Cerca de três mil jovens, famílias e sacerdotes da Comunidade Católica Shalom, oriundos de mais de 26 países, se encontram em Roma entre os dias 3 e 9 de setembro de 2017. O Papa os recebeu em audiência na Sala Paulo VI.
O fundador da Comunidade, Moysés Azevedo, dirigiu uma saudação em italiano ao Pontífice. A audiência foi constituída por perguntas de jovens de várias nacionalidades e respostas do Santo Padre. O Brasil foi representado por Mateus, de 22, que foi viciado em drogas e se converteu. A ele, o Papa perguntou, em tom de descontração: Quem foi melhor: Pelé ou Maradona?
O Pontífice falou do anúncio do Evangelho, dos perigos da autorreferencialidade e do papel dos jovens na Igreja e na sociedade.
Quebrar os espelhos
“A cultura em que vivemos é muito egoísta, tem uma dose muito grande de narcisismo”, constatou Francisco, falando da consequência dessa cultura: a exacerbada contemplação de nós mesmos, que nos leva ignorar os outros.
“O narcisismo produz tristeza, porque significa maquiar a alma todos os dias. É a doença do espelho. Quebrem os espelhos, jovens”, exortou o Papa. “O espelho engana. Olhem para fora, olhem para os demais, fujam dessa cultura que vivemos, que é consumista e narcisista. E se quiserem olhar para o espelho, olhem para rir de si mesmos. Saber rir de nós mesmos, isso nos dá alegria.”
Diálogo, promessa de futuro
Como conselho à Comunidade, Francisco apontou a necessidade do diálogo entre os jovens e os membros mais antigos. “É preciso passar a herança, o Carisma, a vivência interior de vocês. Um dos desafios que este mundo nos pede é o diálogo entre os jovens e os idosos. Os jovens necessitam escutar os idosos para ouvir a sabedoria que chega do coração e os impulsiona adiante. Animem-se neste diálogo, que é promessa de futuro.”
O Papa concluiu com mais uma brincadeira, desta vez envolvendo o fundador. “Ao responder esta última pergunta fiquei com uma dúvida: Moysés é jovem ou idoso?”
“Sou como o Senhor, Santo Padre”, respondeu Moysés, enquanto os integrantes da Comunidade gritavam: “jovem!”
Dar gratuitamente
Depois de ouvir o testemunho de três jovens, o Pontífice falou sobre a importância da capacidade criativa dos jovens, que são capazes de criar coisas belas quando têm raízes.
“Eu pergunto a cada um de vocês: vocês estão conscientes das verdadeiras raízes que existem no coração, são conscientes de suas raízes, são conscientes de seus amores, são conscientes de seus projetos, são conscientes da capacidade criativa que tem, são conscientes que são poetas neste universo para criar coisas novas e belas?”, indagou Francisco.
O Papa recordou que corresponder ao plano de Deus é consolar as dores da humanidade, e que para isso é necessário discernir a própria vocação, em vista de uma missão.
“Se você está aqui, se nós estamos aqui, é porque gratuitamente nos trouxeram aqui. Por favor, demos gratuitamente o que recebemos. Dar gratuitamente o que recebemos. E dar gratuitamente lhe enche a alma, lhe descomercializa, lhe faz magnânimo, lhe ensina a abraçar e a beijar, lhe faz sorrir, lhe desata de todo interesse do tipo egoísta. Dê gratuitamente o que gratuitamente recebestes, esse é o ensinamento que Jesus nos está convidando a fazer”, concluiu Francisco.
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Confira o vídeo do encontro com o Papa, na íntegra
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