Nos dias atuais, fala-se muito de CRISE, seja financeira; emocional; humana; espiritual; social; ambiental; política, popularmente acredita-se que a crise econômica é mais sentida no cotidiano pelos brasileiros. Afinal, o que é economia e por que estamos tão mal?
De modo simples, a economia é definida como a ciência que aborda os fenômenos associados com a obtenção e o emprego dos recursos essenciais ao bem-estar (Larousse do Brasil, 2004)[1]. Outros especialistas afirmam que a economia busca a escolha ótima no uso dos materiais em escassez para atender a satisfação dos indivíduos.
No decorrer do nosso estudo, é possível encontrar a Oikonomia que refere-se à dinâmica administrativa da casa e da família. Além disso,
[…] Um organismo complexo no qual se entrelaçam relações heterogêneas […] O que une essas relações econômicas […] é um paradigma que poderíamos definir de gerencial e não epistêmico; ou seja, trata-se de uma atividade que não está vinculada a um sistema de normas nem constitui uma ciência em sentido próprio […] mas denota de certo modo de ser e implica decisões e disposições que enfrentam problemas sempre específicos que dizem respeito à ordem funcional das diferentes partes do oikos[2].
Lendo e rezando com as definições acima, é possível perceber que os acontecimentos no nosso cotidiano não ocorrem somente por uma ação errônea do próximo, tão pouco por “culpa” de Deus. Nota-se ainda que a definição da teoria econômica não elimina, mas reforça os princípios da oikonomia, pois, trata o ser humano com preferências insaciáveis. Aqui recorda-se das Sagradas Escrituras, “Se os mais altos céus não te podem conter, muito menos esta casa que eu construí!” (1Rs, 27b). A criatura humana só poderá ser preenchida em plenitude por Deus.
De fato, estamos vivendo em um cenário de crise nas mais diversas magnitudes, mas destaca-se que a crise motriz é nosso distanciamento de Deus, o nosso orgulho. Não caíamos em tentação! As crises financeiras não se restringem apenas à lavagem de dinheiro, as crises sociais não limitam-se somente à ausência de bens materiais; a crise política não está associada apenas à corrupção.
Os recursos naturais da terra são finitos; são esgotáveis e não são imunes à deterioração (NOGUEIRA; FORMOLO, 2016)[3]. Santa Teresa D’Ávila já falara “Tudo passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta; só Deus basta!”
Não enganemos com os números e/ou variações estatísticas. A essência econômica está vinculada à ação de misericórdia de Deus para conosco. Devemos nos relacionar com os bens como forma de gratidão a Deus, jamais como posse.
“Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima” (Louis Pasteur).
Referências
¹LELP, LAROUSSE. Larousse escolar da língua portuguesa. São Paulo: Larousse do Brasil, 2004.
² AGANBEM, Giorgio. O Reino e a Glória. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011, p. 31-32.
³ NOGUEIRA, M. E.O; FORMOLO,F.Z. O segredo da Providência Divina: Economia do Reino. Edições Shalom, 2016.
Por Bruno Bezerra Silva
Você já fez a sua Comunhão de Bens?
O Luís Fernando Azevedo Lopes publicou uma coletânea de artigos chamada “A Instituição de Poupança Pública”.