No início deste mês, durante uma audiência ao cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, o Papa autorizou a promulgação de decretos relativos a 10 novos Beatos e 13 novos veneráveis.
Entre os novos abençoados está toda a família polonesa Ulma, com os pais Józef e Wiktoria e os seis filhos, mais um sétimo no ventre de sua mãe, exterminada pelos nazistas em 1944 por ter dado refúgio a oito judeus, e o leigo brasileiro Francisco de Castro Holzwarth dá novos passos para ser beatificado por “oferecer sua vida” durante uma revolta carcerária.
Sobre Francisco de Castro Holzwarth
Nascido em 18 de maio de 1942, em Barra do Piraí, estado do Rio de Janeiro, Francisco foi para Jacareí, na década de 1960, para continuar os estudos, onde morava com parentes. Em 1964, ingressou no curso de Direito, da Fundação Vale paraibana de Ensino. Foi advogado brilhante e sonhava com o sacerdócio. Em 1975, ingressou na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), onde se dedicou ao contato e apoio aos presidiários.
Foi morto em 14 de fevereiro de 1981, em uma rebelião de presos na cadeia de Jacareí (SP). Alvejado durante um tiroteio, morreu junto a cinco rebelados e um policial. Nesses 38 anos, ele “ofereceu a vida” ficando no lugar de um refém policial militar em meio a um motim de presos. Franz de Castro Holzwarth era conhecido pelo apostolado que realizava no cárcere, como membro da Apac. Os presos confiavam nele. No entanto, após a troca, a polícia atirou contra os presos e Holzwarth morreu junto com eles.
Esse reconhecimento de doação da própria vida ajuda a avançar a causa de beatificação do “servo de Deus”, pois se pode dispensar a comprovação de um milagre por sua intercessão. O processo foi apresentado pela Diocese de São José dos Campos, já que Holzwarth era de Jacareí (SP).
Uma vida de ofertas
Franz procurava viver a santidade ao viver e morrer pelos outros. De acordo com relatos bibliográficos, nee, a santidade veio em forma de alteridade, amigos mais íntimos diziam que, quando preciso, o ‘’eu” dele desaparecia em favor dos outros. Esquecia-se de si mesmo. Queria mudar o mundo, mudando-o ao seu redor.
Eles, Mártir e autor, Franz e Mario Ottoboni, são desses cristãos formados em escola de cursilho, movimentos familiares e outras catequeses Católicas que sabem muito bem o que fazem. Conhecem os riscos do verbo sair de si e ir aos outros. O livro revela quem foi Franz, quem foram e são seus Irmãos de fé e o que é a Pastoral Penitenciária junto aos detentos e aprisionados.
É feito dos verbos cuidar e ir. Em consonância com Mateus 25, 31-46 e também Mateus 7,15-23, aqueles que assumem os verbos crer, anunciar e servir sabem que a fé cristã se faz de perdoar, tentar compreender, viver a kénosis, ir lá e resgatar os feridos e machucados ao longo do caminho. Nos escritos do brasileiro, a mística é de coerência porque vivem a inerência; sentem que pertencem, adorem e coerentemente assumem a dor alheia, como se eles próprios não tivessem as suas.
Oração para beatificação de Franz de Castro Holzwarth
Senhor, nosso Deus, que inspirastes o vosso servo Franz de Castro Holzwarth a uma total dedicação de amor aos encarcerados, ao ponto de derramar o próprio sangue em favor da causa dos mesmos, nós vos pedimos que, se for de vossa vontade, Franz de Castro seja um dia glorificado pela vossa Igreja e, por sua intercessão, possamos receber a graça de que tanto precisamos e que vos pedimos com fé.
Fortalecei-nos, ó Senhor, na vivência do amor ao próximo e abençoai a todos que se dedicam à Pastoral Carcerária.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.