Institucional

Eucaristia: consagração, comunhão, contemplação e imitação

comshalom

“Boa tarde! É uma imensa alegria poder partilhar um pouco com vocês daquilo que significa na nossa vida e na vida da Igreja, e como não dizer também na vida de um sacerdote, a Quinta-Feira Santa”. Assim iniciou Padre karlian, membro da Comunidade de Vida, a pregação da Quinta-Feira Santa no Retiro de Semana Santa em Fortaleza.

Apresentamos o texto na íntegra:

O dia da instituição da Eucaristia, o dia da instituição do Sacerdócio, o dia em que o Senhor reunindo os seus discípulos deixa o mandamento do amor e não o deixa como uma teoria, mas saindo da Última Ceia, vai decididamente para aquela que era a vontade do Pai para a sua vida. Vai decididamente para a cruz onde vai ofertar a Sua vida naquele que é sem dúvida alguma e sempre será o maior gesto de amor já visto e já cumprido sobre a terra.

Na Quinta-Feira Santa celebramos um prenúncio da oferta de Jesus na Cruz porque é o dia em que Ele se oferta por nós na Eucaristia. É o dia em que Ele, num gesto simbólico, se põe a lavar os pés dos seus discípulos, os pés dos apóstolos, e faz aquilo não como uma ação teatral ou para chamar a atenção de alguém, mas o faz como um gesto que na verdade diz aquilo que foi a vida Dele, e que foi o sentido da Sua encarnação. Ele que veio ao mundo para lavar os nossos pés. Ele que veio ao mundo para se baixar, para se colocar a nosso serviço, e para nos salvar de toda imundície, de todo o pecado, de todo erro, para nos libertar das trevas.

Gostaria de começar essa nossa reflexão abrindo a bíblia na Carta aos Hebreus 12, 18. O autor da Carta aos Hebreus falando da graça de Cristo, da ação de Deus sobre a humanidade, e falando sobre a sacralidade da salvação e da redenção, nos diz o seguinte:

 “Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: ‘fogo que se consumiu, escuridão, trevas, furacão, som da trombeta e ruído de voz’, os que o escutaram recusaram-se a continuar ouvindo a palavra, pois não podiam suportar esta admoestação. Quem tocar na montanha, mesmo um animal, será lapidado. E este espetáculo era tão horripilante que Moysés disse: eu estou horrorizado e trêmulo, mas vós vos aproximastes da montanha de Sião e da cidade de Deus vivo, a Jerusalém celeste, e das miríades de anjos em reunião festiva; e da assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; e de Deus, o juiz de todos; e dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição; e de Jesus, mediador de uma aliança nova, e do sangue da aspersão que fala mais forte do que o sangue de Abel”.

 

Fiquei pensando que passagem da Escritura escolher para dar início a essa nossa reflexão sobre a Eucaristia e sobre a Última Ceia. Claro que poderíamos ter escolhido uma passagem que falasse mais explicitamente da Eucaristia. Poderíamos ter escolhido uma passagem da Última Ceia ou um trecho da Carta de São Paulo aos Coríntios, onde também se fala da Ceia do Senhor. Mas me veio ao coração essa passagem, como uma passagem que se nós a aplicarmos à Eucaristia, ela vai nos dizer muito.

Meus irmãos estas palavras da Carta aos Hebreus que se a lermos pensando no grande mistério da Eucaristia, vamos ficar de fato extasiados diante desse mistério de Deus, diante desse mistério grandioso, dessa realidade tão sublime que a mente humana se pode pouco explicar. Que por mais que vejamos com nossos olhos, como vemos o pão e o vinho, é uma realidade invisível e que ultrapassa muito os nossos olhos, que ultrapassa muito a capacidade dos nossos sentidos.

Na verdade a Eucaristia é algo de tão grande e tão sublime que Deus resolveu escondê-la num pedaço de pão e num pouco de vinho, porque senão não suportaríamos contemplar e receber algo de tão grandioso. Se Deus nos revelasse em um instante a glória da Eucaristia, nós não suportaríamos. É por isso que Ele se escondeu nos sinais do pão e do vinho.

Sabemos que Deus governa a humanidade e que conduz a história do homem através da história da Salvação, como nós a chamamos. O Padre Raniero Cantalamessa[1] nos pergunta: “Que lugar ocupa a Eucaristia na história da Salvação, na história dos feitos de Deus, na história das maravilhas de Deus na humanidade? Que lugar ocupa a Eucaristia?”, e ele mesmo se responde dizendo que a Eucaristia ocupa o lugar inteiro, ocupa a história da Salvação inteira, porque o mistério da Eucaristia era já presente no Antigo Testamento como uma figura nos inúmeros sinais do AT. Na oferta do rei Melquisedec que oferta vinho e pão, no sacrifício de Isaac, no Maná do deserto e, sobretudo, na celebração da Páscoa no AT, em tantos sinais era presente a Eucaristia como uma figura. Depois, na plenitude dos tempos, na Encarnação do Verbo, tivemos a manifestação do acontecimento eucarístico que é aquilo que celebramos no dia de hoje, o dia da instituição da Eucaristia. Aquele fato, aquele acontecimento real, concreto de Jesus que reparte o pão, distribui aos seus discípulos e diz: “Isto é o meu corpo”, que passa aquele vinho e diz: “Isto é o meu sangue, tomai e bebei”.

