Dos dias 4 a 9 de abril, a coordenação do Espaço de Paz, em Chaves (PA), promoveu uma semana de capacitação para os voluntários que irão desenvolver atividades com as crianças e os adolescentes de 7 a 17 anos.
Além de aprender sobre a iniciativa dos Espaços de Paz da Comunidade Shalom, a equipe composta por 12 pessoas conheceu o Projeto Político Pedagógico (PPP), que contempla estratégias de atuação da Comunidade em Chaves com a finalidade de minimizar a vulnerabilidade social e suas consequências.
Os 5 pilares que a entidade irá trabalhar são:
- Apoio Pedagógico;
- Artes;
- Espiritualidade;
- Esporte;
- Social.
Segundo o PPP, todas as atividades serão permeadas pelos princípios do desenvolvimento integral da pessoa humana, do fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, proporcionando assim uma qualidade de vida pessoal, familiar e social para que os indivíduos exerçam sua autonomia e protagonismo na sociedade.
Atividades
Dentre as atividades que serão desenvolvidas em Chaves pelos voluntários pode-se citar as oficinas de contar histórias, violão, teatro, esporte, português e matemática. Elas terão início a partir do dia 18 de abril. Inicialmente o público alvo são os moradores do bairro Flor do Campo, mas é extensivo a todo município.
Lugar de transformações
No segundo dia da capacitação, os voluntários receberam a visita da secretária adjunta de assistência social do município, Patrícia Rodrigues, que explanou sobre o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e relatou os desafios com a garantia da proteção social em Chaves.
Dentre as principais violações de direitos na região ela citou: ações contra o idoso, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e violência doméstica. A secretária disse que, após a pandemia, o índice dessas violações aumentou. O alcoolismo, a condição financeira, a baixa escolaridade e a desestruturação familiar são as principais causas que Patrícia mencionou.
Ela reconheceu a importância do EP no município marajoara. “A maioria das famílias carece de estudos, fica mais exposta a situações de vulnerabilidades. Esse espaço irá oportunizar a vida das crianças a ter um futuro diferente dos pais. O Espaço de Paz será um grande parceiro da assistência social, ajudando a amenizar essas problemáticas de vulnerabilidades sociais”, ressaltou ela.
“Eu digo que entrarão aqui (Espaço de Paz) várias lagartas e sairão borboletas” afirma Patrícia Rodrigues
Fortalecimento de vínculos
Além da secretária da Assistência Social, outra presença na Capacitação dos voluntários foi a do presidente do Conselho Municipal da Assistência Social (CMAS), Danilo de Paula. Ele explicou sobre esse órgão de defesa dos direitos sociais, de promoção e controle das políticas públicas, em que uma das competências do CMAS consiste na fiscalização de entidades e organizações de assistência social no âmbito municipal, independente do recebimento ou não de recursos públicos. Atualmente o Espaço de Paz é a única entidade registrada no conselho de Chaves.
O EP irá trabalhar tanto com a convivência familiar, quanto com a espiritualidade, que para ele precisa ser mais trabalhada nas famílias.
“Os pais estão acomodados e os filhos estão assumindo a responsabilidade dos pais sobre seus irmãos menores”, revela o presidente do conselho. “Têm crianças em porta de bares, catando latinhas, pedindo alimentação para si porque em casa não há. Crianças deixando de estudar para sobreviver, enquanto seus pais estão acomodados com os benefícios governamentais”, conta Danilo.
Para ele, a espiritualidade oferecida no EP por meio dos grupos de oração, cursos de formação humana e iniciação cristã (catequese), possibilitará transformações não apenas na vida dos pequenos, mas também na de seus familiares.
Integração humana
Para a assistente social do EP, Verônica Cardozo, é importante aprender que o serviço oferecido do Espaço que se encontra está dentro da política de assistência. “Somos chamados a construir os vínculos tanto com as crianças, quanto com seus familiares, pois em algum momento vamos tocar nas realidades sociais deles, então precisamos estar capacitados para saber como ajudar ou orientar“, afirma ela.
Desse modo, compreendendo o trabalho da assistência social, os voluntários saberão como proceder diante da violação de algum direito das crianças do EP. “Compreender isso impede de fazermos um trabalho isolado e também de nos sentirmos incapacitados na nossa atuação” comenta a assistente.
Tendo em vista a integração humana, o pilar social do EP irá trabalhar com os temas de combate às drogas, ao suicídio, ao abuso de crianças, além de realizar orientação em situações de violação de direitos.
Diante de tantas situações de riscos a que as crianças estão expostas, Verônica acredita que o trabalho com a espiritualidade que o Espaço desenvolverá gerará transformações.
“Tem realidades de perdão e acolhimento que apenas a experiência com Deus torna possível. A experiência com a amor de Deus sobrepõe toda experiência de desamor advinda de violências” afirma ela.
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Por Socorrinha Mouta