As eleições municipais no Brasil acontecerão no próximo domingo, 6 de outubro. Os eleitores, no entanto, têm encontrado um importante desafio para escolher os seus candidatos: a propagação de informações falsas, distorcidas ou manipuladas. Isso tem afetado diretamente a capacidade de se tomar boas decisões. Poderíamos dizer que a desinformação é um dos principais desafios enfrentados pela democracia moderna, como tem alertado o Papa Francisco, e, no contexto da política brasileira, marcada por profundas polarizações, esse fenômeno se torna ainda mais complexo e perigoso.
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O Santo Padre tem sido uma voz firme contra as chamadas fake news e, em diversas ocasiões, tem alertado sobre os perigos da propagação de notícias falsas, convidando a todos a adotarem uma postura de discernimento e responsabilidade na busca pela verdade.
Mas quais os desafios da desinformação?
O advogado Bruno Pacheco aponta o uso mal intencionado da Inteligência Artificial como um dos principais desafios.
“A inteligência artificial pode criar uma narrativa tão bem estruturada que é capaz de levar ao engano até as pessoas mais bem informadas. E não apenas isso: é possível criar conteúdo multimídia que clona pessoas, em sua aparência e voz, o que torna essa ferramenta ainda mais perigosa, quando utilizada para prejudicar”, explica.
Somado a isso, o missionário aponta a dificuldade de monitoramento das redes sociais, que facilita a propagação dessas fake news; e a falta de recursos disponíveis para o monitoramento dos próprios pleitos.
“Temos mais de cinco mil municípios no Brasil, estamos diante de mais de cinco mil eleições em andamento ao mesmo tempo, o que torna muito dificultoso o trabalho de acompanhar a evolução das campanhas de cada candidato em cada cidade”, aponta.
O que o eleitor católico pode fazer?
- Verificar as fontes antes de compartilhar informações
O Papa Francisco tem pedido para que evitemos propagar mentira e busquemos a verdade. Por isso, é importante sempre checar as fontes da informação, se se trata de uma fonte confiável. Sem isso, não compartilhe para que você não seja um canal de disseminação de mentiras e desinformação.
- Desenvolver o hábito da leitura crítica
Busque ler diferentes fontes sobre o mesmo tema, especialmente aquelas com pontos de vista diferentes. Assim você pode analisar os argumentos de cada lado e ver se há manipulação ou não. Isso é uma forma de não cair nas armadilhas das “bolhas informacionais” que reforçam apenas as nossas crenças, como mencionado pelo Papa Francisco. - Denunciar Fake News
Quando identificar uma notícia falsa, denuncie-a na plataforma onde ela foi publicada (Facebook, WhatsApp, etc.) e avise as pessoas próximas para que não a compartilhem. - Buscar formação sobre política e fé
Papa Francisco frequentemente menciona a importância de sermos cristãos conscientes e bem formados, para que possamos atuar na política como uma “forma elevada de caridade”, votando com sabedoria e compromisso com o bem comum. Aproveite as formações oferecidas pela Igreja. - Rezar antes de tomar decisões
Como Papa Francisco nos ensina, a oração é uma bússola que nos orienta para a verdade. Devemos buscar a luz de Deus em nossas escolhas políticas, pensando sempre no bem maior da comunidade. Antes de escolher o seu candidato, peça ao Espírito Santo que te dê a sabedoria para discernir a pessoa certa.