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Família humana, comunidade de paz.

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Família humana, comunidade de paz.

Estamos por iniciar um ANO NOVO. O Natal do Senhor nos trouxe a grande mensagem: Deus não perdeu a esperança no ser humano. Para isso enviou o seu Filho para nos ensinar como ser filhos de Deus, portadores da paz. Um ano novo nos faz também formular votos de paz e nos convida a ser construtores da paz. A esperança não pode morrer em nosso coração, angustiado e sofrido diante do mal que a própria criatura humana causa a si mesma e a seus semelhantes. Vençamos a náusea e o niilismo que imobiliza ou desespera!

O Papa Bento XVI enviou mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz, dia 1º de Janeiro, com o título: Família humana, comunidade de paz. E inicia: “A primeira forma de comunhão entre pessoas é a que o amor suscita entre um homem e uma mulher decididos a unir-se estavelmente para construírem juntos uma nova família. Entretanto, os povos da terra também são chamados a instaurar entre si relações de solidariedade e colaboração, como convém em membros da única família humana”. E lembra: “Os homens, sentenciou o Concílio Vaticano II, constituem todos uma só comunidade; todos têm a mesma origem, pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro gênero humano; têm também todos um só fim último, Deus”.

O terceiro milênio chegou com a preocupação de muitíssimos paises de acentuar as diferenças entre os povos, ainda que limítrofes. As tentativas de criar comunidades de nações não cancelam as suas diferenças. Procuram colocar na economia o apelo principal para a união, sem a consistência do fundamento que possa garantir a eficácia definitiva de construir a fraternidade humana, com o respeito da dignidade de todos os povos e de cada ser humano.

Lembra o Papa que “a família natural, enquanto comunhão íntima de vida e de amor fundada sobre o matrimônio entra um homem e uma mulher, constitui o lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade, o berço da vida e do amor. Por isso, a família é justamente designada como a primeira sociedade natural, uma instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas, como protótipo de todo o ordenamento social”.

Com efeito, numa vida familiar sã experimentam-se algumas componentes fundamentais da paz: a justiça e o amor entre irmãos e irmãs, a função da autoridade manifestada pelos pais, o serviço carinhoso aos membros mais débeis porque pequenos, doentes ou idosos, a mútua ajuda nas necessidades da vida, a disponibilidade para acolher o outro e, se necessário, perdoar-lhe. Por isso, a família é a primeira e insubstituível educadora para a paz. Deste modo, quando se diz que a família é “a primeira célula vital da sociedade”, afirma-se algo de essencial. A família é fundamento da sociedade inclusive porque permite fazer decisivas experiências de paz”. Devido a isso, a comunidade humana não pode prescindir do serviço que a família realiza. Onde poderá o ser humano em formação aprender melhor a apreciar o ‘sabor’ genuíno da paz do que no ‘ninho’ primordial que a natureza lhe prepara? A linguagem

familiar usa um vocabulário de paz; aqui é necessário recorrer sempre para não perder o uso do vocabulário da paz. Na inflação das linguagens, a sociedade não pode perder a referência àquela ‘gramática’ que a criança aprende dos gestos e olhares da mãe e do pai, antes mesmo das suas palavras.

A humanidade é uma grande família que para viver em paz, é chamada a inspirar-se nos valores por que se rege a comunidade familiar. Isto vale tanto para as comunidades locais como nacionais; mais, vale para a própria comunidade dos povos, a família humana que vive nesta casa comum que é a terra.

A comunidade humana tem a ver com a necessidade de preservar o ambiente para a sua manutenção e sobrevivência. A terra, casa comum, ambiente que Deus criador nos deu para que a habitássemos com criatividade e responsabilidade.

Uma família vive em paz, se todos os seus componentes se sujeitam a uma norma comum: é esta que impede o individualismo egoísta e mantém unidos os indivíduos, favorecendo a sua coexistência harmoniosa e laboriosidade para o fim comum. A razão humana é capaz de discernir a norma moral pelo menos nas suas exigências fundamentais, regular as opções das consciências e guiar todos os comportamentos dos seres humanos.

Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo

Arcebispo de São Salvador da Bahia

Fonte: Site CNBB


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