A Eucaristia presente no AT como uma figura e presente na história, na plenitude dos tempos, na Encarnação do Verbo pelo acontecimento, ela permanece presente para todo o sempre, até a volta do Senhor, até o retorno glorioso de Jesus, ela permanece presente pelo Sacramento. Podemos dizer que a Eucaristia contém toda a história da salvação e também em toda a história da Salvação está presente a Eucaristia.

Padre Raniero Cantalamessa, falando sobre a força do Sacramento da Eucaristia, diz que: “Graças à Eucaristia nós nos tornamos misteriosamente contemporâneos do acontecimento. O acontecimento se faz presente a nós e nós a ele”. Pela graça do Sacramento da Eucaristia, aquele acontecimento de 2.000 anos atrás, o sacrifício de Jesus na Última Ceia e o sacrifício de Jesus na Cruz e última instância, se faz presente. Nós nos tornamos contemporâneos a esse acontecimento. Ele se faz presente a nós e nós nos fazemos presentes a ele.

Continua Raniero: “Quando o Sacerdote parte a hóstia, quebra-se de novo, por assim dizer, o vaso de alabastro da humanidade de Cristo, como aconteceu na Cruz, e exala o perfume da sua obediência, para abrandar de novo o coração do Pai”. Quantas vezes participamos da missa e vemos o sacerdote fazer o gesto de partir o pão ao meio. Dia desses uma pessoa me perguntou a razão de sempre na missa o padre quebrar a hóstia no meio. O significado é porque Jesus mais uma vez naquele pão se quebra por nós. É porque fomos salvos porque Jesus se quebrou por nós, porque Jesus se deixou crucificar por nós. Se Ele não tivesse se deixado quebrar e crucificar, nós não teríamos sido alcançados pela graça, não teríamos sido lavados pelo seu sangue. É isso o que nos diz o Padre Raniero Cantalamessa ao dizer que quando o sacerdote parte a hóstia mais uma vez se quebra o vaso de alabastro da humanidade de Cristo, mais uma vez se derrama sobre nós o perfume da salvação.

Podemos pensar em quantas e quantas Eucaristias já participamos, em quantas e quantas vezes já podemos presenciar esse grande mistério! Quantas e quantas vezes já se difundiu no meio de nós, no nosso coração a fragrância de Cristo, a fragrância da Sua oferta. A Eucaristia é a garantia real de que a salvação sempre nos será acessível, e que a salvação nunca estará distante de nós. A Eucaristia para nós é a garantia de que Deus continua presente, continua visível, palpável, e continua alcançando e transformando os nossos corações.

Com quão grande temor devemos então nos aproximar de cada celebração eucarística! Com quão grande atenção somos chamados a participar desse momento que às vezes para nós pode se tornar até corriqueiro, até banal. Todos os dias podemos ir à missa, todos os dias temos a oportunidade de participar de uma santa missa. Muitas vezes vamos distraídos, não prestamos atenção, estamos com a cabeça em outro lugar.

Continua Raniero: “Cada missa é aquele momento interminável em que Jesus entregou o espírito, como se quisesse pairar sobre nós, flutuando no ar, por assim dizer, para enriquecer a assembleia de Sua presença. Repete-se de modo todo espiritual e invisível o prodígio que o Profeta Elias fez acontecer por força da sua oração, quando um fogo desceu do céu e queimou toda a lenha do holocausto, consumindo o sacrifício”.

Meus irmãos a Eucaristia para nós é essa graça de Deus derramada. A Eucaristia para nós é essa certeza da presença de Deus e da Sua salvação que se faz acessível. A Eucaristia para a Igreja é aquilo que a faz crescer em qualidade. Normalmente se diz que os sacramentos fazem crescer a Igreja. O Sacramento do Batismo faz crescer a Igreja em numero, onde cada vez que uma pessoa é batizada é uma pessoa a mais que se torna cristã, que se torna católica, que faz crescer a Igreja quantitativamente, faz crescer em número. A Eucaristia faz a Igreja crescer qualitativamente, faz crescer a graça de Deus que habita em nós e faz crescer a qualidade da nossa vida cristã. Faz crescer a nossa santidade, em outras palavras.

