Quando se fala sobre Jesus Cristo, obras e mais obras não seriam suficientes para comunicar a grandeza do mistério que O envolve. O Catecismo da Igreja, porém, mesmo sem a pretensão de esgotar o mistério do Filho de Deus, dedica-lhe algumas páginas, no intuito de proporcionar aos fiéis um conhecimento um pouco mais profundo de Cristo. Aponta ainda, caminhos seguros para uma vida de discipulado a Ele. Leia o que o documento diz:
“No tocante à vida de Cristo, o Símbolo da Fé apenas fala dos mistérios da Encarnação (conceição e nascimento) e da Páscoa (paixão, crucifixão, morte, sepultura, descida à mansão dos mortos, ressurreição, ascensão). Nada diz explicitamente dos mistérios da vida oculta e pública de Jesus. Mas os artigos que dizem respeito à Encarnação e à Páscoa de Jesus esclarecem toda a vida terrena de Cristo. ‘Tudo o que Jesus fez e ensinou desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao céu’ (At 1,1-2) deve ser visto à luz dos mistérios do Natal e da Páscoa” (CIC 512).
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Por que entender sobre Jesus Cristo?
Assim como ocorre com outros grandes personagens da história da humanidade, há um número considerável de curiosidades e tradições a respeito de Jesus. No entanto, muitas delas não correspondem ao conteúdo das narrativas dos Evangelhos e nem dos dados históricos seguros. Por exemplo, quase nada se diz da Sua vida privada em Nazaré e mesmo boa parte da Sua vida pública não é relatada. O que chegou até nós sobre Ele, por meio dos Evangelhos, foi um esforço de muitos operários da primeira hora, para que outros corações pudessem acreditar que Ele é o Messias, o Filho de Deus (cf. Jo 20,31).
Os Evangelhos são textos escritos por fiéis corações que foram os primeiros a receber a fé e que depois precisaram partilhá-la com outros, como o Mestre havia ordenado (cf. CIC 515). Esses gigantes comunicadores da paz, puderam ver Jesus pela fé e fazer com que outros também pudessem ser introduzidos no mistério. A Igreja, entretanto, não deixa de nos lembrar de que esses autores contaram com a assistência imprescindível do Espírito Santo.
Assim, informações e relatos históricos sobre o Mestre são importantes, pois o que havia de visível na Sua vida terrena conduziu ao mistério invisível de Sua filiação divina e da Sua missão redentora no mundo:
“Toda a vida de Cristo é mistério de recapitulação. Tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha por fim restabelecer o homem decaído na sua vocação originária: Quando Ele encarnou e Se fez homem, recapitulou em Si a longa história dos homens e proporcionou-nos, em síntese, a salvação, de tal forma que aquilo que havíamos perdido em Adão – isto é, sermos imagem e semelhança de Deus – o recuperássemos em Cristo Jesus. ‘Aliás, foi por isso que Cristo passou por todas as idades da vida, restituindo assim a todos os homens a comunhão com Deus’” (CIC 517).
A riqueza da vida de Cristo é destinada a cada um de nós, seres humanos. Ele não viveu para Si mesmo, por isso, só o amor pode explicar a Encarnação, Sua vida oculta, a vida pública, a Paixão, morte e Ressurreição.