Formação

E a família, como vai?

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O Dia dos Pais abriu a Semana Nacional da Família em todo oBrasil. Desejo, pois, dirigir-me a todas as famílias e dizer-lhes que são umagrande bênção de Deus! A família deveria ser reconhecida pela ONU como um“patrimônio da humanidade!” Se há cidades, monumentos e ruínas antigas querecebem esse reconhecimento, quanto mais ele caberia bem para a família, quetanto bem realizou e ainda realiza no presente, à pessoa, à sociedade!

 Não vou tratar aqui dos problemas familiares, das crises docasal, das dificuldades na educação dos filhos, dos desencontros queinevitavelmente surgem ao longo da vida e das famílias mal constituídas oufracassadas. Tudo isso, sem dúvida, existe, mas não coloca em dúvida aimportância da família. Quero falar bem da família, da sua importância na vidadas pessoas, da sociedade e da Igreja. Ela presta um serviço insubstituível àpessoa, desde o seu nascimento até à morte e se revela fundamental, sobretudo,nas fases extremas da vida, na infância e na velhice, quando as pessoas são quaseinteiramente dependentes da ajuda e da proteção de outros. Imaginemos a criançarecém-nascida, sem o aconchego familiar… Ou o doente, a pessoa idosa, já incapaz de se ajudar…

 A família está fundada sobre as bases da natureza e do amor,ela é humanizadora e “personalizadora” e faz com que o indivíduo não se sintaisolado no mundo, ou um objeto útil para outros fins, mas um sujeito em diálogocom outros sujeitos e participante de um grupo de base, onde a pessoa vale porela mesma, e não porque ela pode ser útil ou interessante para a sociedade,para o sistema econômico ou político.

 A família também é um bem para a grande sociedade. Continuavalendo o princípio afirmado há muito tempo pela Doutrina Social da Igreja epela antropologia cristã: a família é a célula básica da sociedade, umainstituição natural que precede a sociedade política; ela é intermediária entreo indivíduo e o Estado, com a diferença que neste pequeno núcleo de relaçõeshumanas, a pessoa conta por ela mesma, e não apenas pelo interesse que elapossa ter para a sociedade. Se a grande sociedade descuida da família, eladestrói suas próprias bases. Existem estudos científicos recentes, do ponto devista sociológico e antropológico, que deixam claro: onde o cidadão estáamparado por uma família, a sociedade tem mais solidez e coesão; e o Estado temmuito menos problemas para resolver na educação, na saúde, na formação do sensoético, na superação da violência. E, ao invés disso, muito maiores problemas deviolência, de abandono de pessoas, de depressão são constatados onde asrelações familiares estão comprometidas, ou não existem.

 Em tempos de campanha eleitoral seria bom ouvir doscandidatos a todos os cargos em questão, do Executivo e do Legislativo, quaissão suas convicções e propostas de políticas públicas para a família. Comopretende proteger e defender a família natural, formada a partir da união de umhomem com mulher? Como pretende promover a paternidade e a maternidaderesponsável? O que pensa do aborto? Da eutanásia? Da união civil de pessoas domesmo sexo? Do incentivo à atividade sexual precoce de crianças e adolescentes,mediante a distribuição de preservativos nas escolas?

 Faria bem o Estado, se investisse mais na família através depolíticas públicas para incentivar os jovens a formar famílias bemconstituídas. Se alguém pensa que isso é discurso “moralista” ou “religioso”,está muito equivocado, pois é dever do Estado cuidar da família e ajudá-la arealizar bem sua missão. Se as famílias conseguem conviver num espaço digno,educar bem os filhos, encaminhá-los na vida para serem pessoas de bem, issoserá um ganho para toda a sociedade e o Estado.

 Pela importância antropológica, educativa, econômica epolítica que a família tem, bem que o futuro Governo Federal poderia instituirum Ministério da Família, que se ocupasse do amparo e do incentivo à família.Seria uma enorme ajuda ao próprio Estado, que passaria a se preocupar maisdiretamente com as pessoas, suas situações e necessidades. Será que é demais,sonhar com isso? Espero que não.


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