Igreja

‘Maria às pressas’, obra de artista brasileira é entregue ao Papa

“Gosto de pensar em Nossa Senhora com pressa, sempre assim, Nossa Senhora que Se apressa para nos ajudar, para nos guardar.” (Papa Francisco)

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(Imagem /Vatican News)
A obra intitulada “Maria às pressas” foi criada pela artista brasileira Mari Bueno, mestra em Mariologia e associada da Academia Marial de Aparecida que tem direcionado o trabalho para o tema mariano. Em 2019, quando esteve em Roma para uma mostra sobre a Amazônia – exposição paralela ao Sínodo dos Bispos, ela deixou a obra “Maria às pressas” para ser entregue ao Papa Francisco. E isto foi o que aconteceu na última quinta-feira (24), véspera do dia de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.
 

Na última sexta-feira (25), dia do ato de consagração da Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, Francisco falou ao final da homilia na celebração da liturgia penitencial na Basílica de São Pedro:

A Mãe de Deus, depois de ter dito o seu sim, empreendeu uma longa viagem subindo até uma região montanhosa para visitar a prima grávida (cf. Lc 1, 39). Foi apressadamente. Gosto de pensar em Nossa Senhora com pressa, sempre assim, Nossa Senhora que Se apressa para nos ajudar, para nos guardar. Hoje, que Ela tome pela mão o nosso caminho e o guie, através das veredas íngremes e cansativas da fraternidade e do diálogo, o guie pela senda da paz.”

Maria às pressas

A artista Mari Bueno comentou: “discípula, missionária, essa mulher realmente de ação, dinâmica, de movimento; todos os fiéis deveriam se espelhar nesse movimento: de sair, de ajudar o próximo, de estar a serviço de todos e, claro, baseado principalmente nessa passagem de Maria que visita Isabel. Então, eu criei essa obra, ela tem toda uma simbologia das linhas, das cores, de todos os elementos que foram colocados para realmente retratar essa Maria ‘in fretta’, essa Maria com pressa, com pressa de ajudar, com pressa de colaborar, com pressa de estar a serviço”.
Mari Bueno com sua obra (Imagem /Vatican News)

A citação bíblica “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39), que inspirou Mari Bueno, também foi a escolhida pelo Papa como lema da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, em 2023. Essa frase bíblica dá início ao relato da “Visitação”, episódio bíblico que se segue à Anunciação, quando o anjo disse à Maria que iria ser a mãe do Filho de Deus.

Francisco, segundo a artista contou ao Vatican News, ficou muito contente e agradeceu por receber a tela, elogiando o talento da brasileira e da sua arte que serve à liturgia. Para Mari foi “um presente de Deus”: “fiquei muito feliz de saber que está nas mãos do Papa e nesse momento tão importante para nós, de união do mundo inteiro, através também das mãos de Maria, onde nós pedimos a intercessão para que a paz seja estabelecida o mais rápido possível. É um momento muito especial para mim também como artista sacra saber que a arte sacra, que é o papel dela, está a serviço também”.

A simbologia da obra, segundo a artista

Os detalhes da obra:
 

– Roupa verde:  é a cor mediadora, tranquilizante, restauradora, da esperança na ressurreição, do nascimento e da renovação.

As vestes têm sete pregas, a oitava está sobre seu ventre indicando a nova criação.

– Véu azul: cor mais profunda e menos material, da verdade, da transparência e da fidelidade.

– As sandálias são símbolos dos viajantes, dos peregrinos, apresenta Maria, a Discípula missionária disposta a iniciar sua caminhada com Jesus.

– As mãos de Maria são sinal de entrega e disposição para estar a serviço do próximo, caminha ansiosa para a casa de Isabel.

– Carrega consigo uma pequena bolsa, sinal da disponibilidade de sair de seu lar e caminhar às terras montanhosas para servir.

– Sobre a cabeça o sol, também sinal de Cristo, a Luz, que está por vir.  Com três arcos dourados, cor do Divino e sinal da Santíssima Trindade.

– Sob os pés o caminho, de um lado flores, mostrando a alegria de Maria com seu “sim”, sua disposição para colaborar com a Salvação. Do outro as rochas, sinal do caminho que inicia, também nas dificuldades, mas na fé que a move, a rocha como sinal de Deus, a fortaleza e salvação.


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