Liberté, libertad, liberty, libertà ou libertatem, independentemente do idioma, nacionalidade ou cultura de quem a proclama, a palavra liberdade exprime praticamente o mesmo propósito. É almejada por todos. O desejo de liberdade continua a manifestar-se em todos os domínios: social, político, econômico, psicológico, o que se deve, sem dúvida, ao fato de que, apesar de todo o progresso, ainda permanece insatisfeito.
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Mas o que é mesmo essa tal liberdade? Na prática, significa o direito de agir segundo o próprio livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de direitos de cada cidadão dentro dos limites da lei.
O 13 de maio nos remete ao ano de 1888, dia em que Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo de vez a escravidão no Brasil. A vida dos negros brasileiros, mesmo após a abolição, continuou sendo muito difícil. Não houve a preocupação em oferecer condições para que os ex-escravos pudessem ser integrados no mercado de trabalho formal e fossem assalariados. Portanto, a maioria encontrou grandes dificuldades para conseguir emprego e ter o mínimo de condições necessárias para viver dignamente.
Liberdade interior
A verdadeira liberdade começa dentro de nós, não fora. Ela não depende tanto do fato de estarmos ou não limitados por algemas e grades, mas é uma realidade que acontece a partir da forma como organizamos as circunstâncias e experiências dentro de nós.
Santo Agostinho nos ensina que “a lei da liberdade não é outra que a lei da caridade”. E São Paulo diz: “Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade”. Essas afirmações podem nos levar a refletir sobre como estamos usando nossa liberdade em favor do outro.
Jacques Philippe, no livro “Liberdade Interior”, esclarece: “o ser humano manifesta tamanha sede de liberdade porque sua aspiração mais fundamental é a de felicidade e ele percebe que não existe felicidade sem amor nem amor sem liberdade, o que é perfeitamente correto. O homem foi criado por amor e para amar, e só encontrará a felicidade ao amar e ser amado. Seu problema vem do fato de que, frequentemente, ele ama de forma equivocada, ama a si mesmo, egoisticamente, e, assim, frustra-se, pois somente um amor autêntico pode preenchê-lo. Se é verdade que somente o amor pode preencher o homem, é também verdade que não há amor sem liberdade: um amor que venha da opressão, ou do interesse, ou somente da satisfação de uma necessidade, não merece este nome. O amor não se aprisiona. Muito menos se compra. Só existe o amor verdadeiro e, portanto, feliz entre pessoas que dispõem livremente delas mesmas para dar-se uma à outra.”
Como não há amor sem liberdade, fica a reflexão se nos tempos atuais ainda estamos com as mesmas atitudes de nossos antepassados em relação à abolição dos escravos, deixando à margem aqueles mais necessitados, ou se a experiência do amor de Deus nos fez verdadeiramente livres para escolher fazer o bem incondicionalmente ao próximo.
Ângela, estava procurando um texto sobre Liberdade, para tentar escrever um poema, e encontrei o seu, muito bem escrito, muito claro e calcado na Palavra de Deus. Muito obrigada.
Deus a abençoe.