“Medicina é mais que profissão, é sacerdócio“. Quando escutei essa frase pela primeira vez no início da faculdade tive a certeza que muito além de um trabalho, a medicina se constituía para mim como vocação. Em nossa identidade, Deus nos cria e nos dá uma vocação, um chamado específico além da capacidade para segui-lo, e foi na medicina onde Deus, desde antes que eu nascesse, escolheu para que eu ofertasse a minha vida.
Na época do vestibular, eu sempre tive em mente um objetivo que era maior do que todos: ser amparo no sofrimento humano, esse atrativo da medicina era maior que as riquezas e status que ela poderia oferecer. Ser amparo ao doente, ter o poder de ajudar a quem sofre.
Ao longo da faculdade, porém, percebi que Deus me chamava a ser mais do que médico do corpo. “Não tema os que matam o corpo, mas sim a alma“. A salvação e a cura da alma! Foi para isso que Deus me criou! Percebi concretamente, ao exercer a medicina, que meus pacientes, mais do que a cura de suas enfermidades físicas, carregavam dentro de si necessidades e feridas espirituais, que necessitavam de escuta, de olhar, de carinho, de atenção e uma palavra de consolo.
Tantas vezes, a cura de uma enfermidade não veio através de medicação, mas de rezar pelo paciente no meio da consulta e deixar com que Deus, o verdadeiro médico, curasse o que precisava ser curado. Nesse dia de São Lucas, padroeiro dos médicos, só tenho gratidão a Deus por esse chamado tão alto e tão belo e mesmo na minha indignidade, poder corresponder ao seu chamado.
Billy Vaz – Médico e Postulante da Comunidade de Aliança