Formação

Método de Ovulação Billings

comshalom

Lúcia de Fátima Studart Meneses
Consagrada na Comunidade de Aliança Shalom

Para a compreensão do Método de Ovulação Billings (MOB), é fundamental reconhecer que ele difere da contracepção em muitos pontos. A contracepção é totalmente dirigida para a prevenção da gravidez e a sua eficácia é medida pela capacidade de evitá-la. O MOB estabelece uma opção: o casal pode escolher praticar o ato conjugal durante a fase fértil quando quer conseguir uma gravidez ou pode optar por evitar todo contato genital durante a mesma fase fértil, no caso de querer evitar uma gravidez. A eficácia do método pode ser julgada de acordo com a opção de escolha do casal.
O MOB é aplicável em todas as variações da fisiologia reprodutiva da mulher, tanto a normal como a patológica: ciclos regulares, ciclos irregulares, ciclos anovulatórios, amamentação, menopausa, estresse ou tensão física e emocional, baixa fertilidade, doenças ginecológicas – por exemplo, de origem hipofisária, cistos ovurianos, distúrbios produzidos por medicação contraceptiva e drogas citotóxicas e outros.
O homem é sempre fértil enquanto a mulher tem apenas uma fase fértil no seu ciclo menstrual. A mulher, na sua fase fértil, apresenta um sinal infalível, que é a sensação de lubrificação, podendo haver a presença de muco cervical, ou seja, uma secreção produzida pelas células da cérvix (também chamada de colo uterino) durante um período de aproximadamente seis dias antes da ovulação.
O muco tipo fértil protege, nutre e forma canais para guiar os espermatozóides em sua trajetória pela vagina, cérvix, útero e trompas de falópio. Aliás, o muco fora da vagina poderá ajudar os espermatozóides a chegarem ao óvulo (assim é que uma gravidez pode resultar de um contato genital sem que ocorra plena penetração).
O MOB é tão natural como a mãe terra.

Uma semente plantada em terra seca morre, porém, se a terra estiver molhada, nascerá uma plantinha.
O mesmo ocorre com a mulher. Se a semente do homem for plantada na mulher na sua fase seca, a semente morre. Porém, se ela estiver na sua fase úmida, a semente, ao encontrar o óvulo, dará origem a uma nova vida.
O método Billings se baseia exatamente em reconhecer a fertilidade para planejar naturalmente a família. Para isso, é necessário um período de observação para que a mulher se conheça e identifique sua fertilidade. A mulher deverá anotar os dados que observar durante todo o seu dia. Por exemplo: se está seca, úmida, se teve dor, se sangrou, enfim, tudo deve ser registrado.
Ciclo menstrual
Após reconhecer o seu PBI (padrão básico de infertilidade), a mulher está apta a fazer uso das regras do método Billings. É importante saber o que é ciclo menstrual e quais suas fases.
Ciclo menstrual é o período que vai da menstruação até a véspera da próxima. Possui quatro fases: menstruação, fase pré-ovulatória, ovulação e fase pós-ovulatória.

Regras para evitar a gravidez
Regra 1: Evitar relações sexuais nos dias de sangramento abundante durante a menstruação, pois num ciclo curto a ovulação pode ocorrer antes do fim da menstruação, quando o padrão de muco pode ser oculto pelo sangramento.
Regra 2: Na fase pré-ovulatória, é permitido o ato conjugal à noite e em noites alternadas, pois se está aguardando o início da ovulação a qualquer hora. Portanto, se a mulher estiver infértil durante o dia, à noite pode ter o ato conjugal, porém, no outro dia deve se abster das relações, pois o líqüido seminal pode ocultar o muco cervical, dificultando a observação.
No segundo dia, se a mulher ainda estiver infértil, pode manter o ato conjugal, e assim continuar alternando as noites até a mudança no PBI.
Regra 3: Evitar o ato conjugal em qualquer dia de muco ou sangramento que interrompa o PBI. Depois de três dias de retorno ao PBI, pode-se liberar para o ato conjugal até a próxima menstruação.
Cada ciclo tem suas características. Não são exatamente iguais, e nem sempre um ciclo é semelhante ao outro. Por isso, é importante que o casal seja acompanhado por um instrutor experiente para tirar dúvidas e orientar no uso correto das regras.

