Formação

Mar de água – lama – lágrimas e mortos!

comshalom

Dom Angélico Sândalo Bernardino

Dianteda catástrofe que se abateu sobre parte de Santa Catarina,marcantemente em municípios das dioceses de Blumenau, Florianópolis eJoinville, muitas questões, perguntas, surgem! Por que, sobretudotantas mortes? Resposta rápida coloca a responsabilidade nas intensas etorrenciais chuvas que caíram sobre nossa Região! Mas, além das chuvas,precisamos buscar, mais profundamente, outras causas de tantosdesmoronamentos, mortes, feridos e desabrigados! Fiquemos nosMunicípios atingidos, na diocese de Blumenau, onde tantas mortesaconteceram, casas foram destruídas, arrozais e outras plantaçõescomprometidas, ruas, estradas obstruídas, e perguntemos em denúncia –colaboração:

1.Onde está o planejamento urbano preventivo? Nas chuvas, não ficamosolhando para o RIO ITAJAÍ, assombrados, ainda pelas enchentes de 1983 e84, esquecidos de nos ocupar com os morros e encostas? (Tivemosenxurradas generalizadas, enchentes em Navegantes, mas o desastre maiordesceu dos morros).

2. Qual a atenção que se dá, nos planejamentos municipais, à Defesa Civil?

3. Quais são os estudos sérios, abalizados, sobre a qualidade do solo e sua ocupação?

4.Por que as encostas dos morros são chanfradas e os barrancos nãorecebem tratamento adequado? Onde e como estão os muros de arrimo?

5. Por que o Poder Público se curva diante dos interesses da exploração imobiliária?

6.Por que locais condenados à habitação por estudos feitos há 25 anos,por exemplo no morro Coripós, continuaram habitados, com o PoderPúblico conivente, a cobrar dos moradores, imposto e taxas de água, luz?

7. Por que o caminho das águas que descem dos morros não é respeitado e sua vazão não é prevista?

8. Por que, em muitos locais o pinus e o eucalipto imperam (região do Baú), a serviço do interesse de serrarias?

9.Qual é a segurança efetiva que é oferecida à população que vive ao ladodo gasoduto que corta a Região e acabou explodindo em Belchior, Gaspar?

10.Por que os Municípios não têm sério plano habitacional contemplando, demaneira especial, os pobres, os menos favorecidos economicamentefalando?

11. Por que há tanto esmero em maquiar a cidade e não há atendimento solucionador de seus problemas básicos?

12. Por que não acordamos diante da urgente necessidade de respeitar o meio ambiente, o planeta terra – nossa casa comum?

Estas e outras urgentes questões precisam ser consideradas, debatidas, passados os momentos emergenciais que mobilizaram IGREJAS, Prefeituras, Exército, Corpo de Bombeiros e centenas de abnegados voluntários.

Diantedo imenso mar de água – lama – dor – lágrimas – mortes que nos atingiu,passados os primeiros momentos, em que maravilhosa rede desolidariedade nos envolve, é chegado o momento da reconstruçãoalicerçada na descoberta das causas profundas da catástrofe e dassoluções que se fazem necessárias! E estejamos alertas, a prioridadeurgente reside na construção de moradia para os que perderam sua casa!

Que Deus nos ilumine, encoraje a todos nesta hora marcada por fé, esperança e solidariedade!


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