O Governo de Nicolás Maduro já havia bloqueado as atividades da Caritas na Venezuela. Agora, bloqueou o site e os telefones do organismo da Igreja Católica. O ato foi denunciado por diferentes ONGs de ajuda humanitária. “Maduro não permite a ajuda porque colocaria em evidência a grave crise pela qual passam os doentes venezuelanos”, disse o Padre Santiago Martín à rede ABC.
O Governo proibiu a Caritas de levar ajuda humanitária ao país depois que a Conferência Episcopal Venezuelana denunciou em sua segunda exortação pastoral do ano, “a gravíssima situação vivida no país”. Os prelados haviam assinalado que o recente encontro com o Vice-Presidente, Aristóbulo Istúriz, foi uma janela para o diálogo.
Na ocasião, a Igreja solicitou que fosse aprovada a entrega de ajuda humanitária – remédios, alimentos e outros produtos – oferecida por vários países à Caritas e a organizações sociais de outras confissões. “O Governo deve favorecer todas as formas de ajuda aos cidadãos”, defenderam os bispos.
Censura
Na entrevista à ABC, o Padre Santiago Martín denunciou a insensibilidade do governo, que permite “que os próprios cidadãos morram de fome”, taxando o gesto como “ódio”, também pela Igreja. Maduro pressionou a Caritas para desmentir as afirmações do sacerdote, passando então ao bloqueio do site da organização. As linhas telefônicas também foram cortadas “repentinamente”, impedindo os contatos com a entidade.
O pai do líder Leopoldo López, preso político condenado a quase 14 anos de prisão por opor-se ao chavismo, lamentou que o Governo de Maduro tenha bloqueado a chegada de medicamentos recolhidos no exterior em favor dos venezuelanos, por meio de organismos como a Caritas.
“O nível de violência que se desencadeou é enorme, com saques a mercados de alimentos, devido ao desespero das pessoas”, denunciou.