Não sou capaz de dizer as causas sociais e emocionais que levam pessoas a expor cada segundo da própria vida durante semanas a fio a centenas de milhões de pessoas. Deixo essa tarefa para os estudiosos. Fico apenas com a razão mais óbvia, mais prosaica e claramente expressa pelos participantes do BBB: dinheiro.
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A expressão “Big Brother” foi cunhada, ao que tudo indica, por materialistas do século XIX. Achavam que o mundo viria a ser moralmente regido pelo “Grande Irmão” e não mais por valores propostos pela família, Igreja ou outra instituição. O “Grande Irmão” é aquele que tudo vê, tudo julga e tudo decide. Na versão televisiva, os espectadores, foram constituídos os “Big Brothers”, senhores do destino dos “Loucos Irmãos” trancados em seu aquário de luxo. São eles quem decide, tal juízes poderosos, o “felizardo” prisioneiro que vai levar a bolada da vez.
Quem é o “felizardo” nesse aquário insano? O mais honesto? O mais sensato? O mais prudente? O mais fraterno? O mais capaz de amar e perdoar? O mais coerente? O mais altruísta? O mais sincero? Não, não, não! É essa a resposta a todas as perguntas acima. Pelo contrário! O objetivo do aquário é estabelecer tantos conflitos quanto possível em todas as áreas do relacionamento humano. Há uma inversão tão sutil quanto perigosa: o relacionamento passa a ser o meio, o dinheiro, o fim. No BB é mostrado o que de pior tem o ser humano: ciúmes, invejas, rixas, competições, desonestidade, mentiras, medo, traição, deslealdade, luxúria. Ganha a bolada não o que tiver melhores qualidades de relacionamento humano, mas o que for “mais esperto”, com tudo de negativo que essa expressão possa trazer.
Nesse aquário de loucos, a que chamam de “casa”- normalmente atribuída a lar, abrigo seguro – evaporam-se, como que por encanto, valores basilares da convivência humana. Excetuando a morte física e o roubo de objetos, tudo vale. Não há moral na casa. Não há respeito por si nem pelo outro. Qualquer um pode matar moralmente o “irmão” ou roubar sua alma sem o mínimo pejo enquanto aqui fora se organizam torcidas votantes, pois o voto gera dinheiro e dinheiro é o que interessa.
A ausência de respeito à pessoa humana faz com que o aquário de loucos se torne uma vitrine de todo tipo de relacionamento sexual, homo ou hétero, a dois ou a
três, “pudicamente” escondidos sob as cobertas. Não se sabe quem é homo, hétero ou bi, nem o que cada um “se pode descobrir”. Dentre os inúmeros malefícios do BB, liste-se, portanto, mais este: amar se torna sinônimo de fazer sexo. Ou, pior ainda, nessa bolha amoral chega-se à imoralidade de separar-se sexo de amor, como se o corpo humano fosse um pedaço de carne dissociado dos sentimentos de sua pessoa.
A anarquia e amoralidade são capazes de angariar o voto dos “Big Brothers”? Que venham, então! O que interessa, acima de tudo, acima de qualquer destruição
própria ou dos que estão dentro e fora do aquário é ganhar o “prêmio”. O aquário estampa aquilo em que é capaz de se transformar quem tem o dinheiro como fim e não como meio para ajudar os outros: em um insano, um louco, nas palavras de Jesus. Ou não seriam loucos os que destroem a própria vida e a vida alheia pelo dinheiro na mão, que é vendaval?
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