Uma coleção de 40 cartas escritas por Albino Luciani e dirigidas a personalidades históricas e míticas de diferentes épocas será publicada pela Fundação Vaticana João Paulo I. A obra crítica Ilustrissimi é o primeiro resultado do trabalho de preservação da biblioteca particular do beato. As cartas foram escritas enquanto João Paulo I ainda era patriarca de Veneza, antes de sua eleição para sucessor de Pedro.
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“O legado de João Paulo I não foram exortações apostólicas nem encíclicas, mas um texto primorosamente literário, Illustrissimi”, publicou em nota a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, que trabalha junto com a Fundação no projeto de preservação do acervo.
Biblioteca particular
João Paulo I teve um pontificado breve, de apenas 33 dias. Sua biblioteca particular funcionava como seu escritório. De lá saía as suas principais decisões. Formada por cerca de 5 mil volumes, ela acompanhou o beato em diversos momentos do seu magistério e foi levada a Roma um dia depois de sua eleição como Papa.
Após sua morte, os documentos foram dispersados. No entanto, boa parte se encontra reunida na biblioteca diocesana Bento VXI em Veneza, onde Luciani foi patriarca antes de ser eleito sucessor de Pedro. O projeto da fundação é reconstituir esse acervo com a finalidade de aprofundar o magistério de João Paulo I.
“A apresentação crítica e as cartas do arquivo privado são sinais de uma página nova a respeito da historiografia precedente pela consciência dos ensinamentos da memória de um pontífice cuja importância falamos tantas vezes e esta é inversamente proporcional ao tempo do seu pontificado”, disse o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, durante a conferência de apresentação do trabalho.
Testemunha da santidade do beato
Para os estudiosos dos documentos, o acervo pessoal de João Paulo I atestam sua santidade.
“A biblioteca do Beato Albino Luciani-João Paulo I é a guardiã e testemunha da santidade deste Papa, e não é por acaso que a relíquia inédita trazida à Praça de São Pedro no dia da sua beatificação foi um dos seus documentos manuscritos. O significado deste acordo é valorizar este património, que deve, no entanto, ser tornado utilizável e acessível”, ressaltou o Prof. Ottavio Bucarelli, diretor do Departamento de Patrimônio Cultural da Igreja da Pontifícia Universidade Gregoriana.