Me chamo Naira Hamony, mãe, postulante e enfermeira. Desde que me entendo por gente sempre sentia um amor pela maternidade, não conseguia ver uma criança que poderia ser do meu tamanho que já queria colocar nos braços, brincar e ninar. Vocação né? (rs).
Mas ao me deparar com o teste positivo eu passei a me fazer muitas perguntas. Como seria manter vivo alguém, ali dentro de mim. Na época tomava remédio para a insônia e ansiedade e na consulta com a obstetra ela me deixou a responsabilidade de escolher deixar ou continuar a tomar a medicação, pois era uma decisão que traria muitas consequências físicas e psicológicas para mim mesmo em um tempo já muito desafiador devido à explosão de hormônios própria da gravidez.
Escolher interromper a medicação foi a primeira prova de amor que eu poderia fazer para esse ser que eu não via, não tocava, só sabia que existia e amava mais que a mim.
No primeiro exame de ultrassom, ouvir o coração e ver que tudo estava nos conformes me fazia entender sobre a importância da renúncia da medicação, aprendi a amar mais ali e a cada mês, quando a médica elogiava o pouco ganho de peso, a saúde em dia, os exames todos ok, eu lembrava dos esforços que fazia por amor, comia bem, ia a natação tudo pelo bem do ser gerado dentro de mim.
Ansiedade natural
Passei a minha gestação ansiosa e o meu maior esforço era que meu parto fosse normal, pela recuperação mais rápida e também pelos benefícios atribuídos ao bebê, a importância disso sempre vinha na minha cabeça quando eu pensava em fazer algo diferente daquilo que costumava fazer, a única coisa que fiz durante os nove meses nos dias mais difíceis de Insônia e ansiedade era para que não afetasse emocionalmente minha Madalena.
E na madrugada do dia 12 de outubro de 2022, fui agraciada com o nascimento do maior amor da minha vida, dia de Nossa Senhora Aparecida, a mesma que havia me prometido um milagre na minha visita a Aparecida do Norte (SP), eu clamava pela cura dos meus problemas de ansiedade e insônia. Madalena nasceu, e eu, Naira renasci.
Dali em diante eu percebi que conseguia com a graça de Deus ser mais forte que o que eu imaginava, e cinco meses depois de Madalena eu descobri uma nova gestação, um desafio ainda maior, sem dúvidas, mas a oportunidade de confiar ainda mais na graça de Deus que me assiste, pois, a graça é derramada de acordo com o que necessitamos.
Por Naira Hamony Santos de Melo