A Eucaristia é, portanto, o centro da nossa vida e isso todos nós sabemos. Ela é o centro da vida da Igreja, é o coração da vida da Igreja, mas ela não é só o centro da Igreja. Na verdade, a Eucaristia é aquilo que faz a Igreja, aquilo que constrói a Igreja. De que maneira a Eucaristia faz a Igreja? De que maneira a eucaristia faz os cristãos, ela constrói os cristãos e a vida da Igreja? Raniero Cantalamessa, ainda falando sobre isso, vai dizer que a Eucaristia faz a Igreja através de 4 aspectos. A Eucaristia faz a Igreja mediante a consagração, a comunhão, a contemplação e a imitação. Tentemos um pouco tocar em cada um desses 4 aspectos, ver o que eles nos dizem.

Antes de tudo falemos desse primeiro aspecto, o da consagração, e aí citamos a Carta aos Romanos 12, 1: “Eu vos exorto irmãos em nome da misericórdia de Deus a vos oferecermos a vós mesmos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este será o vosso culto espiritual. Não vos conformeis ao mundo presente, mas sede transformados pela renovação da vossa inteligência, para discernirmos qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que é agradável, o que é perfeito”.

Meus irmãos a Eucaristia e nessa imagem do pão que é partido, quebrado, a Eucaristia é antes de tudo uma atualização do sacrifício de Cristo, uma atualização daquele sacrifício no calvário, daquele sacrifício na Cruz que nos trouxe a redenção. Na Eucaristia e no sacrifício de Jesus na Cruz, Ele se oferta plenamente, totalmente, de maneira que não é só a cabeça, só o Cristo cabeça que se oferta. Ele se oferta ofertando também toda a Igreja.

Todo batizado, todo aquele que passa a fazer parte do corpo de Cristo, passa a ser chamado a ofertar-se com Cristo na cruz. Ele passa a ser chamado, digamos assim na limitação da nossa linguagem, a completar aquele sacrifício de Cristo na Cruz, porque o próprio Cristo quis assim. Foi Ele mesmo que na Última Ceia disse: “Fazei isso em memória de mim”. E quando Jesus diz façam isso em memória de mim, Ele não estava só dizendo que ficássemos celebrando missas e repetindo aquilo que Ele fez na Última Ceia. Ele estava dizendo que fizéssemos com a nossa vida o mesmo que Ele fez, e que nós fizéssemos em memória Dele, fizéssemos em comunhão com Ele, nos sacrificássemos com Ele, por Ele, nos sacrificássemos em Cristo a favor de toda a humanidade.

A oferta da nossa vida, a oferta do nosso coração, do corpo de Cristo, vai como que completar aquela oferta que Cristo cabeça fez na Cruz. E aqui existe algo de muito importante! Quando não ofertamos a nossa vida com Cristo, quando nós não nos sacrificamos na Cruz, a salvação não acontece, a redenção não acontece. “Ah Padre, então quer dizer que Jesus não salva a humanidade se eu não me ofertar na cruz?”, de maneira objetiva Deus salva toda a humanidade, mas a mim essa salvação não chega, não alcança. A salvação me alcança quando eu me uno ao Cristo cabeça e me oferto na Cruz. E por isso posso dizer que se eu não me oferto na Cruz com cristo, não há salvação. A salvação, a redenção de Cristo existe, mas não atinge a minha vida. É participando dessa oferta de Jesus, é entrando com Ele nesse mistério da consagração da nossa própria vida a Ele que podemos experimentar e ser alcançados pela força da redenção, pela força da salvação. Quando não nos ofertamos, então a salvação passa a ser uma coisa estranha a nós, passamos a olhar, a participar de uma missa, ou, talvez, mudando até a linguagem, eu já não participo da missa, eu assisto uma missa. Já não participo, por exemplo, da celebração da Paixão do Senhor, mas fico olhando num gesto exterior que para mim parece mais um teatro do que uma coisa que toca realmente na minha vida, na minha realidade, que transforma o meu coração. É preciso ofertar-se a Cristo, e é preciso ofertar-se a Cristo para que a sua salvação alcance a nossa vida e alcance a vida dos nossos irmãos.

Mas de que maneira eu me consagro a Jesus? De que maneira oferto a minha vida a Ele? Mais uma vez recorro ao Padre Raniero Cantalamessa que nos diz: “Agora eu entendo que para fazer o que Jesus fez naquela noite, na noite da Última Ceia, eu devo aniquilar-me também. Isto é, depor toda a soberba contra Deus e a aversão contra ele e os irmãos. Devo quebrar o meu orgulho, devo inclinar-me e dizer sim de coração a tudo o que Deus me pede. Devo repetir as palavras de Jesus: Eis que eu venho, ó Deus, para fazer a Tua vontade. Tu não queres de mim coisas. Queres que eu te diga sim. Ser Eucaristia como Jesus significa abandonar-se à vontade de Deus”. Agora eu entendo, dizia ele, que ofertar-se como Jesus, naquela noite na cruz, é na verdade aniquilar-me a mim mesmo. De que maneira posso aniquilar-me? Posso aniquilar-me com Cristo morrendo à minha vontade para que prevaleça a vontade de Deus, para que prevaleça a vontade do Pai. E, em outras palavras, fazer com que a minha vida seja uma vida unida àquela de Jesus no momento do Getsêmani, “Pai, se queres, afasta de mim esse cálice, mas seja feito não aquilo que eu quero, e sim aquilo que Tu queres”.

