Poucos dias antes do Natal de 2013, a notícia escandalosa esgueirou-se por entre os presentes sob pinheiro de plástico, por baixo dos cupons das compras enganosas: a Bélgica aprova projeto de lei que permite eutanásia em crianças. Mais uma vitória da cultura do descartável. Enquanto Francisco toma nos braços a brasileirinha anencefalia, enquanto, qual gigante da caridade, abraça e beija as feridas e pústulas do homem elefante, um povo inteiro se esquece do que é o amor e reduz suas crianças a objetos, sem alma e sem direito à vida porque não são como querem que sejam.
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Um homem agiganta-se na caridade ao amar o repugnante, o imperfeito. Um povo inteiro se aniquila no egoísmo ao rejeitar o imperfeito porque dá despesa ao Estado, porque dá trabalho aos “adultos”. Misericórdia, Senhor, de todos nós!