Formação

É possível sair do satanismo e evitá-lo

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Existem sinais que permitem suspeitar da entrada de um jovem em meios satânicos, mas desses círculos é possível sair; de qualquer forma, a responsabilidade dos pais de família é crucial.

São alertas dados em uma monografia publicada pela revista «Família Cristã» (semanário do grupo editorial São Paulo, com mais de um milhão de exemplares), cujas páginas de 4 de fevereiro fazem um percurso pelos aspectos médicos e religiosos do fenômeno, contribuindo com mais testemunhos.

Psiquiatra e presidente da Associação de Psicólogos e Psiquiatras Católicos, o professor Tonino Cantelmi reconhece no semanário: «Em uma investigação de algum tempo atrás, descobrimos que um de cada dez adolescentes na Itália corre o risco de cair no fenômeno do satanismo».

Em sua opinião, «é uma porcentagem terrível», mas «ainda mais dramático é outro dado: uma porcentagem enorme de jovens entrevistados declarou que se Satanás lhes der poder e riqueza, não teriam dificuldades em aliar-se a ele».

O especialista é co-autor (com a psicoterapeuta Cristina Cacace) de «O livro negro do satanismo» («Il libro nero del satanismo», Ed. São Paulo).

Não hesita em advertir, em «Família Cristã», sobre a invasão de reclamações à cultura satânica no mundo inteiro, em livros, revistas, sites da Internet ou no cinema; por exemplo, é o caso dos desenhos animados que se remetem explicitamente à violência, à conquista do poder e ao domínio sobre os outros.

Afirma: o satanismo «não é ausência de valores — se fosse assim, nós o combateríamos com mais facilidade –, mas é um contra-valor, afirmação do valor moral do mal».

Sintomas e soluções

Fenômeno transversal e penetrante, o satanismo envolve a pessoa de qualquer estrato social, de famílias atéias ou religiosas, em cidades ou pequenas localidades. Daí a dificuldade em detectar, para os pais, se um filho está ligado a alguma seita ou grupo desse tipo, aponta «Família Cristã».

O volume do professor Cantelmi traça alguns sintomas ante os que é preciso prestar atenção — ainda que não significam necessariamente que um jovem esteja em contextos satânicos: depressão de improviso, mudanças repentinas de humor, agressividade, inquietude, tendência à rebelião hostil, incapacidade de concentrar-se, desinteresse pela escola, tendência à solidão, rejeição excessiva dos valores religiosos da família, atração pelo oculto, magia, rituais, simbolismos, conteúdos violentos e sanguinários.

De qualquer forma, assegura que é possível sair das seitas satânicas: «Desejaríamos que as famílias e os educadores compreendessem que existe uma terapia especializada, levada a cabo por figuras específicas de psicoterapeutas, a chamada ‘exit strategy therapy’», aponta.

Voz da Igreja: atenção ao eclipse da fé em Deus

Desde a perspectiva eclesial, frente ao fenômeno do satanismo, o semanário recolhe várias alertas: não negar a existência de Satanás e sua ação, cujo terreno propício é o eclipse da fé em Deus; e recordar que quem reza e vive unido a Ele não tem nada a temer.

O cardeal Severino Poletto, arcebispo de Turim, falou do tema com «Família Cristã», dado que há poucos meses nomeou quatro novos exorcistas — simplesmente em substituição dos anteriores, porque este ministério «desgasta» — e também porque assim contribui a destruir — diz — «a lenda urbana que quer ver Turim com um dos vértices do triângulo mágico-esotérico, junto a Lyon e Praga, ou, pior ainda, como a capital italiana das missas negras».

Desde 1999, isto é, desde sua tomada de posse como arcebispo local, nunca teve de intervir em atos deste tipo nem se lhe assinalaram roubos de formas sagradas.

Confirma: «Não tenho nenhuma dúvida quanto à existência de Satanás e sua ação no coração das pessoas para induzi-las ao mal».

«A prudência que a Igreja prega e exerce com relação a isso não deve ser entendida como tácita negação do demônio, que a verdade revelada nos diz que existe», aponta.

Mas «casos que são problemáticos, difíceis de discernir, não devem ser julgados imediatamente como exemplos de posse ou de humilhação diabólica — adverte. Deve-se ir com cuidado».

A quem pense que tem problemas com Satanás, o cardeal Poletto aconselha que se dirija antes de tudo a um sacerdote de sua confiança.

«O primeiro discernimento pode ser perfeitamente realizado com o próprio pároco, tendo presente, como disse um teólogo, que na maioria dos casos se tem mais necessidade do confessor que de outra coisa. Será o sacerdote — prossegue — quem dirá se é oportuno dirigir-se a um psicólogo, a um psiquiatra ou ao exorcista.»

Foi «Paulo VI, no discurso de 15 de novembro de 1972, em uma audiência geral de quarta-feira», que recordou «que quem não crê no demônio, situa-se fora da Igreja» –– explica o sacerdote à “Família Cristã”. Uma vez falei com João Paulo II sobre os bispos que não crêem no diabo. E ele me respondeu taxativamente: quem não crê no demônio, não crê no Evangelho».

A presença palpável de Satanás se explica atualmente, para o Pe. Amorth, em que «caiu a fé e aumentou a superstição».

«Seitas, ocultismo e cartomancia. Para o demônio, é um terreno fértil e vai direto a ele», adverte.

Mas «se a pessoa reza e vive unida a Deus, não tem nada a temer», conclui.

Fonte: Zenit


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