Sacrificar a nossa vontade, oferecer a Deus o sacrifício do nosso coração e querer que toda a minha vida seja um cumprimento da vontade de Deus. Isso é nos deixar crucificar com Cristo. Isso é nos deixar unir a Jesus que se oferta na Eucaristia. Isso é fazer com que a Eucaristia não seja somente uma realidade histórica e do passado, mas seja completada na minha vida. Isso é deixar que Cristo me faça participar da obra de redenção, da obra de salvação da humanidade. Jesus na Eucaristia se ofereceu no seu corpo e nos eu sangue, se ofereceu no pão e no vinho. Também nós vamos nos ofertar inteiramente. Em Jesus não ficou anda de reservas na Sua oferta ao Pai. Também nós não queremos reservar nada da nossa oferta ao Pai. Aliás, se formos reservar alguma coisa, estaremos contaminando toda a nossa oferta.

Às vezes pensamos que podemos seguir a Cristo somente em alguns aspectos da nossa vida, e que em outros posso fazer da minha maneira, viver do meu jeito. Meus irmãos quando privamos da luz de Cristo algum aspecto da nossa vida, contaminamos a nossa oferta inteira, aquilo que nós oferecemos a Deus passa a ser contaminado por aquilo que deliberadamente decidi não ofertar a Deus, por aquilo que deliberadamente decidi não fazer por amor a Deus, não buscar viver por amor a Deus.

Claro que na nossa vida vamos caminhando para a santidade, vamos caminhando para uma santificação sempre mais plena, mas a nossa santificação, aliás, a nossa intenção, precisa ser sempre uma intenção de ofertar tudo, e o nosso desejo deve ser sempre de ser santos já agora, nesse momento, com todo o nosso coração. Aquilo que não conseguimos, também isso é ofertado a Cristo com o nosso desejo de segui-lo plenamente, mesmo que não consigamos.

Padre Raniero pega a imagem do corpo e do sangue de Cristo e diz que poderíamos ver o corpo de Cristo como a vida de Cristo, o Cristo inteiro e a Sua vida, e poderíamos ver o sangue como a morte. Jesus que oferta a sua vida e que oferta a Sua morte, porque o sangue no AT é a sede da vida humana. Então o sangue derramado é a vida derramada e, portanto, é a morte. Jesus oferta na sua vida e na sua morte, e também nós somos chamados a nos ofertar através da Eucaristia na nossa vida e na nossa morte.

O que é a nossa vida que ofertamos a Cristo? Ofertamos a Cristo o nosso tempo, as nossas forças, saúde, aptidões, afetos, inteligência, capacidades. Ofertamos a Cristo a nossa vida, mas somos também chamados a ofertar a Ele a nossa morte. Somos chamados a ofertar a Ele aquilo que nos mortifica. Muitas vezes a humilhação, os insucessos da nossa vida, as doenças, muitas vezes aquilo que com o passar dos anos já não consigo fazer por Deus. Tudo isso na Eucaristia se torna tão precioso, e talvez em algumas situações até muito mais precioso do que a minha vida ofertada no sentido daquilo que posso fazer por Deus, no sentido das minhas capacidades, do meu tempo, das minhas energias ofertadas pelo Reino.

Meus irmãos graças à Eucaristia já não há ninguém que possa se excluir da oferta a Cristo. Já não há ninguém que possa dizer que não tem o que oferecer, que não tem o que dar, o que se unir a Jesus Eucarístico. Graças à Eucaristia não pode mais haver vida inúteis. Não existe um cristão que seja inútil, porque um cristão prostrado na cama doente sem conseguir se mover, se ele vive o seu sofrimento, a sua dor, a sua doença, unido a Jesus Cristo Crucificado, a sua vida torna-se muito fecunda. Ninguém mais, ninguém de nós pode dizer “para que serve a minha vida, o que é que eu sou no mundo?” Nós estamos no mundo para aquilo que há de mais sublime, para ser um sacrifício agradável ao Pai, em Jesus Cristo. Nós estamos no mundo para na dor e na alegria ser uma oferta agradável ao Pai. Nós estamos no mundo para na doença e na saúde ser Eucaristia, deixar-nos consumir por Deus, unidos a Jesus Cristo, em favor da salvação da humanidade. E é assim que a Eucaristia nos faz crescer, nos unindo a essa consagração, nos unindo a essa oferta.

