A amizade encontra fundamento na experiência da reciprocidade, isto é, de que existe algo comum entre as pessoas; algo “entre nós”.
Alegrar-se e entristecer-se são reações emocionais que têm, em sua intensidade, a capacidade de se tornarem “algo comum entre as pessoas” através da simpatia.
Esta palavra significa literalmente “sentir junto com”. Ora, “sentir” denota propriamente uma experiência passiva; algo que “sucede” em nós; portanto, não é proveniente da vontade, do “querer”; e, neste sentido, não é uma “ação”, mas uma “reação” emotivo-afetiva.
A simpatia, como vemos, tem o poder de aproximar as pessoas de modo sensível e constitui um elemento importantíssimo para o amor dos amigos. No entanto, este amor não pode ser reduzido à simpatia. “A simpatia tem de amadurecer para tornar-se amizade”, como disse Wojtyla.
Este processo de amadurecimento exige reflexão, tempo e o empreendimento da vontade na escolha pelo outro. A participação da vontade é, portanto, decisiva para a amizade conferindo a ela conteúdo e estrutura consistentes expressos em uma fórmula: “Quero o bem para ti, como o quero para mim”.
Muitas “coisas comuns” podem ser almejadas entre amigos, mas essencialmente a escolha recíproca e honesta do bem um para com o outro é o que confere à unidade moral que existe entre eles o caráter de autêntico. Neste sentido, a vontade é chamada a modelar o amor entre os amigos e em cada um deles.
Assim, o valor da amizade se expressa no horizonte da vida interior do homem ao passo que o insere num processo de amadurecimento e de plena realização pela via do amor, certo que o amor é o ato que realiza do modo mais completo a existência da pessoa.
Fonte: Grupo de Estudos Wojtylianos (@wojtylianos)
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