Diariamente somos bombardeados pelos meios de comunicação social com seus produtos, os mais diversos, com forte apelação para o imoral e amoral. Os verdadeiros princípios que deveriam regê-los são relegados a segundo plano.
Há alguns dias atrás li, não havia como não lê-lo, numa mídia imoral de outdoor a divulgação de um show voltado para o público jovem a ser realizado em Fortaleza. A propaganda trazia em destaque um palavrão, o que deixou-me bem incomodado.
Resolvi ligar para um programa de rádio AM, daqueles que o ouvinte pode ligar e expor suas reclamações sem afetação sensacionalista. O jornalista argumentava por ocasião de minha participação, que fiz identificando-me como um cidadão civil comum, que se tratava de uma propaganda constrangedora e ilícita.
Ainda chamou a atenção das autoridades competentes que pudessem resolver aquela situação. Recordou o radialista que já havia trabalhado na SEMAM (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano), portanto, era sabedor que a veiculação daquele tipo de peça publicitária com palavrão era proibida.
Outros ouvintes ligaram e reforçaram com novos argumentos minha reclamação. Consciente de ter feito minha parte observei que algo sempre pode ser feito e as pessoas esperam apenas que se dê voz às mesmas angústias que sentem perante aquilo que lhes agride a consciência.
Dois dias depois vi o mesmo outdoor com o palavrão tarjado e tomei conhecimento antes de concluir este texto que os órgãos competentes irão retirar todas as 85 peças publicitárias espalhadas na capital fortalezense que traziam a divulgação com conteúdo imoral.
Como Católicos, mais de 73% da população brasileira não podemos nos omitir ante as afrontas que nos são apresentadas diariamente. Com discernimento, de modo criativo e ousado, usando daquilo que está a nossa disposição podemos ‘levedar a massa’ testemunhando Cristo com os valores do Evangelho que encontram ressonância na consciência de cada homem.
Neste episódio que poderia passar despercebido como tantos outros e ser mais uma inquietação muda ante a ditadura do relativismo moral aprendi que passa também por minhas mãos o que seria a construção de uma civilização do Amor que está estruturada sobre o lastro dos princípios morais da verdade, da bondade, da beleza e da Caridade.
Francisco Vanderlúcio Souza
(Consagrado na Comunidade de Vida Shalom)
