Apaixonadas pela missão
Keully Guedes, Mayara Raulino, Viviane Vieira e Marcela Leitão vivem fases diferentes de uma mesma experiência: a missionariedade na Vocação Shalom. Elas fazem parte da Comunidade de Aliança e atendendo ao chamado de Deus partiram para terras distantes das suas. Conheça o testemunho dessas mulheres apaixonadas pela missão.
Comunidade de Aliança
A Comunidade de Aliança é chamada a seguir Jesus Cristo em meio à vivência familiar e às atividades profissionais, assumindo o compromisso de vivê-las segundo a Vocação Shalom.
Aliança Missionária
Membros da Comunidade de Aliança que ofertam um tempo determinado de suas vidas em missão. Nesse período, eles passam a viver a rotina dos membros da Comunidade de Vida: manhãs de oração e tardes e noites de apostolado. Além disso, experimentam de uma vida comunitária mais intensa.
Postulante de Santo Amaro
Keully Guedes
O processo de discernimento começou já nas primeiras formações pessoais da jovem postulante, Keully Guedes. Ela conta que viveu um tempo difícil, de muitas perdas, mas, em oração, começou a perceber que já era Deus preparando sua vida para uma forte experiência de despojamento. Durante a Reciclagem sobre Nossa Senhora (em 2017), Keully partilha que o Senhor falou de fato que a queria enviar em missão.
Depois de enviar a carta e receber a resposta, a jovem viveu um tempo de preparação intenso. “Apesar dos medos, dos questionamentos, eu sei que hoje essa é a vontade de Deus para a minha vida”, afirma. Estar nas mãos de Deus, renovar a fé e esvaziar a si mesma. Com essas expressões, ela define o que significa para si partir em missão. “Eu nem tenho expectativas, vou me abandonando nas mãos de Deus”, completa.
Para a jovem missionária, a família é a oferta mais dolorosa. Contudo, ela contempla a graça de Deus que alcança de forma concreta os seus parentes. “Eles tiveram uma experiência com Cristo a partir do meu Sim”, testemunha. Para Keully, sua família também vive o movimento de oferta. “Ir em missão não é somente deixar os meus, mas é saber que eu tenho uma responsabilidade de cuidar do povo que o Senhor escolheu para mim”, pondera.
Foi no dia de São Francisco, 4 de outubro, que a postulante missionária partiu de Fortaleza, no Ceará, para Santo Amaro, em São Paulo. Ela foi com o desejo de crescer na vida de oração, no amor a Deus e na oferta total de si, dando de graça o que de graça recebeu e recebe do Senhor. Para Keully, partir em missão no mês missionário foi algo realmente marcante em sua história vocacional.
A música que marca este tempo em sua vida
Discípula de Assunção
Mayara Raulino
Para além das fronteiras brasileiras, a discípula Mayara Raulino vive sua experiência missionária. Ela está há quatro meses em Assunção, capital do Paraguai. Deixou família, amigos e trabalho em Fortaleza, no Ceará, para servir a um povo estrangeiro por amor a Deus. O processo de adaptação ainda está acontecendo, de acordo com a jovem. Mas ela conta que já vive uma profunda obra de autoconhecimento humano e vocacional.
“A cada dia você confronta algo interno ou externo”, partilha Mayara. É um desafio diário, porque, como Comunidade de Aliança, ela estava acostumada a uma rotina diferente de uma casa comunitária da Comunidade de Vida. “Como Aliança tenho necessidades e pensamentos diferentes, mas o diálogo é fundamental com as autoridades e com os irmãos para que compreendam isso, respeitem e ajudem”, explica.
O sentido de sua missão, Mayara encontra nos paraguaios. É por eles a oferta da missionária a cada dia. Por meio da doação de si, a jovem pode descansar na vontade de Deus. “Vejo que, antes deles precisarem de mim, eu precisava deles”, destaca. O contato com o povo é uma das suas alegrias. “Os jovens do Paraguai são super animados, desejosos da vontade de Deus e isso renova e dá sentido à minha vocação, o desejo de dar mais”, realça.
