Ficção no comshalom.org
Acompanhe no comshalom.org o dia-a-dia da família formada por Poliana, uma baiana casada com um árabe cristão, seu esposo Amir e seu filhinho Rafael. Através desses personagens, você vai conhecer o Oriente Médio, seus costumes e sua tradição.
Após a missa, Poliana levou Rafael para a casa de sua sogra e logo depois seguiu para a casa comunitária. Chegando lá encontrou: Érica (Responsável Local da missão de Haifa), Amanda (Formadora Comunitária da Comunidade de Vida), Célia (Coordenadora Apostólica), Clarissa que coordenava a alimentação, Paulo (Ecônomo da missão) e Alberto que coordenava a liturgia. Também já estavam presentes: Amir, esposo de Poliana, e o irmão dele, dr. Uisam Khouri, que daria a formação sobre os melquitas para todos os missionários. Amir e sua esposa, embora não fossem da comunidade, também foram convidados a participar.
– Polin!! – exclamou Érica ao lhe abrir a porta – Estávamos só te esperando.
Érica era uma mulher muito espirituosa e, como sabia que os árabes não conseguiam chamar Poliana pelo nome, por ser um nome muito difícil e longo: PO-LI-A-NA, mas a chamavam simplesmente por Polin, também adotou ela essa forma de tratamento.
– Gente, perdão pelo atraso – desculpou-se com seu agradável sotaque baiano – mas é porque a essa hora o trânsito fica terrível!!! Demorei o maior tempão da casa de minha sogra até aqui.
Todos lhe acenaram com a cabeça em sinal de aceitação de suas excusas. Érica tomou de suas mãos as sacolas com as “sementinhas”, passando-as logo para Clarissa que se apressou em servi-las sobre pequenas mesinhas de madeira, as quais recebem o nome em árabe de “scamla“.
Amir, levantou-se do sofá, beijou sua esposa na testa e foi guiando-a com seu braço envolto em suas costas para, ternamente, acomodá-la ao seu lado no sofá.
Estando todos devidamente acomodados, “sementinhas” servidas com suco em três “scamlas”, após breve oração, dr. Uisam começou:
– Boa noite a todos! – saudou com seu ligeiro sotaque de quem aprendeu uma língua já adulto – Como Érica já disse, hoje vamos falar sobre como os melquitas jejuam. Como temos missionários novos como Clarissa e Alberto, primeiro vou explicar um pouco sobre a igreja melquita. A Igreja Greco-Melquita é (uma) igreja sui iuris (em latim: de direito misto). Ela tem unidade com a Igreja de Roma, mas possui um direito canônico próprio e tradições litúrgicas semelhantes às igrejas ortodoxas. É uma das 22 igrejas orientais que têm comunhão com Roma. Seu chefe é o Patriarca Melquita de Antioquia, Jerusalém e Alexandria e, como nós sabemos, Gregório III é o patriarca hoje…
E assim ele continuou durante longa explicação. No final de tudo, levantou-se Érica, agradeceu ao dr. Uisam e, para finalizar a noite, pediu que todos rezassem uma Ave- Maria, colocando também como intenção a situação dos cristãos na Síria e no Iraque, devido à atuação do Estado Islâmico.
Então, santo leitor, gostou de aprender um pouco sobre os melquitas? No próximo texto continuaremos de onde paramos. Você gostou da atitude de Érica ao pedir oração pelos cristãos? Creio que sim. E você tem rezado por nossos irmãos que sofrem perseguição? Vamos vencer a barreira da “globalização da indiferença” (Papa Francisco), rezando juntos agora: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco…
Oremos juntos e nos unamos aos mártires desse tempo.
Um grande abraço e até a próxima,
Thiago Freire
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