Cada vez que comungamos, cada vez que recebemos o corpo de Cristo, e quando podemos também recebemos o Seu sangue da espécie de vinho, cada vez que O recebemos passamos a viver por Ele, porque a nossa vida passa a vir Dele e ir para Ele. Como Jesus mesmo diz no Evangelho, “aquele que come a minha carne viverá por mim”, e se nós recebemos a Eucaristia todos os dias não é para que sintamos uma paz no nosso coração. Se recebemos a Eucaristia todos os dias não é para que Deus resolva problemas x, y e z da minha vida. Se recebemos a Eucaristia todos os dias não é para que Deus converta Fulano ou Sicrano. Se recebemos a Eucaristia todos os dias é para que essa vida de Cristo e essa oferta de Cristo entre, penetre no profundo da minha alma e eu possa receber Dele a força e a graça para também me ofertar, para também me dar a Ele. A minha vida passa a vir de Deus e voltar, ser entregue inteiramente a Deus. A Eucaristia vai nos tornando capazes de partilhar a vida de Cristo. Vai nos tornando capazes de superar as nossas imperfeições, de superar nossos pecados, vai nos dando a graça de ir sendo como se faz com o trigo, que vai sendo triturado e vai se tornando aquela farinha tão solta e tão fácil de manejar. Somos muitas vezes esse trigo duro, bruto, rude que vai ser moído todos os dias pela graça do Espírito que nos é comunicada na Eucaristia, e aí vamos nos tornando esse trigo que vai ser amassado, e que vai ser depois oferecido aos homens, e que vai ser consumido. Nós nos tornamos alimento para os nossos irmãos, nos tornamos alimento para a vida dos outros. A nossa vida ofertada em Cristo na Eucaristia se torna também Eucaristia. A nossa vida eucarística passa a ser alimento, passa a ser salvação para os outros.

Meus irmãos então que grande dom é esse que celebramos hoje, que grande mistério, que grande graça! Como a partir dessa celebração do dia de hoje, a partir da graça de poder contemplar esse mistério, precisamos ser interpelados sobre como temos nos aproximado da Eucaristia. Todos os dias quando vamos à missa temos a oportunidade de viver tudo isso que foi falado até agora, mas podemos simplesmente viver de maneira distraída. Podemos simplesmente viver com a cabeça em outro lugar, ou podemos viver por obrigação, porque alguém quer que estejamos na missa todos os dias, ou porque queremos alcançar graças x, y e z, e por isso vou para a santa missa, participo do sacrifício eucarístico. De que maneira temos participado da Eucaristia? De que maneira temos nos aproximado de Jesus que mais uma vez se quebra por nós? Temos nos colocado com todo o nosso coração ou temos talvez ficado atentos, por exemplo, ao nosso celular, vendo quem está ligando? Às vezes ligamos para as pessoas e nos respondem por mensagem que estão na missa, para ligarmos depois. Normalmente fico muito decepcionado quando alguém me manda essa mensagem, e normalmente respondo: “Pois se você está na missa, porque está mandando mensagem?”.

Como podemos deixar de viver uma graça tão imensa, tão grande e tão bela simplesmente porque temos de resolver coisas tão banais do nosso dia a dia. Simplesmente porque não reservamos mais o nosso coração inteiramente para Deus. Simplesmente porque não somos capazes de deixar todo o mundo lá fora e nos concentrar em Jesus Cristo. Ou talvez, melhor dizendo, trago comigo toda a minha vida, mas eu não trago como alguém que está aqui, mas alguém que está na verdade lá fora tentando resolver tudo. Eu trago para diante da Eucaristia, trago para o Senhor, lanço tudo em Seu coração, confio que é Ele quem governa, é Ele quem conduz. É Ele que me salva através de tudo o que acontece na minha vida, daquilo que recebo com a maior alegria do mundo e daquilo que recebo com sofrimento, com dor e com pesar. A Eucaristia reassume toda a nossa vida. A Eucaristia engloba toda a nossa existência, e como podemos nos beneficiar nos aproximando dela com todo o nosso coração, com todo o nosso desejo!

Falamos até agora sobre o mistério do sacrifício de Cristo na Eucaristia, falamos sobre a consagração, sobre a comunhão com o corpo e o sangue de Cristo, mas sabemos que também ocupa um lugar muito especial na vida da Igreja a Adoração, a Contemplação de Jesus Eucarístico. O Padre Raniero Cantalamessa falando disso diz o seguinte: “A base de tudo, a base de toda a nossa vida é certamente a vida sacramental, são os mistérios que nos põem em contato imediato e objetivo com a salvação que Deus uma vez por todas realizou em Cristo Jesus, mas por si só, os mistérios não bastam para fazer progredir no caminho espiritual. É necessária que à vida sacramental se junte uma vida de contemplação, uma vida interior. A vida divina que recebemos nos sacramentos, só depois de ter se assimilado na contemplação é que poderá exprimir-se concretamente também nas ações”. E mais adiante ele vai dizer que não existe uma virtude que não seja fruto da contemplação.

