Segundo a astrologia, a posição dos astros no céu, no momento do nascimento de uma criança, tem o poder de guiar toda a sua vida e de pré estabelecer coisas, como a cor ideal para sair de casa em um dia de quinta-feira. Será mesmo que o seu mapa astral guia os seus comportamentos, temperamentos, empatias ou acontecimentos em sua vida?
Todos sabemos que um homem, no decorrer de sua vida, pode desistir de ser cristão e se tornar ateu ou agnóstico, assim como um outro pode desistir de assistir filmes piratas e começar a pagar para ir ao cinema ou comprar os títulos. Mas um homem, que teoricamente tenha nascido sob determinado signo do zodíaco, não poderia deixar de “encontrar um novo amor”, mesmo que ele não quisesse encontrar amor algum. Uma pessoa, que resolva viver a vida sobre o domínio dos signos, é como um homem que coloca uns óculos que, ao invés de ajustarem sua visão, deixam-no míope.
Apesar de ser dito que essas determinações de futuro provém da natureza, o exemplo, que nos é dado pela própria é bem diferente. A natureza consegue dar, desde que o mundo é mundo, algo que nenhuma ditadura esquerdista ou direitista, ou alguma “ditadura do zodíaco”, conseguiu até dar hoje: direitos iguais a todos. Nota-se que são os nossos modelos econômicos e sociais que geram o pobre e o rico. A natureza é igual com todos, respeitando a particularidade de cada ser, sem tratar alguém como se fosse somente mais um. Ela não é excêntrica a ponto de criar homens com asas, assim como Deus também não o é, ao negar as mesmas asas às cobras, mas a natureza torna-se ainda mais excêntrica ao gerar homens com feições e impressões digitais diferentes. Existe algo de artístico e artesanal na forma como a natureza trabalha. Para ela, cada novo ser é particular. O horóscopo, além de outras coisas, é uma tentativa de dizer que a natureza trabalha como uma máquina de xerox, quando, na verdade, ela trabalha como o ateliê de um grande Artista.
A verdade é que o ser humano nasceu para ser livre, e a astrologia o torna escravo.
Astrologia não respeita a particularidade e individualidade de cada ser. Ela acaba por tirar dos ombros dos homens a responsabilidade de suas ações. É uma tentativa de tirar os filhos do colo de Deus, e de dizer que Ele não exerce um cuidado paternal com cada um deles, quando, na verdade, para Deus cada filho é único. Deus ama o homem, não ama a massa, não ama um conglomerado de homens. Deus ama o indivíduo, cada um separadamente, de uma forma gratuita, infinita e particular.
Marcos Nunes
Membro da Comunidade de Aliança Shalom