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Fé e martírio: bem-aventurados de Nonoai

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“O Brasil precisa de santos. Muitos Santos” (João Paulo II). E eles estão aí. Hoje (21/10/2007), o delegado do Papa Bento XVI, Cardeal Saraiva Martins, beatifica dois mártires do Brasil, cruelmente assassinados por anticlericais e inimigos da religião. Fato que aconteceu no dia 21 de maio de 1924, na localidade de Feijão Miúdo, perto do município de Três Passos. Trata-se do Pe. Manuel Gómez González e do coroinha Adílio Daronch.

Pe. Manuel nasceu dia 29 de maio de 1877, na Espanha. Em 1913 veio para o Brasil como sacerdote, fugindo da perseguição religiosa que acontecia em Portugal, onde trabalhava desde 1905. O coroinha Adílio nasceu em 25 de outubro de 1908, em Dona Francisca-RS, na época município de Cachoeira do Sul, filho de Judite Segabinazzi e de Pedro Daronch, nascido em Agordo-Itália, que veio para o Brasil com a família, quando tinha sete anos. No ano de 1912, a família transferiu-se para Passo Fundo e alguns anos depois para a cidade de Nonoai-RS.

“Mártir” é aquele que dá a sua vida por causa do Evangelho e/ou para não renegar a Fé. Para ser beatificado, como é o caso dos dois mártires de Nonoai, bastam provas do martírio. Não há necessidade de um milagre, cientificamente comprovado, como é o caso dos outros santos não-mártires. Após a beatificação, para ser canonizado, também para os mártires, se requer pelo menos um milagre cientificamente provado por especialistas do assunto e ser algo extraordinário, acima das leis científicas e/ou naturais.

Os que estão na lista dos “beatos” ou “santos” da Igreja, não nasceram santos. Nem foi o Papa que os tornou santos. Mas eles mesmos, durante a vida, se santificaram mediante a oração, sacrifícios e a prática da caridade. Cabe à “Congregação da Causa dos Santos” e ao Papa, através de estudos científicos, comprovar que essas pessoas se tornaram santas, porque foram fiéis à Fé e ao Evangelho, praticando as virtudes em grau heróico.

É muito lindo o testemunho da irmã de Adílio, senhora Zolmira Daronch Ziani, que diz: “A nossa família era unida e profundamente religiosa. Obedecíamos com rigor os nossos pais. Adílio gostava muito de rezar e acompanhar ao Pe. Manuel. Fazia parte do grupo de coroinhas para ajudar na missa…”.

E uma outra irmã dele diz: “Meu pai era comerciante, fotógrafo; possuía vários livros, estudava e possuía uma pequena farmácia. Ele e a mãe tinham ocasiões de fazer caridade. E têm feito muita caridade, especialmente no tempo da espanhola (epidemia de 1918): o papai era muito serviçal e caritativo, como também mamãe. Foi um dos motivos porque sofremos economicamente…”.

Todos somos chamados a ser santos, diz São Paulo, porque “esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Tes 4,3). O santo é reconhecido como tal pela autoridade competente e elevado à honra dos altares para a veneração dos fiéis, para que sirva de exemplo e de encorajamento para buscar a santidade, com a graça de Deus e o esforço pessoal. E também para que invoquemos a sua proteção e sua intercessão junto a Cristo e ao Pai, no Espírito Santo.

Que o exemplo do Pe. Manuel e do coroinha Adílio nos encoraje para sermos fiéis a Deus na busca da nossa santificação pessoal.

*Dom Girônimo Zanandréa é bispo Diocesano de Erexim(RS)

Fonte: CNBB


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