Jubileu convida a viver a misericórdia do Pai
O ano do Jubileu que vamos viver a partir de 8 de dezembro nos convida a mergulhar na misericórdia. O lema do ano santo é “Misericordiosos como o Pai.” Além de experimentarmos desta graça, o Papa nos impulsiona a vivermos a misericórdia de Deus, destacou a assistente apostólica da Comunidade Shalom, Gabriela Dias. Ela proferiu uma palestra no retiro da Grande Comunidade neste sábado, 10.
Gabriela lembrou a passagem do filho pródigo ( Lucas 15,11-32). Neste texto, um filho deixa o pai e gasta seus bens. O pai o acolhe de volta de braços abertos. Neste ano, não devemos nos identificar apenas com o filho da parábola, mas com o Pai das misericórdias. “Deus nos convida a dar abundantemente a misericórdia. Respeitando a liberdade dos outros, mas lançando as sementes”, disse. Gabriela também destacou que a alegria do Pai ao reencontrar o filho é muito maior que a do filho ao ser perdoado. “Só Deus que é Pai perdoa e é perfeitamente misericordioso.” Para vivermos a misericórdia, Deus nos convida a “não calcular o amor, a doação de vida”.
A missionária da Comunidade Shalom lembrou que no Retiro da Grande Comunidade do ano passado Deus nos falava sobre a necessidade de “abrir os portais da misericórdia”. Não podemos experimentar sozinhos da misericórdia, mas trazermos todos. “Não podemos abandonar a humanidade que geme e sofre.”
Não é um ano de apenas sabermos que Deus nos ama, mas um ano empenhativo. “Um programa de vida tão empenhativo como rico de alegria e paz. Precisamos sair da zona de conforto para ‘ir ao encontro’ das pessoas.”
A misericórdia do Pai se manifestou em Cristo. Quem alarga o coração e se doa como Cristo, vai experimentar a alegria e a paz do coração do Pai. “É necessário abrir o coração para os que vivem nas periferias existenciais, ir ao encontro dos que sofrem mais.”
A Igreja e a Comunidade vão convidar a todos a alargar o coração para a misericórdia e experimentar a alegria de ir ao encontro do outro. Teremos uma entre as iniciativas Seminários de Vida no Espírito Santo, Acampamento de Jovens e Retiro de Carnaval Renascer.
Obras de misericórdia
O amor não pode se expressar apenas em sentimentos, mas em atos concretos. “Devemos ser alegres instrumentos do amor e da misericórdia. Nosso amor não pode ser só sentimentos, mas obras”, ressaltou.
As obras corporais são: dar de comer a quem tem fome, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. Há ainda as obras espirituais: dar bons conselhos, instruir os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, sofrer com paciência as ofensas do próximo, rezar por vivos e falecidos.
Deus nos chama a mergulharmos e desejarmos viver essas coisas. O amor encontra uma forma para quem quer realizar boas obras, de acordo com Gabriela. “O Senhor nos chama a consolar os aflitos, chorar com os que choram. Deus nos chama a ser oásis de misericórdia.”
Urgência de Deus
O último jubileu ordinário foi realizado em 2000. Como acontece a cada 25 anos, deveria ser realizado em 2025. No entanto, o Papa Francisco percebeu a urgência de Deus em dar a misericórdia. “O Papa tem pressa, mas não a do mundo. É a urgência de quem sabe que o tempo se faz breve porque cada vez mais rapidamente as pessoas se afastam de Deus. As dores da humanidade não nos permite esperar, não nos permite nos retermos.”
Gabriela disse ainda que vivemos um “kairós” de misericórdia. Deus quis derramar sua misericórdia para a humanidade. As dores do mundo são enormes e o pecador cresce, mas muitos vão sendo alcançados.
O intuito do Papa é que experimentemos da misericórdia para transbordarmos. “Onde houver cristãos, que qualquer pessoa possa encontrar um oásis de misericórdia. Devemos fixar o olhar Nele e sermos oásis, um lugar onde as pessoas podem descansar, encontrar a misericórdia de Deus. Precisamos ser imagens de Jesus que diz: Vinde a mim vós que estais cansados e eu vos aliviarei.”
É determinante para a Igreja que o seu anúncio seja de misericórdia. A porta da misericórdia vai ser aberta em Roma e em grandes cidades para que ninguém fique sem a graça de Deus.
Teresa Fernandes
Fonte imagem: http://arqnit.org.br/