Falamos de toda a grandeza, de toda a riqueza do que é a celebração do mistério eucarístico. Talvez pudéssemos pensar: “Além disso, para quê a contemplação do mistério?”. Na verdade pela celebração do mistério de Cristo recebemos a salvação, mas pela contemplação nós interiorizamos essa salvação e deixamos que ela penetre mais fundo no nosso coração, que ela penetre mais fundo na nossa vida. A nossa vida de virtudes, de santidade, vai se tornando mais consistente, vai se tornando mais profunda, mais arraigada quanto mais somos capazes de contemplar o mistério, porque é contemplando o mistério que  interiorizamos aquela graça objetiva, aquela graça que acontece independente de nós, mas que vai sendo trazida para dentro do nosso coração.

Como comunidade, o Senhor nos tem dado nos últimos anos muitos dons através da Adoração ao Santíssimo. Aqui em Fortaleza já temos na Arquidiocese 3 lugares com Adoração perpétua: Shalom da Paz, Diaconia, Shalom de Fátima. Se Deus quiser em breve teremos mais Adoração, mais locais de Adoração. Talvez alguém olhe e pergunte para quê esse exagero de Adoração, de Santíssimo exposto. É porque nós precisamos contemplar o mistério de Deus para não sermos pessoas superficiais. Precisamos contemplar o mistério de Deus para que Ele possa adentrar mais na nossa vida. E precisamos contemplar esse mistério de Deus quer sintamos na contemplação aquele gozo da presença de Deus quer não o sintamos.

Muitas vezes a nossa Adoração é aquele momento de oásis na nossa vida. Eu paro, estou em silêncio, contemplando o Senhor, estou sendo restaurado, revigorado, mas em outros momentos não. Em outros momentos a Adoração pode vir com um momento de aridez, seja por causa dos meus pecados, seja porque Deus quer me purificar, e aí talvez digamos: “Ah, não vou ficar aqui porque fico inquieto, querendo sair, fico agitado”. Meus irmãos quando nos sentimos assim diante do Santíssimo Sacramento, procuremos inverter talvez os papeis. Se quando somos pacificados por Deus, se quando sentimos o gozo da presença de Deus, nós nos sentimos profundamente amados por Ele, que nós possamos também retribuir esse amor, estando ali em silêncio, com o nosso joelho dobrado, mesmo quando nosso coração está agitado, mesmo quando nos encontramos áridos. É como se estivéssemos ali a repetir: “Senhor, eu estou aqui para te fazer feliz. Estou aqui para te amar. Estou aqui por ti e não por mim”, apesar de que a verdade é sempre que somos sempre nós que recebemos muito mais. Talvez pensar que nós vamos contemplar o Senhor para fazê-lo feliz, dê um grande sentido a nossa Adoração, a nossa contemplação.

adoração

Meus irmãos essa Eucaristia que celebramos, na qual somos inseridos por meio do sacrifício da nossa vida, por meio da comunhão, essa Eucaristia que contemplamos na Adoração e que amamos o Senhor pela Adoração, ela deve se tornar, sobretudo, o nosso grande modelo de vida, e aí falamos do quarto ponto, o da imitação do Senhor.

Imitar Jesus Eucarístico, esse é o chamado de cada um de nós. Claro que só vamos conseguir imitar Jesus Eucarístico se O adorarmos, se bebermos da graça do Seu sacrifício, se contemplarmos, se nós nos deixarmos envolver por esse mistério. Mas o fim último da nossa vida eucarística é o fim da imitação. Nós nos tornamos um com Ele, passamos a viver a vida Dele.

Um grande sinal, um grande momento da Última Ceia e que nós repetiremos hoje na missa, é o momento do Lava pés. No momento do Lava pés Jesus diz para os Seus discípulos: “Eu vos dei o exemplo”. Será que com isso Jesus estava dizendo só que deu o exemplo de como lavar os pés de uma pessoa? Será que Jesus estava dando o exemplo somente naquele momento para os Seus discípulos? Com certeza que não. Na verdade a vida de Jesus como um todo foi um continuo lavar os pés da humanidade. Quando Jesus lava os pés dos discípulos, no ultimo momento da Sua existência sobre a terra, na verdade Ele está mostrando a maneira como Ele viveu. Ele viveu para lavar os nossos pés. Ele viveu para lavar os pés da humanidade. E Ele que viveu para lavar os pés da humanidade é o mesmo que nos disse: “Eu vos dei o exemplo”. Dei-vos o exemplo de uma vida totalmente voltada para os outros, de uma vida totalmente ofertada. Dei-vos o exemplo de uma vida que não se voltava para si mesmo e que não pensava em si mesmo. Dei-vos o exemplo de uma vida que não existe para si, mas existe para os outros. Meus irmãos essa deve ser a grande meta da nossa vida.