Bibliografia:
– Billings, Evelyn e Nestmor, Ann. O Método Billings. São Paulo: Paulinas, 1983.
– Billings, Evelyn e Billings, John e Catarinich, Maurice. Atlas Billings do método da ovulação. São Paulo: Santuário, 1993.

Testemunho
Fui conquistada pelo Billings
Lucinha

Falar sobre o método Billings, para mim, é algo muito prazeroso, pois ele foi um marco na minha caminhada espiritual. Deus se utilizou dessa desculpa para me chamar definitivamente à luz.
Em 1990, meu esposo e eu fizemos o Seminário de Vida no Espírito Santo promovido pela Comunidade Face de Cristo. Iniciava-se aí uma obra em cada um de nós. Porém, em 1993, quando fizemos um curso sobre o método Billings, ministrado pela Ir. Martha Sílvia Bhering, presidente da CENPLAFAM, algo mudou.
Eu não imaginava nem de longe o que isso iria influenciar na minha vida pessoal e no meu matrimônio. Na verdade, eu adotei o método pelos benefícios que ele traria à minha saúde, pois na época tomava pílula, o que me dava náuseas e irritabilidade. Porém, além de me livrar desses males, pude notar ao longo do tempo o quanto meu esposo e eu havíamos crescido no diálogo e na busca de Deus.
Fui conquistada pelo Billings! Lia tudo sobre esse método. Descobri, admirada, o zelo da Igreja e me senti muito amada por saber que em 1968, quando eu ainda era uma criança, a Igreja havia se pronunciado a respeito da regulação da natalidade através da Encíclica Humanae Vitae. A vontade que eu tinha era de bradar ao mundo a minha grande descoberta, e ficava querendo que todos os casais também descobrissem essa mina de ouro. Percebi também que tudo isso era uma graça de Deus e que, embora soubessem, muitos não conseguiam abraçar o ensinamento da Igreja.
Costumo dizer que a sexualidade, assim como o bolso, é uma das últimas áreas a ser tocada, pois mais facilmente entregamos nossa vida, nosso trabalho, nossos filhos, mas nessa área não damos espaço para Deus. Confiamos mais na pílula, no DIU, na camisinha etc. Afinal, não queremos “arriscar”. Mal sabemos o grande bem preparado para aqueles que se arriscam em Deus.
Por pura misericórdia, Ele nos quis tocar nessa área. Não por sermos os melhores, mas exatamente por necessitarmos muito. Continuamos até hoje em um eterno aprendizado, porém, olhando para trás, podemos constatar algumas consideráveis melhoras. É inegável que devemos primeiramente a Deus e ao método Billings o nosso amadurecimento no amor e na unidade.
Temos quatro filhas, todas nasceram de parto cesário. Quando conhecemos o método Billings, já tínhamos duas filhas. Dois anos depois nós, conscientemente, quebramos as regras e engravidei. Lembro o quanto fomos criticados. As pessoas faziam “brincadeirinhas de mal gosto”, tipo: “Foi o Billings?”. Os comentários sempre culpavam o método Billings, como uma forma de dizer que era falho e por isso não o adotavam. Mas eu sabia, e sei, “em quem pus minha confiança”. Apesar das críticas, continuamos firmes.
Numa confissão, Deus me pediu mais um filho. Rejeitei a idéia, pois não estava nos meus planos ter quatro filhos. Mas foi se realizando uma obra de docilidade em meu coração. No prazo de um ano, Ele me convenceu.
Lembro emocionada o dia em que resolvemos presentear a Deus com o nosso sim e receber dele a nossa tão amada filha. Não dá para descrever a alegria que sentimos durante o nosso ato conjugal sabendo que ali, naquele momento, mais uma vida era criada. No dia oito de setembro de 1996 ela foi concebida, no dia 18 de maio de 1997, dia de Pentecostes e aniversário do Papa João Paulo II, ela nasceu.
Quando vejo uma grávida, alegro-me e vejo mais uma guerreira pela vida, pois hoje carregar um filho no ventre é um grande desafio. Gosto sempre de encorajar as gestantes a não se abaterem com a mentalidade da cultura de morte, mas a se sentirem gratas a Deus pelo grande dom que é a maternidade.
Rogo a Deus que faça mais corações dóceis à sua vontade de adotar o método Billings e que divulguem essa grande graça.

Revista Shalom Maná


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