Menos de dois meses após a passagem do tufão Hayan – conhecido localmente como Yolanda – os filipinos encontraram uma maneira de celebrar o Natal, uma tradição importante para muitas pessoas no país.
Na vizinhança de Magallanes, em Tacloban, uma árvore de Natal cercada pelos escombros e entulhos chama a atenção. “Fui eu que a coloquei aí”, diz Ronis Mirafor (18). Seu pai encontrou a árvore nos escombros e a família de 11 pessoas a decorou com materiais reciclados.
“Quero comemorar que Jesus está vindo e também celebrar que estamos vivos e que, como uma família, estamos juntos. Nossa família sobreviveu ao tufão Yolanda. Mesmo que não tenhamos comidas deliciosas, estamos felizes porque estamos juntos”, afirmou o jovem.
A árvore da família Miraflor é uma entre muitas que os filipinos colocaram do lado de fora de suas casas destruídas. Além de Tacloban, em outras regiões há decorações feitas de materiais reaproveitados: garrafas recicladas que fazem o papel de ornamentos, rótulos de biscoito substituindo guirlandas e o plástico de copos que se tornam flocos de neve.
Para a residente da ONU e coordenadora humanitária da organização no país, a brasileira Luiza Carvalho, “as comunidades afetadas pela tempestade têm mostrado notável resiliência e coragem nas últimas seis semanas, a começar pela tarefa de reconstruir suas vidas, em alguns casos, de literalmente nada. Eles precisam do nosso apoio contínuo.”
A médica Carla Ante Orozco, do Escritório de Saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) nas Filipinas, afirma que percebe entre os colegas o desejo de celebrar a data. “Eles ainda sentem esperança, mas não será o tradicional feriado festivo. É mais sobre estar com a família desta vez. Isso é mais do que suficiente.”
Tacloban está aos poucos mostrando sinais de normalidade, com estradas sendo limpas, pequenas lojas reabrindo aos poucos e a eletricidade sendo restaurada em algumas partes da cidade.
Aqueles que perderam a casa celebraram o Natal nos refeitórios e salas de aulas, que ainda servem como abrigo.
Fonte: ONU