Se quisermos ter uma vida eucarística, se queremos seguir os passos de Jesus, a nossa vida precisa ser vivida para os outros. E ela precisa ser vivida, sobretudo, para os pobres, os pobres em sentido muito largo, voltada para aqueles que mais precisam, para aqueles que não conhecem a Deus. Voltada para aqueles que talvez nós não conseguimos amar. É para esses que ofertamos a nossa vida. É para esses que ofertamos o nosso amor, o nosso coração.

O tema do nosso retiro de Semana Santa é “Por Suas chagas fomos curados”, tirado da 1° Carta de São Pedro. Por Suas chagas fomos curados. Pensando nessa realidade do Lava pés, gosto muito de pensar que na verdade as chagas que nos lavam são as chagas de Cristo dos nossos irmãos, são as chagas de Cristo do nosso próximo. A maneira que temos de tocar as chagas de Cristo para sermos purificados é tocar as feridas dos nossos irmãos. É tocar na vida daquele que sofre, na vida daquele que está doente, tocar na vida daquele que precisa de nós. No fundo, quando tocamos, quando lavamos o pé do pobre, quando tocamos as chagas do ferido, estamos sendo curados por Cristo.

Como padre, temos muitas oportunidades de tocar nas feridas em todos os sentidos das pessoas. Depois da minha ordenação acho que passei a entender mais de que maneira vou sendo curado na medida em que vou tocando nessas chagas de Cristo na vida dos outros. Um padre normalmente é uma pessoa a quem todos procuram para mostrar as suas chagas, seja a chaga do pecado, quando atendemos confissão, e como é libertador, como cura o nosso coração passar um dia inteiro sentado ouvindo confissões, ouvindo a dor do pecado das pessoas! Mas as pessoas também nos trazem feridas de diversas maneiras. Em todo lugar que chegamos as pessoas normalmente nos procuram para dizer: “Padre, reze pelo meu filho que está envolvido nas drogas. Reze pelo meu esposo que está me traindo e está envolvido com álcool. Reze pela minha mãe que está doente no hospital, está na UTI. Reze pelo meu pai porque ele pegou uma doença muito grave e está em coma”. De todos os lados podemos tocar muito concretamente a ferida das pessoas. Posso dizer para vocês: como isso é libertador! Como isso cura o coração de um sacerdote! Como isso cura a vida de um sacerdote, poder tocar as chagas de Cristo que estão presentes nas chagas, na verdade, da humanidade, nas feridas da humanidade.

Por isso não podemos temer tocar a ferida do homem de hoje, pelo contrário! Isso deve ser o pão nosso de cada dia, deve ser o nosso alimento de cada dia. Nós vamos sendo transformados quando abrimos na nossa vida espaço para ouvir aquele que precisa de nós, quando nos sacrificamos para ir ao encontro daquele que está necessitado, quando perdemos uma noite de sono para ir evangelizar ou passar a noite numa capela em Adoração Eucarística. Estamos tocando as chagas de Cristo. Estamos tocando, na ferida da humanidade, no coração de Jesus que pode nos curar, e por Suas chagas, então, passamos a ser curados, passamos a ser libertos. Precisamos pedir ao Senhor que nos ensine a amar o pobre, o fraco, o doente, que nos ensine a amar aquele que para nós é difícil de amar.

Temos visto inúmeros exemplos do Santo Padre, desde a sua eleição, de como ele dispensa essa atenção ao sofredor, ao pobre. É como se tivesse um imã, ele vai passando e se vê uma pessoa doente, parece que não aguenta ficar parado nele mesmo. Queria ter colocado aqui essa imagem que vocês tanto conhecem do Papa que coloca a sua mão num homem com o rosto todo deformado, e ele pega n rosto dele com uma grande ternura. Cada vez que olho para aquela imagem pergunto: “Meu Deus, será que eu tenho coragem de fazer a mesma coisa?”, e pergunto para vocês também: nós temos a coragem de nos aproximar do pobre? Passamos esse tempo inteiro da Quaresma refletindo sobre isso, sobre o pobre. O Senhor foi nos convidando a uma conversão ao pobre. Temos coragem de tocar a ferida do pobre? Temos coragem de tocar na sua dor? Temos coragem de tocar na sua doença? Temos coragem de nos deixar tocar pela chaga de Cristo que se manifesta na vida de cada um?

papa.enfermo Meus irmãos se nós não temos, a nossa vida precisa ser mais envolvida pela Eucaristia. A nossa vida precisa ser mais tomada por esse Jesus que se parte, que se reparte e que se quebra por nós, porque é Dele que vamos aprender a viver a serviço dos outros. É com Ele que vamos aprender a viver a nossa vida não pensando em nós, mas pensando nos outros. É com Ele que vamos aprender a amar aquele que sofre, a amar aquele que está doente, a amar aquele que precisa de nós. Em outras palavras, vamos aprender a servir e não a ser servido. Vamos aprender a servir com a caridade de Cristo, com a humildade de Cristo. Vamos aprender a servir nos despojando do nosso orgulho, da nossa arrogância, nos fazendo como Jesus humilde e pequeno, servidor de todos, que veio para salvar, para libertar, curar e santificar. Com Ele, Nele, essa também é a nossa missão.

