Sabe aquele planejamento estratégico que fazemos no final do ano? Pois é… Eu tento fazer. Mas tive que reduzir um pouco a perspectiva para focar num plano mensal. Falhei miseravelmente…
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Dá até vontade de rir da situação as vezes. E sinceramente eu rio mesmo de mim, porque aprendi no bom humor o caminho para encontrar leveza nos desafios cotidianos, o que no fundo é um benefício para família toda. “Só você pra me fazer rir uma hora dessas!”, costuma dizer o marido.
Parece a louca da casa falando, como se tudo fosse fácil. Óbvio que não. É exercício diário. É “caiu, levanta”, como eu fazia com as crianças pra não dar tempo delas chorarem e voltarem logo a brincar.
Por falar em filhos, quero ressaltar aqui o quanto a maternidade me ensina a enxergar a vida de forma diferente, pois muita coisa pode acontecer num dia só, capaz de mudar toda a programação (que, por isso, passou a ser semanal e diária).
Aquela oração parada, quieta, tem se tornado cada vez mais exigente com tantas responsabilidades que vão surgindo: trabalho, estudo, casa, família, comunidade, reuniões, leva a sogra no médico, leva o sogro pra fazer exames, “mãe, posso levar marmita amanhã?”, “mãe, me ajuda com essa redação?”
Vou seguindo! Cada dia com o seu cuidado. Fazendo a marmita: “Senhor, cuida do meu filho”. Na lição de casa: “abençoe minha filha, meu Deus”. Sempre que eles saem: “Deus te abençoe, proteja e guarde”.
Assim, na pequenez do zelo materno, para cada necessidade, vou descobrindo novas formas de amar Aquele que me deu o melhor presente. Através dos meus filhos, contemplo e aprendo que onde há amor Deus está e por isso tudo se transforma, tudo se encaixa, tudo toma seu rumo.
Meu planejamento estratégico diário me organiza e me põe em frente. Mas, se em cada ação eu não preencher de amor (e sentido), o ordinário da vida não encontrará o extraordinário do sorriso e do abraço que recebo em cada “te amo, mãe!”
Conciliar a maternidade e vida de oração é isso: eu te amo com amor de predileção.
Eu te escolho todos os dias. Rezando diante do Santíssimo, no chão do quarto, na sala, na cozinha; como Maria vou vivendo meu amor nas pequenas coisas de mãe e no desejo sincero de fazer a vontade de Deus, que transforma toda rotina em benção. E essa mãe, assim como os filhos, vai crescendo em graça e estatura diante de Pai do céu.
Obrigada, Senhor, por me fazer artífice da Tua obra de criação!
Girlaine Soares
Consagrada da Comunidade de Aliança Shalom
Missão Rio de Janeiro