Revolucionar nos anos de 1800 com certeza foi desafiante, principalmente para uma mulher. Nessa época, as mulheres eram educadas para serem boas esposas, cultas e servirem a casa.
Esse foi o início da história de vida desenhada pelos pais de Vicenta Maria, que, de família nobre, ainda criança, mudou-se para Madrid a fim de estudar, mas, que na vivência com os tios que a acolheram, tomou gosto pelo cuidado com o outro, principalmente os menos favorecidos.
Santa Vicenta Maria, enfrentou a família e os desafios próprios do seu tempo para proteger e amparar as mulheres marginalizadas, dando-lhes dignidade através da formação para uma profissão.
“Seu maior desafio começou com seu pai que tinha outros sonhos e projetos para ela que estavam bem longe dos que ela sentia como sua missão no mundo. E a sociedade foi outro desafio pelo fato de ter diante de si uma mulher que sabia não só ler, escrever, administrar bens, mas também que ensinava e transmitia seu saber a outras jovens, sempre com o objetivo de que elas tivessem sua autonomia e não se deixassem enganar por seus patrões, sendo mulheres de bem e com valores. Ela cuidava das que ninguém queria cuidar, e isso era de uma imensa valentia”, disse irmã Sabrina, da Congregação das Irmãs de Maria Imaculada.
Depois de adulta, ao perceber que não havia nenhum segmento da Igreja Católica que protegesse mulheres marginalizadas, ela sentiu o desejo no coração e fundou a Congregação das Irmãs de Maria Imaculada, onde desenvolveu esse trabalho, tirando as mulheres das ruas e ensinando a profissão de empregada doméstica.
Para a irmã Sabrina, Vicenta Maria, mais que ter um olhar amplo da realidade e ver à frente do seu tempo, foi capaz de fundar a Congregação desde um Carisma que nunca deixa de ser atual. “ Ela foi capaz de viver o momento presente com plenitude, sentia com intensidade a necessidade das jovens naquele momento e naquela realidade, esse foi seu ponto mais forte. ”
Santa Vicenta Maria foi protagonista da sua própria história e ainda hoje, deixa uma mensagem de fé e esperança também às outras jovens. “Vivam e se salvem”, dizia a santa.
Março somente nos cinemas
A primeira estreia de 2024 da Kolbe Arte nos cinemas está prevista para março, com o filme A Serva. A trama conta a história de Santa Vicenta Maria que deu a vida na missão de tirar mulheres da rua e dá-las dignidade. No mês das mulheres, esse filme revela a sororidade ainda no século 19, onde mulheres não tinham voz e nem vez.
Lera, personagem que conta a vida de Santa Vicenta María é presa em Madrid nos tempos atuais, e lá conhece duas mulheres que ganham a vida nas ruas, a pedido de uma delas, fala sobre a santa.
Lera conta sobre a infância de Santa Vicenta, que tem sua origem em uma família nobre, e vai morar com os tios para estudar. Lá conhece o trabalho do cuidado com as mulheres de rua, já executado pelos parentes. O filme passa pelo seu crescimento tanto pessoal quanto espiritual até a sua missão ao fundar a Congregação das Irmãs de Maria Imaculada, onde cria a instituição para formar e dar uma profissão a essas mulheres.
A Serva tem como centro da história a vida da Santa Vicenta Maria, mas também na missão de formar essas mulheres da rua em excelentes “domésticas”, tirando-as da promiscuidade e levando-as a ter uma profissão, devolvendo-lhes a dignidade.
Essa dignidade é devolvida através de formação profissional, que nesse caso, se materializa em torná-las ótimas empregadas domésticas.
Para os dias de hoje, uma verdadeira lição de sororidade, palavra muito usada nos últimos tempos, onde as mulheres se dão as mãos para alcançarem seus objetivos juntas.
Confira a sinopse do filme A Serva
Vicenta Maria viveu há quase 200 anos. Desde muito jovem sentiu a vocação de proteger outras mulheres do seu tempo que não tinham as mesmas oportunidades e procuravam emigrar das suas aldeias para as grandes cidades, em muitos casos com poucos recursos econômicos.
Lera, uma empregada doméstica que fugiu da Ucrânia, acaba de ser presa sob a acusação de roubo. Na prisão conhece Julia e Michaela, duas prostitutas, a quem conta a história da mulher que mudou a sua vida.
A decisão de uma mulher pode mudar o curso da história de milhares de outras?
Sobre a produtora
Sob inspiração de São Maximiliano Maria Kolbe, a Kolbe Arte iniciou suas atividades em 2010, promovendo e produzindo eventos. A partir da experiência adquirida, assumiu, em 2019, o desafio de trazer aos brasileiros produções audiovisuais de valores e de interesse do público cristão. São mais de 250 mil pessoas alcançadas pelos filmes e documentários promovidos ou distribuídos pela empresa.
Gostaria de assistir o filme na internet pois não tenho condições fisicas para ir ao cinema. Sou apaixopnada pela história de vida de Santa Vicenta Maria , pois fui uma das meninas acolhida em um dos Colegios de suas Religiosas.