Vamos fazer um momento de oração, pedindo a Jesus que Ele nos dê essa vida eucarística, pedindo a Jesus que nos dê essa vida totalmente configurada a Sua. Mas antes da oração, ouçamos ainda um trecho do Padre Raniero Cantalamessa, que nos fala sobre este servir ao nosso irmão como Cristo que lavou os pés dos Seus discípulos: “O ponto fundamental é saber se nós servimos aos irmãos ou, ao invés, se nos servimos deles. Serve-se dos irmãos e os instrumentaliza aquele que, infelizmente, se desmancha pelos outros e até se mata, como se diz, mas em tudo o que faz há um interesse próprio, e procura de alguma forma a aprovação, o aplauso, o elogio e a satisfação de sentir-se no íntimo um benfeitor. Neste ponto, o Evangelho apresenta exigências numa extrema radicalidade, “não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”. Tudo o que é feito, seja o que for, para ser visto pelos homens, é trabalho perdido e perda de tempo. Cristo não buscou o que Lhe agradava. Esta é  a regra do nosso serviço. Além disso, não pode servir seriamente aos outros quem sempre busca contentar-se a si mesmo, quem faz de seu repouso um ídolo, como também de seu tempo livre e de seu horário”.

Vamos cantar essa música pedindo ao Senhor que nos encha da Sua caridade. Ele que tendo amado os seus, os amou até o fim, nos ensine também a amar, a amar todos os que Ele coloca em nosso caminho, sempre lavando os seus pés, sempre nos repartindo e nos quebrando como a Eucaristia, para ser alimento para os nossos irmãos.

 

Música: Em Verdade, de Walmir Alencar

 

Em verdade Ele levou sobre si nossas enfermidades

E carregou os nossos sofrimentos

 

Mas foi maltratado por nossos erros

E esmagado por nossas iniqüidades

 

O castigo que nos salva pesou sobre Ele

Fomos curados graças às suas chagas

 

Oração Padre Karlian:

 

Convido você a rezar, a repetir essa oração comigo:

Senhor Jesus, Tu que és o Sumo Bem, Tu que és todo amor, Tu que deste a Tua vida por mim, que a cada dia Te ofertas por mim, ensina-me Senhor, a dar também a minha vida em resgate de muitos. Dai-me a Tua caridade Senhor. Dai-me a Tua generosidade. Dai-me a Tua humildade.

Senhor Jesus, eu te entrego o meu coração, o meu desejo de Te amar não somente em palavras, mas concretamente. De amar aqueles que para mim são mais difíceis. Manda sobre mim o Teu Espírito, que Ele possa me capacitar a tornar-me Eucaristia para todos ao meu redor.

(Vá orando no Espírito e vá lembrando se de pessoas que para você são particularmente difíceis de amar. Ele nos amou quando nós estávamos no pecado. Peça a Deus a graça da caridade. Peça a Deus a graça do amor sincero com todos ao seu redor).

Arranca Senhor do nosso coração todo rancor, toda mágoa. Dilui Senhor no mar da Tua misericórdia toda a amargura dos nossos corações.

Vá fazendo um compromisso diante do Senhor de amar concretamente, como Ele nos amou concretamente. Sobretudo se você traz mágoas em seu coração, sobretudo, se Deus hoje coloca na sua vida também alguns pobres de diversas maneiras, pobres materiais ou pobres de outro tipo, e que você não consegue amar. Vá se comprometendo diante de Deus a amar. Vá se comprometendo diante de Deus a quando você for para a Eucaristia, quando você comungar, levar aquela pessoa com você, no seu coração, de maneira que a sua comunhão também seja a comunhão dela. De maneira que o mesmo Jesus que habita o seu coração possa habitar o dela e possa também trazer essa ou essas pessoas para dentro do seu coração, em um aprendizado constante com Jesus a ser amor, a ser Eucaristia para os outros.

Oh Virgem Maria, Tu que guardastes os mistérios de Deus, que guardastes no silêncio o mistério da vida e da morte de Jesus, guarda-nos também, guarda-nos de todo mal, e guarda-nos no mistério do Senhor, conserva em nós a Tua graça.

 

 



[1] Livro: O Mistério da Ceia, de Raniero Cantalamessa. Editora Santuário. 2008.

 

Pe karlian/ Decupagem: Irlanda


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.