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Dia do desenhista: Conheça três profissionais que comunicam a beleza da criação através das suas obras

Anselmo, Jean e João Gabriel: três desenhistas de diferentes áreas que possuem a mesma missão — evangelizar pelo meio artístico para transmitir a beleza da criação.

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Hoje é o Dia Internacional do Desenhista. A data foi criada para homenagear um dos mais famosos desenhistas da história, Leonardo da Vinci, que nasceu no dia 15 de abril de 1452, na cidade de Vinci, Itália.

A data é destinada a homenagear os profissionais e artistas que encantam e fascinam com traços e com muita criatividade. O desenhista, além da sensibilidade, precisa entender de perspectiva, de ângulo, de profundidade, de luz e de sombra na hora de produzir cada trabalho.

Para representar este dia, conversamos com três desenhistas cristãos: João Gabriel, designer gráfico, Anselmo Frugerio, multi-artista sacro e Jean Miguel, iconógrafo. Vamos conhecê-los?

O design reflete a obra da criação

João Gabriel Rodrigues de Sousa tem 30 anos, é designer gráfico, trabalha com comunicação visual e também faz caligrafia artística. Segundo ele, a sua arte consiste em “olhar para Jesus em tudo que faço, mesmo em trabalhos que não estão diretamente ligados à Igreja. Me vejo como parte dos artistas que estão buscando outros meios de expressar suas artes com trabalhos belos, com muita carga emocional e santidade”, comentou.

A vida de oração gera tranquilidade e equilíbrio no artista, para que nos momentos de pintar ou de organizar algum projeto, ele possa ver como Jesus vê. E completa: “sou um simples instrumento para que Ele aja, daí vem a real missão, de nós artistas, e de todos nós aqui na terra (cada um com o seu trabalho) —, de realizar atividades — no meu caso pinturas —, que possam servir de inspiração para que as pessoas se conectem diretamente com Deus”.

Os desenhos representam a presença divina para João —, que constata, através da arte, a existência do Criador que está sempre próximo. Nem sempre o artista produz imagens sacras, no entanto, ele deve sempre estar atento à simbologia criada diante dele e o que ela irá comunicar para as pessoas.

“Sempre é possível evangelizar através dos nossos trabalhos. Esse desafio é o que me motiva a sempre estudar mais, sem esquecer de rezar pedindo a condução divina”, conclui João.

Arte sacra: Beleza e tradição

O multi-artista sacro Anselmo José Frugerio, de 42 anos, é casado e pai da Cecília, da Helena e da Clara. Ele é produtor e diretor de teatro, ator, artesão plástico, pintor, iconógrafo e escritor. Anselmo conta que sempre desenhou, e narra que quando criança, dizia que queria ser desenhista e ‘pintista’ — era assim que ele se denominava. “Em determinado momento me vi só, com meus lápis e pincéis nas mãos. Foi quando ouvi Deus me questionando: ‘Quando é que você vai fazer aquilo que realmente nasceu para fazer?’ E assim, há quatro anos, vivo exclusivamente da arte, pintando Igrejas e escrevendo ícones”.

Anselmo segue uma corrente de artistas de estilo tradicional, como Cláudio Pastro e Dom Ruberval, que mantiveram a riqueza e os valores da arte sacra, modernizando-a até certo ponto, mas sem permitir que a Beleza e que a tradição desaparecessem. Esta Beleza, segundo o artista, é Beleza com ‘b’ maiúsculo, pois “quando falamos dela na Igreja, falamos do próprio Deus”.

Os desenhos do Anselmo representam a vida nova dele em Cristo Jesus. A partir de Cristo tudo se faz novo na vida humana: Jesus renova a existência com um amor apaixonado, de entrega total, que se deu na Cruz e foi concretizado na Boa Nova da Ressurreição. “Costumo olhar para trás e ver o que a Igreja já criou. Sempre há uma inspiração numa homilia, numa poesia, numa passagem bíblica, numa cena de filme, num belo momento de oração… o artista é, acima de tudo, um grande observador, que tudo pode inspirar. É preciso estar sempre de prontidão, com o olhar atento”, concluiu.

Iconografia: o sobrenatural escrito por mãos humanas

Jean Miguel tem 26 anos, é artista plástico, estudante de arquitetura e urbanismo e iconógrafo. Desde criança, o jovem era muito interessado pelos diferentes tipos de arte e até mesmo nas brincadeiras com os colegas e  com os vizinhos, ele explorava esse gosto e aptidão. Aos nove anos de idade, ele começou a estudar teatro. “Para mim isto foi um marco, pois foi a partir deste fato, que me abri ainda mais ao processo criativo”. E complementa: “sempre desenhei, mas foi também neste período do teatro que comecei a estudar as técnicas e os tipos de desenho. Muitas vezes eu chegava mais cedo ou saía mais tarde para acompanhar o professor que trabalhava com a criação dos figurinos e dos cenários. Ficava encantado ao ver a folha em branco ganhando vida e os traços sendo feitos revelando aquilo que havia sido pensado”.

Jean se dedicou ao desenho um pouco mais tarde, após uma descoberta vocacional. “Pude, através da experiência do encontro pessoal com Cristo, dar sentido a toda a minha arte e descobrir ainda mais a aptidão que eu tinha, mas que deixava um pouco de lado”, confessou o artista. Depois dessa experiência, a iconografia ganhou espaço na vida de Jean de forma muito silenciosa e concreta.

É através do desenho que ele também encontra Cristo, o Ressuscitado que passou pela Cruz. Pelos traços artísticos ele contribui com a missão da Igreja, que continua a obra criadora na terra e transforma os corações das pessoas. A inspiração para ele vem da oração parada e contemplativa, aos moldes de Santa Teresa de Ávila.

“O desenho tem um ‘poder’ próprio, é uma linguagem universal. Não requer tradução ou interpretação. Diante de um ícone, tanto o estudioso, quanto a pessoa sem acesso à informação, têm uma experiência particular, e ali — na contemplação da obra —, ela entende, vive e entra no contexto da criação. A arte tem essa força de atrair, de comunicar e de transformar a todos. Deus é artista! Gosto muito de ver o pôr do sol. É incrível que a cada dia há uma nova configuração de cores, de luz e sombra… Deus desenha na natureza!”, exclama o jovem.

A iconografia, para Jean, é uma escola de fé, de oração e de conversão. A técnica usada por ele tem como base produtos naturais, como a madeira, o linho e a gema de ovo. As cores são obtidas através de minerais e de vegetais. “Toda a criação louva o Senhor”, conclui o artista.

A beleza salvará o mundo

“A beleza salvará o mundo”, profetizou Fiódor Dostoiévski. Esta é a frase que os nossos personagens acreditam — e assim comunicam a Boa Nova do Evangelho em cada detalhe. “A beleza é a expressão visível do Bem, do mesmo modo que o Bem é a condição metafísica da beleza”, foi o que deixou escrito São João Paulo II na carta aos artistas. Que a Verdade divina continue sendo revelada a cada traço humano, para que o homem não seja jamais um desconhecido para si mesmo.

Janaina Teixeira


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