Encerrando o mês de atividades da Campanha Vida Quero Mais, a Comunidade Shalom Recife promoveu nesta quinta-feira (30), no Colégio Maria Auxiliadora, uma mesa redonda para debater o tema das drogas na sociedade de hoje. Um momento rico partilhado com missionários e especialistas que fazem do seu dia a dia uma constante busca pelo resgate da essência do homem.
Depois de uma bela apresentação, feita pelo ministério de artes da missão, com a parábola do filho pródigo, o psiquiatra Vinícius Vieira iniciou o debate explicando que percebe que muitas vezes as substâncias são o menor problema das pessoas, que chegam a recorrer a elas por viverem uma vida sem sentido, por conta de um vazio. “A relação que a humanidade tem com as drogas está inserida numa realidade social, de ter que estar sempre bem, mas nem sempre se consegue”.
Também presente na mesa, Silvany Lemes, da Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, contou como funciona o trabalho do órgão público na prevenção, formação e tratamento das drogas, ressaltando que o enfrentamento não é repressivo. “A gente busca o acolhimento sem querer nada em troca. É trazer possibilidades que possam lhe ajudar”, explicou.
Ser aquilo que Deus quer: esta foi a mensagem que o missionário fundador da Comunidade Católica Boa Nova, Hamilton Apolônio, quis deixar através de uma partilha sobre a vida comunitária que tem há 11 anos. Juntamente com esposa, filhos e outros missionários, moram com alcoólatras e dependentes químicos num método que denomina de ‘oração e vida fraterna íntima’. Sem vínculo governamental, a comunidade hoje conta com dez chácaras no Nordeste, que abrigam missionários e pessoas em recuperação. “Nós trabalhamos com o que Jesus nos ensinou. Nós não nos caracterizamos como obra social, e sim como obra de misericórdia”, afirmou. Acompanhado por André, Éder e Tiago, jovens que foram recuperados nas casas comunitárias, ele contou que os três já estão em processo formativo para em breve estarem à frente de outra casa.
Com realidades de vida difíceis, os três partilharam brevemente como vivam nas drogas até serem encontrados pelo amor de Deus e terem ido se tratar nas casas da comunidade Boa Nova, onde hoje atuam como missionários. “Se Deus tem feito maravilhas na minha vida, Ele pode fazer na tua também”, disse André, ao contar sobre sua recuperação e conversão. “Hoje o foco da minha vida é amar os irmãos da minha casa e me faz bem leva-los para Cristo” foi a mensagem deixada por Éder. “Sou fruto da misericórdia de Deus e do amor de Maria”, concluiu Tiago.
Ao final, o público presente pôde fazer perguntas aos integrantes da mesa e constatar que o assunto ainda está longe de se encerrar. Ainda há muito que falar e muito mais a se fazer por aqueles que vivem envolvidos no mundo das drogas. Como diz nosso fundador Moysés Azevedo, precisamos dar de graça o que de graça recebemos, isto é, levar o amor e a misericórdia de Deus ao homem de hoje, para que ele, mergulhado neste amor, descubra, enfim, que a vida está longe de ser uma droga.