A participação de Emmir, ao lado do cantor Cosme, aconteceu na noite de sábado, quando foi batido o recorde de público de todas as edições do Halleluya: mais de 300 mil pessoas.
Confira:
– “Ficar”, em vez de namorar, tem problema?
Tudo o que você faz com o seu corpo e o corpo de outra pessoa fica para sempre. As marcas daquilo que você faz com o seu corpo, especialmente na sexualidade, fica para sempre.
O problema é quando você, que tem alma, que tem coração e é filho de Deus, e outra pessoa que tem alma, que tem coração, que é filho de Deus “ficam”. Aquilo fica marcado em você, no seu corpo, na sua memória, no seu inconsciente, no seu espírito, na sua alma para sempre. A memória do corpo é uma memória longuíssima.
– Já ouvi muitas pessoas casadas dizer que não querem ter filhos, porque o mundo está muito violento, muito difícil. O que você acha disso?
Nós cristãos, temos que ter muitos filhos, para mudar o mundo. Uma vez eu ouvi um dirigente árabe dizer assim: “Nós não precisamos invadir a Europa com armas, porque nós já a invadimos com nossos filhos”. Então, não ter filhos porque o mundo está muito violento é uma desculpa esfarrapada de pessoas que não tem fé, que não creem em Deus e que não acreditam que Deus vai proteger os filhos de todo o mal.
Também há casos de pessoas que não querem ter filho por causa de dinheiro. Meus filhos não são meus filhos, eles pertencem a Deus, não pertencem a mim. Eles pertencem a Deus. Deus cuida, Deus protege, Deus faz. Vocês são jovens, tenham muitos filhos.
– Se Deus é amor, por que eu sofro?
Essa pergunta fica na cabeça de todo mundo. Deus quer o sofrimento? De jeito nenhum. Você não quer o sofrimento de quem você ama. Porém, nós somos livres. Deus deixou a gente livre. Santo Agostinho tem uma frase fantástica: “Deus nos ama tanto que nos deixou livres até para ofendê-lo, porém não deu a Ele mesmo a liberdade de não nos perdoar”. A gente sofre porque a gente se distancia de Deus. Não talvez você, mas nós todos nos distanciamos de Deus e do plano de felicidade de Deus para nós. Então, o sofrimento não é um castigo pelo “seu” pecado, mas uma consequência do “nosso” pecado.
– Uma pessoa casou, teve filhos, mas o casamento não deu certo. Essa pessoa merece procurar outros relacionamentos até ser feliz?
O que é a felicidade? Quem acha que ser feliz é não sofrer? Quem acha que ser feliz é saber sofrer por amor? Sabe porque o povo se separa tanto? Porque pensa que o amor não supõe sofrimento. Madre Teresa de Calcutá e João Paulo II disseram assim: “Se for amor tem que doer, se não doer, não é amor”. O que faz a gente feliz é amar aquela pessoa que é desafiante. Ser feliz não é ter uma pessoa ou uma família que não me dá problema nenhum.
– Tem muitos casos hoje em que o homem ou a mulher fica com o esposo ou esposa por pena. Eu continuo não mais por amor, mas por pena. O que você acha disso?
Existe esse caso, sim, mas pena é uma forma de amor. Se você vive isso como amor, você é feliz. Ser feliz não é não sofrer, mas é viver para o outro. A pena, compaixão, já é uma forma de amor. Quando você passa na rua e vê um pobre jogado no chão, você tem compaixão dele, você vai, leva para o albergue. Isso é uma forma de amor. Então, muitas vezes, nós somos chamados a sofrer com o outro, a ter compaixão. Aos poucos, esse amor, se a pessoa for bem orientada, vai se purificando, tornando-se mais parecido com o de Deus e mais concreto.
– Nós vemos na Carta de São Paulo aos Coríntios um dos maiores relatos de amor. Como é possível viver esse amor?
Não é possível viver 1 Coríntios 13 humanamente. Vocês acham que humanamente é possível ser sempre paciente, bondoso, benigno? É possível sempre confiar, crer, esperar? Esse amor só é possível em Deus. A caridade em 1 Coríntios 13 só é possível em Deus, com a graça de Deus. Eu posso amar como Deus com a graça de Deus. Isso só é possível se eu tiver fé, esperança e caridade.
Transcrição: Emanuele Sales