Institucional

Evangelizar no presídio é transformar o mal em bem

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Nacélio e outros membros do Shalom em evangelização na CPPL III

Sou Anthony Nacélio, membro de grupo de oração do Shalom de Fortaleza desde 2004, e agente penitenciário desde 2008. Trabalhei em uma penitenciária na região metropolitana por três meses, e fui transferido para a cidade de Juazeiro do Norte, onde fiquei por cinco anos.

Em Juazeiro, eu tinha mais contato com os presos, muitos eram jovens que me contavam suas histórias. No geral, mostravam que não tinham tido amor de pai e mãe, o que havia colaborado para terem caído no crime. E me incomodava muito não ver a Igreja Católica ali. Depois do trabalho, na viagem de retorno a Fortaleza, pensava na história deles, e até chorava. Por intermédio do coordenador do meu grupo de oração, brotou no coração a coragem de evangelizar na penitenciária.

Aproximei-me de outros agentes que tinham vida ativa na Igreja. Veio-me a ideia de começar pelos presos da enfermaria. Depois de nossas atividades, íamos para a enfermaria, fazíamos um louvor, refletíamos a Palavra e rezávamos o terço. Um ano depois, cederam-nos uma sala e começaram a participar os caras de bom comportamento do pavilhão. Um colega levou a comunidade dele e um padre para celebrar a missa. Isso abriu as portas para outros eventos e a Pastoral Carcerária passou a nos visitar mais vezes. O Shalom de Juazeiro nos ajudou muito. Um dia, pensei estar no céu: participamos da missa, fizemos louvor e um padre atendeu as confissões de todos os detentos que desejaram se confessar. O comportamento deles muda bastante, para melhor!

Ao ver que já havíamos formado um povo para cuidar daqueles filhos de Deus, pedi transferência para Fortaleza. Hoje, meu ministério no Shalom é a Promoção Humana, setor da Comunidade responsável por alcançar diretamente pessoas em situação de vulnerabilidade social, jovens infratores, pessoas enfermas, moradoras de rua e dependentes químicas.

Na região metropolitana de Fortaleza, o Shalom visita quatro unidades. Na CPPL III, por exemplo, ficamos ao ar livre com os detentos no banho de sol. Fazemos louvor, oração e pregação. Nessa unidade, é permitido contato mais direto. Rezamos por eles, impondo-lhes as mãos, abraçamos. Lá celebramos missa de Natal com 300 homens. Neste ano, queremos celebrar missa mais vezes e fazer um Seminário de Vida no Espírito Santo.

É gratificante evangelizá-los. Quando lhes falo da misericórdia e os ouço, sinto como se eu estivesse em adoração a Cristo crucificado. Para mim, eles são Jesus passando pela paixão, pelo sofrimento, Jesus que foi julgado, açoitado, condenado, mas que ressuscitará. Isso me torna mais humano. Teresa de Calcutá dizia: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”. Evangelizar no presídio é transformar o mal em bem, é ajudar um homem pecador, cheio de revolta, a se deixar transformar, a amar, a perdoar. É levar esperança.

A Comunidade Shalom, através do Projeto Mãe das Dores, visita penitenciárias em nove cidades do Brasil, dando aos detentos oportunidade de ter uma experiência com Deus através da Palavra, oração e sacramentos.  Mais de cinco mil pessoas em 20 presídios são alcançadas. Ajude-nos a continuar essa missão. Torne-se um Benfeitor da Paz ou faça uma doação espontânea e ajude a Comunidade Shalom a transformar vidas

 


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