“Era uma vez um príncipe chamado Liêmin. Ele era o último imortal que existia sobre a terra. Isso mesmo, ele não teve início e nunca teria fim. Nunca conheceria a morte. Os imortais só possuíam um ponto fraco: o amor.” E o imortal conhece o amor com uma mortal chamada Buamêi.
A peça Perfeição procura não ter um lugar específico na Terra, sabe-se apenas que acontece num reino e tem influências chinesas e medievais. Tem três personagens principais: o imortal, a prostituta e um mordomo. No roteiro, Liêmin encontra uma recém-nascida em condições desfavoráveis, abandonada pela mãe num deserto ainda com o cordão umbilical toda suja de sangue. Ele a leva para seu castelo real e cuida dela, ensinando tudo o que sabe e no tempo do amor, eles se apaixonam.
Tá. Mas em que parte ela vira prostituta? Eu perguntaria ainda: por que ela vira prostituta, se tinha tudo o precisava? Se era feliz? Se tinha conhecido o amor? É simples: ela se deixou contaminar. Doença? Quase. Pior, na verdade. Pecado.
E o pecado entra por um ato comum: fofoca. Poxa, quem não fofoca?! Mas é interessante perceber que ninguém trai um marido lindo e imortal do nada, né? Começa aos poucos e ela vai se deixando, se entregando, cedendo aos próprios desejos e caprichos e vira uma prostituta da pior categoria.
Ao assistir o espetáculo, muitos se horrorizam. Outros chamam Liêmin de burro. Outros identificam algumas passagens bíblicas e descrevem toda a história da salvação da humanidade. Mas poucos dizem: essa mulher sou eu e este é o meu Deus. Porque sou eu quem troca Deus por desejos e vontades. Sou eu que me entrego tão fácil e até procuro pelo pecado. Sou eu que me visto de indiferença e finjo que aquilo não me fere, que aquilo é amor e que eu posso ser feliz sem ser inteira.
Mas ser prostituta nem é o pior. Pior é não conhecer o amor, não conhecer Deus, não admitir que Ele faça TUDO para que nós encontremos a essência de nós mesmos: O AMOR!
“A perfeição esta em se dar. E o menor ato de amor apaga uma multidão de erros. No amor habita a perfeição.”
Resenha: Milena Ribeiro