“Feliz Ano Novo! Um ano cheio de paz, alegria, felicidade! Um ano cheio de realizações! Um ano de sucesso!” Essas são algumas das frases mais ouvidas nesses primeiros dias do ano. É muito belo ver que, nos marcos que ele mesmo estabeleceu no tempo, o homem abre-se ao amor, à reconciliação, ao desejo sincero de felicidade. Parece haver uma graça universal de boa vontade e sede de alegria e paz, nova disposição de deixar para trás tudo o que é velho e buscar o novo de todo o coração.
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A boa e sincera disposição, porém, logo passa. Até os bons propósitos feitos entre as últimas horas do ano que se vai e as primeiras do que chega tendem a desvanecer-se com o apaziguamento das emoções, o apagar dos fogos, o silenciar da música, o fim dos efeitos do champanhe e… a implacável constatação de que… tudo continua igual!
É como um curioso “deixar-se iludir coletivo” que desemboca em silenciosa e inconfessável desilusão já prevista. Será mesmo que tudo será igual? Virão insucessos, certamente. Haverá catástrofes, dores, desilusões, decepções. Virão também surpresas, sucessos, alegrias, superações, boas surpresas. Sucessos e insucessos, boas e más surpresas, alegrias e tristezas, nascimentos e mortes. Então será tudo igual? O mesmo do mesmo?
Depende! Depende de em que mãos você decidir colocar o ano novo. Depende de quem vamos esperar a real novidade deste ano. Gosto de fechar os olhos e imaginar um coral imenso de vozes negras descendo ruas molhadas pela neve derretida estalando os dedos e cantando o soul:
He’s got the world in his hands, He’s got the whole world in his hands. He’s got the whole wide world in his hands. He’s got the whole world in his hands.
He’s gotten you in his hands. He’s gotten me in his hand. He’s gotten you and me in his hands. He’s got the whole world in his hands.
Para os tropicalistas saudosos vale também lembrar a versão brasileira dos tempos antigos:
Ele tem o mundo em suas mãos. Ele tem o mundo em suas mãos. Ele é meu Deus e nosso Deus, ele é meu pai e nosso pai.
Einstein oferece-nos frase genial:
Loucura é esperar resultado diferente e fazer tudo igual.
Vai ser tudo igual se fizermos tudo igual. Tudo igual se quisermos controlar nossa vida com nossas mãos. Tudo igual se quisermos que nossa vontade prevaleça. Tudo igual se fixarmos os olhos em nós mesmos. Vai ser o mesmo do mesmo.
Porém, será diferente se fizermos diferente. Diferente, se colocarmos nossa vida nas mãos do Deus que tem todo o mundo e todo o universo em suas mãos. Será diferente se fixarmos os olhos no olhar dele. Diferente se procurarmos ver os acontecimentos sob a perspectiva dele, com os pensamentos dele, com os seus sentimentos.
Então, as catástrofes certamente nos atingirão, mas não nos desestabilizarão. A dor e a morte baterão em nossa porta, mas já estarão vencidas. A desilusão e decepção saberão tornar-se esperança. Isso tudo porque teremos adquirido um novo olhar, o olhar evangélico que centraliza a vida em Deus e no outro. Que coloca Deus acima de tudo e no centro de tudo. Que busca o interesse do outro antes do próprio interesse. Simplesmente por crer que Ele tem o mundo inteiro em suas mãos, que Ele é meu Deus, nosso Deus, é meu pai e nosso pai e, por direito, fé e respeito damos a Ele a última palavra. Sim! Ele tem o mundo inteiro em suas mãos e, por isso, tem sempre a última palavra! Não eu, não os outros, não as contingências, mas Ele, o Deus em que cremos, o Pai que cuida de nós, Ele tem sempre a última palavra de amor!
Feliz ano realmente novo, naquele que tem o mundo inteiro em suas amorosas mãos.
Belo e concreto!!
Bendito Seja Deus e Senhor!!
Feliz 2024!! #shalomprasempre