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O dom da hospitalidade

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Um convite para refletir sobre o Dia Mundial do Turismo

Como sugestão, seguem algumas ideias e conceitos que levam à reflexão sobre o “turismo”, sem limitar à comemoração do Dia ou às recordações de viagens rhospitalidadeealizadas por cada um.

Inicialmente, resgatando um trecho da Mensagem do Papa João Paulo II em 2004 por ocasião deste Dia, que se celebra a 27 de setembro: “…O Dia Mundial do Turismo não só oferece de novo a oportunidade de afirmar a contribuição positiva do turismo para a construção de um mundo mais justo e pacífico, mas também de refletir profundamente sobre as condições concretas em que ele é gerido e praticado”.

A este propósito, a Igreja não pode deixar de reiterar, uma vez mais, o núcleo da sua visão do homem e da história. “Com efeito, o princípio supremo que deve reger a convivência humana é o respeito pela dignidade de cada indivíduo, criado à imagem de Deus e, por conseguinte, irmão de todos os outros.” (Mensagem do Papa João Paulo II para o dia mundial do turismo 2004)

A viagem reflexiva leva também a considerar uma definição do termo “turismo”. A Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial de Turismo define turismo “como a atividade do viajante que visita uma localidade fora de seu entorno habitual, por período inferior a um ano, e com propósito principal diferente do exercício de atividade remunerada por entidades do local visitado” (Wikipedia-26/09/13).

Tanto a gestão quanto a prática do turismo estão cercados por princípios de sustentabilidade que remetem ao respeito, às diferenças, à abertura aos outros, à conservação do patrimônio histórico, cultural e natural, enfim, ao entendimento da ecologia tendo em conta o meio ambiente como um todo e não apenas um aspecto.

Ninguém se desloca naturalmente a um local diferente do seu lar, com o objetivo de depreciar o outro lugar, esgotar recursos, ou se entristecer com a falta de beleza do local. Os deslocamentos por turismo geralmente são motivados por interesses diversos e positivos, por motivo de lazer, enriquecimento cultural, contato com a natureza, descanso em um local que tire alguém do contexto habitual, reunir a família para estar um tempo maior juntos, estudo de uma realidade diversa, e assim por diante. O que não poderia faltar para este tempero do turismo é que não pode haver a exploração no sentido pejorativo, nem do patrimônio material, e muito menos do principal patrimônio de qualquer localidade: as pessoas! As que viajam e as que recebem viajantes. Uma relação que pode ser significativamente rica para ambas as partes se existir o respeito pela dignidade de cada um.

Por trás da movimentação gerada pelo turismo está o serviço de milhões de pessoas que se empenham por ver nele uma atividade econômica, mas não unicamente, já que se envolvem e descobrem uma vocação para a “arte de bem receber” que é a hospitalidade. Por mais que existam os oportunistas do turismo, o “dom da hospitalidade” faz um se diferenciar do outro e torna viável e mais digna a interação de uns com os outros.

No livro Caminho, no ponto 974, São Josemaria Escrivá cita a hospitalidade no contexto de um anfitrião para um almoço: “Apostolado do almoço”. É a velha hospitalidade dos Patriarcas, com o calor fraternal de Betânia. – Quando se pratica, parece que se entrevê Jesus presidindo, como em casa de Lázaro.”

Quem voltaria a um local onde não foi acolhido, aceito, respeitado?

E quem não se sente movido a agradecer, mesmo que esteja “incluído no pagamento”, a cortesia de um profissional que trabalha no turismo de forma cortês, gentil, amável…

Quantas virtudes menores estão por trás desta grande virtude da hospitalidade? E quanto se pode melhorar o relacionamento entre diferentes povos se busca a prática dela e de todas as outras!

Servir é um dom divino! O primeiro a servir foi o próprio Deus enviando o Seu Filho Único para servir redimindo!
E “A hospitalidade é partilha da vida. Isabel e Maria hospedam-se reciprocamente, partilhando o lar e o alimento, a trepidação e as alegrias, a fragilidade e a coragem. E nesta partilha da vida chegam a comparticipar do próprio coração de todas as vidas: Deus que habita em cada vida humana. Deus que visita todos os acontecimentos da história”. Homilia do cardeal Tarcisio Bertone na celebração eucarística para os bons votos de natal à secretaria de estado quinta-feira, 21 de dezembro de 2006.

Patricia Marega Pacheco
Gerente de recursos humanos no segmento de turismo e hospitalidade
disponível em http://www.zenit.org/pt/articles/o-dom-da-hospitalidade

 


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