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Finados

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 “Finados” vem dolatim: “fines”, que quer dizer “limites”, “extremidades”. É pois o dia em quesomos convidados para nos lembrar dos que ultrapassaram os limites da vidaterrena. Partiram de nosso convívio. A Igreja desde os primórdios, faz amemória dos que foram desta vida, cuja lembrança guardamos nos escrínios dasnossas saudades.

 

A Escritura Sagrada nos faz entender que nossos atosmeritórios estão guardados nos celeiros de Deus e os nossos exemplos iluminamos que aqui ficaram à espera do chamado do autor da vida. Não sei se é tambémpor isto que há os que acendem velas nos jazigos silenciosos dos nossoscemitérios. Não poderia este gesto ser o sinal de que as vidas destesantepassados foram exemplos de luz para os que ficaram?

 

A Igreja, após a festa litúrgica de todos os Santos,convida-nos a comemorar – isto é, a lembrar – os que nos precederam na mortenão só rezando por eles, mas recordando seus exemplos, virtudes e méritos. E aoestimular-nos a rezar pelos mortos, a Igreja tem a convicção de que, como CorpoMístico que somos, como membros uns dos outros, podemos auxiliá-los a diminuiro retardo purificador em que se encontram.

 

Na vida humana, há dias e momentos de alegria e de festa emomentos de lembrança e saudade. Nesta ocasião lembramo-nos da partida para aeternidade daqueles que conviveram conosco. Podemos até dizer que essas mortestêm coloridos diferentes. Há as mortes das crianças que são como festivosrepiques de sinos. Outras, como um ramalhete de flores que se oferece a Deus.Há os que morrem no anonimato das ruas, sem médico à cabeceira, sem que hajaquem lhes chore uma lágrima. Já vimos alguma vez a morte de pessoa santa, cujoúltimo gesto foi um ósculo de amor na imagem do Crucificado. Momento augusto oda morte, quando as luzes terrenas se apagam e a criatura se encontra com aclaridade do olhar de Deus que vem para julgar.

 

Finados: um dia para recordar e para refletir. Um convitepara erguer o olhar, à luz da fé, lembrando que temos um destino de felicidadeque não termina, na contemplação da face luminosa de Deus: “Nós O veremos comoEle é” (1a Jo 3,2).


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