A preocupação com a participação do cidadão na vida pública como um ser político é antiga. Filósofos já tratavam do assunto nas democracias gregas, como se observa nos escritos de Aristóteles. A reflexão é a seguinte: a pessoa humana é um ser político dada sua inclinação natural para viver em comunidade, logo a convivência pública exige que a cada um seja dado o que lhe é devido. Aqui repousa, na visão de Aristóteles, a noção universal de Lei Natural.
Estes conceitos todos estão imbricados, sobretudo se for considerado que existindo agrupamentos humanos será necessária uma ordem de coisas capaz de assegurar a igualdade de direitos.
O Antigo Testamento narra a intervenção feita pelo Deus criador que dá uma lei natural de caráter universal, eterno e imutável. já no Novo Testamento, Jesus Cristo – embora rejeite o poder despótico e toda tentativa de divinizar o poder temporal –, não contesta a autoridade humana, mas afirma que se deve dar a Deus o que é de Deus e ao poder temporal aquilo que lhe é devido (Mc 10, 42; Mc 12, 13-17).
Neste passo, impossível não fazer memória da Exortação Apostólica Christifideles Laici segundo a qual todos e cada um têm o direito e o dever de participar da “múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum”.
Ora, o modelo de sociedade atual exige a ampla participação dos cidadãos na coisa pública. Já o Magistério da Igreja afirma a necessidade de participação do cristão na vida política, destacando a importância no cuidado com tendências culturais que defendem a decadência da ética e dos princípios da lei moral natural nesta seara. Não se pode perder de vista o perigo da concepção relativista do pluralismo, que se utiliza da liberdade de pensamento devida ao homem para afirmar a inexistência de uma norma moral universal a qual deva submeter-se toda concepção do homem, do bem comum e do Estado.
Neste sentido, toda a Doutrina Social da Igreja reforça o direito e o dever do povo católico de apelar para o sentido mais profundo da vida humana e para a responsabilidade que todos têm pelo ser humano, tendo como esteio a Dignidade da Pessoa Humana em seu sentido mais profundo.
Assim também a consciência cristã bem formada jamais permitirá a atuação de um programa político ou de uma lei cujos conteúdos fundamentais de fé e moral sejam subvertidos com propostas alternativas ou contrárias ao Evangelho. É o caso das leis civis em matéria de aborto e eutanásia, aquelas referentes à manipulação genética do embrião humano, ou contrárias ao matrimônio monogâmico entre pessoas de sexo diferentes, que favorecem formas de escravidão como a droga e a exploração da prostituição ou aquelas que suprimem a liberdade de educação que os pais têm em relação aos próprios filhos.
Por fim, cabe ao cristão a defesa do direito à Liberdade religiosa, de uma economia que esteja a serviço da pessoa e do bem comum, do respeito à justiça social, ao princípio da solidariedade humana e o da subsidiariedade e também da paz como fruto da justiça e efeito da Caridade o que exige a recusa radical e absoluta da violência e do terrorismo.
Sendo livre, o cristão é chamado a viver e agir politicamente em conformidade com a sua consciência, para que através da política se instaure um ordenamento social mais justo e coerente com a dignidade da pessoa humana.
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