Hoje a Igreja celebra a festa de uma grande serva de Deus, Santa Maria Madalena. Essa alma esposa do Senhor é, sem dúvida, um grande exemplo de amor esponsal. Tanto que, mesmo diante das grandes torturas que presenciou Jesus sofrer e das ameaças e perigos que ela mesma correu, não o abandonou. Lavou com suas lágrimas os pés de Jesus e enxugou com os seus cabelos, fazendo de tudo para proporcionar-lhe algum alívio e consolo.
O escrito Amor Esponsal da Comunidade Shalom nos ensina que: “Um coração inflamado por esse amor, tudo realiza e a tudo se dispõe”. (Escritos AE, 11). Desse modo, convido-o a ler em espírito de oração a partilha dessa discípula e ministra da Paz. Seja você também, por meio de seu testemunho, impactado com o choque da ressurreição e da misericórdia de Deus.
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Uma partilha íntima de Madalena, a “misericórdiada” de Deus
Foi, sem dúvida, o momento mais forte e mais feliz de toda minha vida. Naquela época eu era uma pecadora pública, muito desejada por uns e muito odiada por outros. Amor mesmo, todavia, não tinha de ninguém. Contudo, minha sorte começou a mudar quando Ele, meu Shalom, veio amorosamente e misericordiosamente ao meu encontro. Ele não me julgou, não me condenou, apenas me amou e me acolheu gratuitamente.
Ele restaurou minha dignidade manchada e ferida, fez com que eu me sentisse uma mulher e não mais um objeto de prazer. Eu corri muitos riscos, sabe? Mas escolhi ficar com Ele, mesmo quando quase todos fugiram. A cada cusparada, a cada açoite, a cada golpe violento que Ele sofria dos torturadores e do povo, minha alma se contorcia de dor. Meu desejo era morrer com Ele! Pensando bem, eu morri… Com certeza, morri… Seus braços abertos na cruz e Seu coração transpassado de dor e amor, amadureciam e fortaleciam mais e mais minhas disposições de amá-Lo, servi-Lo e unir-me a Ele de modo incondicional.
Mulher, por que choras? Choque de misericórdia e ressurreição
Depois do repouso obrigatório do sábado, que para mim não foi repouso, mas tortura, eu voltei ao sepulcro, sentia-me desorientada e enlouquecida pela dor. Apesar desse meu estado emocional abalado, algo dentro de mim sentia que Ele não estava morto, mas presente e vivo, não sei bem explicar. Para minha surpresa, espanto e dor, o sepulcro estava vazio. Gritei… chorei… chorei muito (cf. Jo 20,11).
Quem roubou o corpo do meu Shalom, do meu Senhor? No Auge do meu desespero e dor, uma voz forte e ao mesmo tempo pacífica e doce me interpelou: “Mulher, por que choras?” Eu respondi, entre soluços: “Levaram o corpo do meu senhor e não sei onde o colocaram!” (Cf. Jo 20,13).
Entretanto, tudo mudou… Tudo… Tudo mesmo, quando Ele fez um gesto simples, pronunciou meu nome: “Maria!” Ainda desorientada e confusa, fiquei a pensar: “Apenas um homem, entre tantos e tantos que eu havia conhecido na vida, me chamava pelo nome e não por apelidos vulgares, devido ao estilo de vida que eu tinha antes”. Então entendi: finalmente Ele voltou. Sim! Meu Shalom voltou como havia prometido. Então gritei, gritei, gritei bem forte: Yeshua! Yeshua! Yeshua! Fui ao encontro Dele, foi o dia mais feliz da minha vida.
Como disse, sou Maria Madalena, a misericordiada e pacificada por Deus. Ele veio ao meu encontro e socorro. Desejo, assim, que Ele vá também ao seu encontro hoje. Se você conhece mais alguém que precisa receber um batismo na misericórdia, me ajude, faça com que essa minha partilha chegue até ele.
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Deus te abençoe sempre, Shalom!
São Josafá Kuncewicz e Santa Maria Madalena pelo saneamento e pela paz e compreensão entre os povos!