Institucional

#Jovemissionário

comshalom
SAM_3034Meu nome é Louyse Oliveira, tenho 19 anos, sou natural de Natal (RN), e estou em missão na cidade de Propriá (SE).
Participo da Comunidade Católica Shalom há sete anos, faço faculdade de Engenharia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, namoro Jefferson Heitor que é missionário da Comunidade de Aliança Shalom em Montevidéu, no Uruguai.
Com este texto pretendo partilhar como está sendo este tempo de missão, de total decisão por Deus, tempo de amar mais a Deus. Minha primeira experiência com Deus ocorreu no ano de 2006, quando fui “levada à força” por minha mãe para o Shalom. Nunca fui de dar problemas à minha mãe, contudo ela achava que me faltava algo, realmente faltava, e, graças a Deus, ela pensava assim e me arrastou para o Shalom.
Fiz meu Seminário de Vida no Espírito Santo, realmente uma virada radical em minha vida. A partir de então, comecei a perceber que Deus me mostrava seus caminhos e me convidava a, livremente, decidir segui-los. No meio desse caminho, Ele  me foi pedindo um passo mais firme em sua vontade: entrar no grupo vocacional.
Em 2011 entrei no Vocacional, tinha 17 anos de idade, não enviei carta, mas me serviu como bela experiência e me fez crescer em muitos aspectos. Em 2012, fiz meu segundo ano de vocacional e, depois de todo o ano formativo, enviei carta pedindo ingresso na Comunidade de Aliança Shalom. A resposta de Deus e da Comunidade foi para que pedisse para partir em missão como “Jovem em missão“. Naquele momento perdi o chão. Quando recebi a resposta pensei em tudo o que Deus tinha falado, todos os Seus planos para comigo, lembrei da minha primeira experiência com Ele até aquele momento, TUDO, não havia esquecido de absolutamente nada, suas promessas que seduziram meu coração e me fizeram fazer aquele gesto de pedir à Comunidade para ofertar a minha vida nesse Carisma. Então pensei: “Que Deus incoerente, não é? Por que então Ele me pediu para enviar a carta? Por que simplesmente me disse que eu não estava pronta? Eu quero ofertar minha vida e Ele não a aceita?”
Apesar de todos esses questionamentos, eu sempre confiei na voz das minhas autoridades e, como disse Santa Teresa de Jesus, “Quem obedece nunca erra”, confiei mais uma vez na voz de Deus que fazia eco naquele “ainda não” dado pela Comunidade. Mesmo “com raiva”, mesmo achando desnecessário aquilo tudo, mesmo assim rezei para que a vontade de Deus calasse em meu coração, e assim aconteceu.
Sem nenhuma surpresa, chegou minha resposta sobre o Jovem em Missão: Deus me havia pedido seis meses da minha vida em missão na cidade de Propriá (SE). Cheguei a minha terra de missão, tudo era muito novo, a minha nova casa, o centro de evangelização, meus irmãos, todos nordestinos, mas com culturas muito distintas. Somos 12 missionários, com muitas diferenças, desde o sotaque até a culinária (claro que o cuscuz é o mesmo), pensamentos, maneiras de agir, personalidades, muito diferente do que eu era acostumada, ou seja, precisei estourar a bolha e sair da minha zona de conforto. Sou filha única e necessitava aprender a dividir, a silenciar, a esquecer de mim, amar antes de ser amada. Fácil? Não, nem um pouco. Não quero iludi-los, me sentia como no Canto das Írias, quando a verdade vai arrancando tudo aquilo que se pregou em você durante sua vida, mas não fazia parte de ti. Senti-me só, sem ninguém a recorrer. Na verdade sempre tive a quem recorrer: Jesus Cristo. Olhei para Ele, somente Ele, comecei a aprofundar minha vida de oração, colocando minha verdade diante de Deus.
Em especial, uma oração comunitária me vem à memória, na qual Deus me chamava a louvar pela vida de cada um dos meus irmãos, com suas diferenças, as brincadeiras que eu gostava e as que eu não gostava, as alegrias, os consolos, enfim, TUDO. Deus me pedia para louvar porque são justamente essas diferenças que me fazem crescer e amadurecer. Hoje posso olhar para cada um e contemplar Jesus, a Sua obra em minha vida, as grandes mudanças que Ele já fez, e que ainda realizará!
Como citei, meu namorado também é missionário, e é mais uma prova da mão de Deus que interveio em minha vida e como Ele cuida de tudo, visto que mesmo com a distância vivemos as mesmas coisas, mas cada um no seu tempo. Deus tem formado as bases sólidas daquilo que, se essa for Sua vontade, no futuro seremos chamados a viver como um relacionamento santo.
Sei que minhas ofertas não estão sendo à toa! Não estar com meu namorado não é à toa, não estar com minha mãe não é à toa, não estar com meus amigos, familiares, com certeza não está sendo à toa. Eu os amo muito e por isso os oferto a Deus. Continuo caminhando para a Comunidade de Aliança, enfim, porque esse é o chamado que Deus me fez. Quanto mais vivo como Comunidade de Vida, mais me percebo Aliança. São mistérios de Deus, que realmente não precisam ser entendidos.
Graças a Deus, aqueles questionamentos, a raiva, o “não” que Ele me deu agora têm todo sentido. Não conseguia viver a minha vocação, não conseguia viver a pobreza, o abaixar-se e ofertar-se para o outro, não conseguia ser Shalom, não estava conseguindo ser aquilo para o qual Ele me criara.
Hoje já consigo ver muitos frutos desse pequeno “sim”, apenas o primeiro de inúmeros que serei chamada a dar: Minha mãe fez SVES, evangelizou minha família toda, jovens do meu antigo grupo de oração também estão partindo em missão… enfim, VALE MUITO A PENA! Sou muito feliz por estar em missão. Como Comunidade de Aliança estarei em missão onde eu estiver, na minha família, na faculdade, no trabalho e onde o Senhor me chamar.
Hoje minha oração é diferente, estou na missão “mais linda” do mundo inteiro, que vive a fé e a misericórdia, com pessoas maravilhosas, que buscam a santidade na luta do dia-a-dia, no sair de si, no amar a Jesus para amar o outro. Hoje, peço que Ele me dê o que Ele quiser, vida ou morte. Por isso, jovens, NÃO TENHAM MEDO de ofertar a vida de vocês, não tenham medo de ser Comunidade de Vida ou de Aliança, de ir em missão. Se a missão for bem vivida, se der sentido a cada oferta, vai valer muito a pena! O segredo é nunca tirar os olhos dos olhos de Cristo. E aí? Partiu?
Louyse Oliveira

Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.