Depois do imenso sucesso das adaptações cinematográficas de “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”, chegou a vez de o próprio autor J.R.R. Tolkien ser o tema central de um longa-metragem. O filme biográfico, produzido pela Chernin Entertainment, deverá chamar-se “Tolkien”. Ao mesmo tempo, uma pequena produtora independente prepara outra abordagem da vida do escritor, concentrando-se na amizade entre Tolkien e o também escritor C.S.Lewis.
Para comandar a realização do filme “Tolkien & Lewis”, foi selecionado o diretor Simon West, que produzirá o longa de 18 milhões de dólares para a Attractive Films, sediada em Londres e Brisbane. Simon West foi o diretor de “Os Mercenários 2” e “Con Air”. Também estão na equipe Jacqueline Cook e Mark Cooper, de “Saving Mr. Banks”.
A Attractive Films descreve o projeto como “um drama ambientado na Grã-Bretanha de 1941, devastada pela guerra, no qual se revela a fé, a amizade e a rivalidade entre J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis, dois escritores que se tornaram os autores de obras de fantasia mais importantes do mundo”. A escolha do período histórico foi deliberada, já que o ano de 1941 marca uma fase tumultuada da vida de Tolkien e de Lewis.
Tolkien dava aulas na Universidade de Oxford e começava a ver o sucesso de um livro infantil que tinha escrito: “O Hobbit”. O livro se tornou tão popular que os editores pediram uma continuação. Tolkien trabalhou duro para produzi-la, mas, perfeccionista como era, não ficou satisfeito em compor um livro curto e simples. Em vez disso, começou a escrever a monumental trilogia “O Senhor dos Anéis”.
A aversão de Tolkien a publicar algo rápido e fácil era nitidamente contrastante com o método de produção literária de C.S. Lewis.
Durante aquele mesmo período, Lewis também lecionava em Oxford e colhia o sucesso da primeira parte da sua trilogia espacial “Além do Planeta Silencioso”. Lewis estava ocupado com a sequência da obra e com a publicação de um conjunto de cartas apologéticas cristãs que viriam a se tornar “As Cartas do Coisa-Ruim”. Tolkien não aprovava a rapidez de Lewis ao escrever e desprezou o livro do amigo. Ele achava que Lewis não tinha trabalhado adequadamente as suas ideias teológicas. Ironicamente, Lewis dedicou seu livro a J.R.R. Tolkien.
O filme procurará realçar essa “guerra literária” entre os dois escritores e examinar a sua estreita relação durante os anos espinhosos da Segunda Guerra Mundial. Será interessante observar como os cineastas retratam a fé cristã desses dois gigantes da literatura, assunto que inevitavelmente terão de abordar se quiserem fazer justiça aos dois autores. Foi a fé em comum, no fim das contas, o que os uniu, além de ser um elemento essencial nos seus escritos.
A previsão é de que o filme “Tolkien & Lewis” seja lançado perto da Páscoa de 2015, em linha com o objetivo, já declarado pelos produtores, de atrair a atenção do público cristão.