A música que marca este tempo em sua vida
Consagrada de Teresina
Viviane Vieira
A capital do Piauí é conhecida pelo calor. A consagrada Viviane Vieira chegou à cidade ainda como discípula em 2017. A jovem viveu um ano de missão em Teresina. Lá, Vivi, como é conhecida, era secretária do responsável pela missão e servia no ministério da providência e no ministério de oração e aconselhamento. No primeiro semestre deste ano, ela fez as suas primeiras promessas no Carisma Shalom como Comunidade de Aliança. Em julho, voltou para casa.
“Eu nunca tinha ido para nenhuma casa comunitária, foi muito marcante viver a rotina, a vida fraterna, a vida de oração, o tempo reservado”, partilha. Ela ficou encantada em perceber o quanto a Comunidade de Vida presa pela intimidade com Deus. O tempo em missão confirmou o seu chamado à Comunidade de Aliança. “A missão salvou minha vocação e me ajudou a conhecer mais o Carisma”, testemunha.
Vivi comenta que o autoconhecimento a fez crescer em muitos aspectos humanos e vocacionais. Entre eles, a confiança em Deus. A jovem era daquelas que planejava tudo. Contudo, em Teresina, Deus a desestruturou totalmente para poder recriá-la através do abandono. Ela conta ainda que o processo de readaptação tem sido marcado pela saudade da terra de missão.
“O retorno para mim foi muito doloroso, porque foi como se eu tivesse rompido algo que eu estava vivendo intensamente”, partilha. Viviane pediu para viver somente um ano de missão por causa de seus estudos. No entanto, o seu coração quis ficar mais tempo. “Eu sempre me senti parte de Teresina, desde o início eu nunca senti falta daqui [Fortaleza, no Ceará], porque meu coração estava lá”.
A certeza da missionariedade é algo muito presente nesse tempo de sua vida. “Eu estou em Fortaleza, mas, se daqui a alguns anos o Senhor me pedir para ir em missão, eu vou”, afirma. Ela está regressando para sua célula, para o seu apostolado e para a vida comunitária. Para a consagrada, é um processo novo marcado por graças e desafios.
A música que marca este tempo em sua vida
Definitiva de Braga
Marcela Leitão
Há seis anos, Marcela Leitão vive em Braga, cidade portuguesa. A consagrada da Comunidade de Aliança atravessou o Oceano Atlântico para viver um tempo de missão. Mas Deus quis mais dela e hoje a consagrada mora em Portugal. “Aqui em Braga eu vivo uma experiência muito forte daquilo que o Moysés nos fala sobre o pobre ser aquele que não conhece a Deus”, partilha.
A missionária, que antes morava em Recife, conta que Deus a fez perceber que os homens e as mulheres de Braga iriam viver um encontro com o Ressuscitado a partir da sua vida ofertada. “Não por mérito, mas por ser uma experiência com Deus”, acrescenta. Por isso, Marcela revolveu permanecer em missão, não mais como Aliança Missionária, mas como Comunidade de Aliança mesmo, trabalhando, estudando, vivendo a Vocação.
“Eu vim para uma cidade que desconhece a experiência viva com o Ressuscitado, eu porto essa novidade e eu sou responsável por esse povo que Deus me enviou”, testemunha. Para a missionária ficar em Braga é corresponde à urgência da evangelização do povo português. E viver a Vocação Shalom como Comunidade de Aliança na cidade é estar em missão permanente.
Em 2017, Marcela fez os seus votos definitivos no Carisma Shalom. Viver esse momento tão importante na cidade portuguesa foi como fincar seu coração na terra que Deus escolheu para ela. “Foi uma experiência de autenticidade vocacional”, define.
A música que marca este tempo em sua vida