha e traz um pedaço enorme de queijo coalho ainda derretendo, pensando que agora ia ver se o cara era forte como parecia ou era só fachada. O fortão coloca o pedaço inteiro dentro da boca e engole:
– Rapaz, isso é o mais quente que tem aqui? Traga uma coisa quente de verdade, comida de homem!
O dono do bar fica invocado. E vai buscar um maxixe que estava fervendo fazia tempo dentro da panela de feijão. Quando cozido, o maxixe é um legume que já fica quente por fora. Por dentro, então, a casca grossa conserva o calor e fica mais quente ainda.
– Tá aí! Agora quero ver se o senhor é homem de aguentar isso aqui! – diz o dono do bar, e coloca o maxixe no prato do cliente.
O fortão, todo exaltado, coloca o maxixe inteiro na boca e, com convicção, dá uma mordida rompendo a casca. Ele para. Olha para o dono do estabelecimento. Não abre a boca. Descem duas lágrimas pelos cantos dos olhos. O comerciante, todo satisfeito, pergunta:
– E aí? Tava quente agora?
O rapagão, falando fininho, responde:
– Não é isso não… é que quando como maxixe… me dá uma saudade da mamãe!”
Essa semana que antecede o dias das mães é também uma semana de saudade. E aí não tem coração duro que aguente firme a falta que ela faz. Para muita gente, o dia das mães é dia de sentir saudade.
Há todo tipo de saudade. Saudade da mãe que ficou lá na cidade onde a gente cresceu, da qual partimos para construir a vida em outro lugar, deixando a terra com esperança de futuro, mas com o coração apertado a lembrar de quem ficou.
Ou então saudade da mãe que não está mais nesta terra, que partiu, que despediu-se dessa vida, depois de ter deixado tão grandes frutos: gestos de amor, de cuidado, de preocupação, e frutos como nós, os filhos, através dos quais a sua própria vida se perpetua.
Para alguns, é saudade também da mãe que não se conheceu, que, por motivos variados, não viveu conosco. Nessa data se imagina quem ela deveria ser, o que pensaria sobre nós, e tantas outras dúvidas que pairam sobre o coração.
No fundo do coração sincero sempre dá uma saudade da mãe.
Essa semana é de saudade também da mãe que tá brigada com a gente. Decepcionada, magoada, mas que ainda nos ama muito, embora esteja precisando de tempo para perdoar, ou de tomar coragem pra falar… ou, o contrário, saudade da mãe que a gente tá brigado com ela, que nos decepcionou, que nos machucou, ou com quem a gente se irritou, por besteira… Com certeza, ela espera com o peito apertado o seu perdão, e não vê a hora de te abraçar de novo.
Essa semana é também de saudade, sim, mas de muita gratidão por tudo o que ela foi para você. E se ela não foi nada para você, foi através dela que veio o dom precioso de sua vida, e por isso também se deve ser grato. Essa semana é tempo de rezar por nossas mães, as conhecidas e desconhecidas, as carinhosas e as indiferentes, as duronas e as de coração mole, as presentes e as que estão distantes. Porque no fundo do coração sincero sempre dá uma saudade da mãe.
Louvemos a Deus por todas as mães que de algum modo estão distantes, mas que moram em nosso coração, nossas intenções, nossas expectativas de dar e de receber amor. Ao final dessa leitura, reze uma Ave Maria por sua mãe, e que a sua oração chegue longe, alcance onde estiverem os ouvidos saudosos de sua mãe.
Leia também:
Ser mãe é alegria
Minha mãe conectada
Coisas de mãe
Meu presente é oração
Ser todo teu, oh Mãe
É preciso amar sua mãe como se não houvesse amanhã
Por Eduardo Martins, thanks so much for the post.Really thank you! Keep writing.