Escolher é preciso. Faz parte da vida. Tantas vezes, situações as mais diversas não permitem uma escolha como se desejaria fazer. Mas, se se fecha uma porta, abre-se outra. Não tem como ficar achando que a vida vai parar. A fila anda. Há uma chance que se cria quando se decide em dar um rumo à própria vida. Entretanto, há tanto no coração do homem que precisa ser purificado, há tanto o que amadurecer e transformar que nunca esta obra pode ser considerada acabada. Uma escolha por mudar e ser melhor, repensar sempre a própria vida e dar rumos mais coerentes e conscientes é um caminho a ser percorrido.
Podem-se percorrer outros, no tipo “deixa a vida me levar, vida leva eu?”. Isso é possível. Mas, viver a reboque das circunstâncias ou dos sentimentos e momentos não é vida. É escravidão. Há muita escravidão hoje em dia. Com certeza, aquelas clássicas nas quais os direitos de escolhas não poucas vezes são tolhidos, arrancados de forma totalitária e desrespeitosas. Mas, há escravidões que estão dentro, lá dentro do coração humano. Essas não são menos terríveis que as outras.
Caminho de liberdade
Ser livre! Quem não deseja? Quem deseja? Quem vem a ser? A vida é um caminho. Vai-se dando passos e o caminho aparece. É preciso fazer o caminho onde se vai passar. Pois bem. Esse trabalho está cheio de desafios: dúvidas, incertezas, fraquezas. A tentação entra em cena porque há um tentador. Uma proposta para o mal que vem disfarçada de bem. Uma realização que se apresenta equivocada, fora do bem. Escolher o bem é escolher o melhor, e o melhor nem sempre é o mais fácil, o mais gratificante. Os desafios que o mal apresenta, em termos de possibilidade de realização, não podem ser vistos como um impedimento para dar passos. São eles que formam, amadurecem, exigem uma decisão livre. E nem sempre há no coração humano liberdade para escolher o bem, em função de tantas coisas, tanto lixo existencial quanto espiritual que se acumulou. Há riscos na tentação. Joga-se fora um caminho de liberdade e felicidade por causa do mal e suas sedutoras propostas.
Escolhas: mal x bem
Vencer-se a si mesmo! Uma meta ousada e necessária. Não basta superar obstáculos e “vencer na vida” só porque se ganhou estabilidade financeira, social, familiar etc. Vencer-se é conquistar-se e ser o que se é chamado a ser. Ter a possibilidade de seguir caminhos errados e fazer escolhas de bem.
Caro Filoteu! Reza e pensa, reflete e programa tua vida. Deus te faça percorrer o caminho mais exigente da felicidade genuína e da paz inquieta. Longe do sossego acomodado e egoísta, seja-te possível avançar neste cultivar-se e cativar-se lúcido, responsável, generoso. E o que vem depois? Vai dando passos que o caminho aparece. Tua história pode ser diferente e, o Senhor te convida a fazer com Ele a diferença que tua vida precisa tanto fazer.
Padre Marcos Chagas
(arquivo originalmente publicado na Revista Shalom Maná)