Shalom

Dom Francisco à Comunidade Shalom: vencer o medo e a incredulidade para evangelizar mais

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O discípulo de Jesus precisa vencer o medo porque, na verdade, o Ressuscitado já venceu para a sua Igreja o medo e a incredulidade. Essas foram palavras de Dom Francisco Cota à Comunidade Católica Shalom da capital paranaense. Na homilia durante Missa em ação de graças pelos 36 anos de fundação do Shalom, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba pediu que os membros da Comunidade cultivem dentro de si “a coragem da missão”, por meio da intimidade com Deus. A Eucaristia foi celebrada na segunda, dia 9.

“A Igreja não vive do medo nem da incredulidade, mas é chamada a uma profissão de fé. Que a Comunidade Shalom possa de fato crescer nesta experiência com o Ressuscitado, neste culto de adoração. Que cresça na sua vida espiritual. Nós vamos levar para o mundo o que temos no nosso coração, no nosso íntimo”, afirmou Dom Francisco.

Ao citar o Evangelho de João 20, 19, escolhido para a liturgia do dia – pois é a passagem da Sagrada Escritura que contém o “mistério cristológico” da vocação Shalom, ou seja a que melhor define o seu vínculo com a vida de Cristo – o bispo disse que a Paz nada mais é do que a vida na graça de Deus, onde o amor constrói as relações. Esse “shalom”, palavra em hebraico que significa “paz” precisa ser uma experiência primeiramente vivida dentro da Comunidade, entre seus membros.

Duas portas a serem abertas

“A Comunidade precisa olhar para os desafios da evangelização com fé e coragem”, exortou o bispo. Para explicar esse pensamento, Dom Francisco recorre ainda ao Evangelho de João. A narração mostra que, após a Ressurreição de Cristo, os discípulos se reúnem a portas trancadas, por medo dos judeus, até que Jesus lhes aparece. Nesta primeira vez, um dos discípulos, Tomé não presencia a chegada do mestre. Uma vez mais, Jesus lhes aparece, e o Evangelho de João insiste que ainda esta vez eles estavam trancados em uma sala. Nesta segunda aparição, Tomé está reunido ao grupo.

“Por que pela segunda vez as portas estavam fechadas? O Evangelho não fala que é por medo dos judeus. O que não foi plenamente superado pelos discípulos? A incredulidade. A primeira porta é o medo, a segunda é a da incredulidade. Como acontece com Tomé. Depois desse episódio não tem mais portas fechadas. A Igreja não tem mais portas fechadas”, disse o bispo.

Dom Francisco destacou que a paz é resultado deste encontro entre o homem e Deus, na intimidade com Jesus que se busca na adoração, na Eucaristia celebrada, no conhecimento de Sua Palavra. “Quanto mais crescemos nesta experiência, mais Ele nos recompensará com a sua paz. E o mundo está precisando de paz”, afirmou.

Ele fez uma comparação entre a profecia de Oséias, primeira leitura da liturgia da Missa, e a situação de muitos jovens hoje, para demonstrar a urgência da evangelização e fazer à Comunidade Shalom um apelo: “A cadeia também precisa de Shalom”.

“Na leitura de Oséias, a esposa infiel é chamada a voltar ao seu esposo e não chamar ‘meu baal’. Os jovens hoje estão entregues aos vícios, à promiscuidade sexual. Isso é um baal. Vemos a nossa juventude se destruindo em uma vida vazia de Deus. Conhece tudo o que é de mundano, e pouco de Deus”, destacou.

“Será que nós também não poderíamos ajudar esses jovens a ressignificar a sua vida? Por que um jovem foi parar na cadeia? Porque foi enganado por baal. Deus nunca vai deixar de amar a juventude como sua esposa querida. Vamos ajudá-los a voltar a sentir isso”, concluiu o bispo.

Em Curitiba, o ministério de Promoção Humana da Comunidade Shalom realiza visitas a hospitais e a presídios, no Projeto Mãe das Dores. O objetivo é levar o amor, a esperança e a consolação do próprio Deus para enfermos e pessoas privadas de sua liberdade. As palavras de Dom Francisco confirmam a certeza da Comunidade a respeito daquilo que a Igreja local espera, e animam os seus membros a buscarem cada vez mais essa integração entre a evangelização da juventude e a promoção humana.

 

Emanuele Sales


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